Academia
Brasileira de Neurologia e Sociedade Brasileira de Genética Médica promovem
campanha com mais de 100 atividades pelo Brasil –
Celebrado no dia 28 de junho, o Dia Nacional de
Conscientização da Doença de Pompe alerta sobre a importância de estar atento
aos sintomas da patologia e desafios enfrentados por pacientes. Para apoiar a
data, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e a Sociedade Brasileira de
Genética Médica (SBGM), com apoio da Sanofi Genzyme, promovem calendário de
atividades voltados a profissionais da saúde e educam a população em geral
quanto aos sintomas da doença.
Para a Dra. Carolina Fischinger, Presidente da
SBGM, a proposta da campanha é alertar e capacitar os médicos sobre a
importância de perceber os sintomas da doença para um diagnóstico precoce. Ao
mesmo tempo, chamar atenção da população para que fique atenta às pequenas
alterações ou ao desconforto contínuo ao executar as tarefas do dia a dia.
"Dificuldade para respirar e subir escadas, insônia ou fraqueza nos
músculos podem ser um sinal da doença", conclui a médica.
Segundo o Coordenador do Departamento Científico de
Moléstias Neuromusculares da ABN, Dr. Marcondes França Jr, estima-se que a
doença de Pompe afete 2.500 pessoas no Brasil, mas apenas 10% estão
diagnosticadas e pouco mais de 100 pacientes estão em tratamento. No mundo, a
doença afeta 1 a cada 57 mil pessoas nascidas¹. "Por ser uma doença rara
com sintomas comuns, exige cuidados. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores
são as chances de se gerenciar a doença e proporcionar mais qualidade de vida
ao paciente", explica o neurologista.
CONHEÇA POMPE
É uma doença progressiva rara que, quando não
tratada, se agrava com o tempo. É causada pela deficiência na atividade da
enzima Alfaglicosidade Ácida (GAA), que gera o acúmulo gradativo de glicogênio
e interfere na função celular. As células são danificadas, resultando em
fraqueza muscular que afeta a movimentação, a respiração e a função cardíaca².
Os músculos pélvicos, glúteos, do abdome e das coxas são os primeiros a
sentirem os efeitos da falta de energia. Embora a deficiência genética
responsável por causar a doença esteja presente desde o nascimento, os sintomas
podem aparecer pela primeira vez a qualquer momento, na infância ou até na
idade adulta.
EXAMES E DIAGNÓSTICO
O primeiro passo para identificação da doença é uma
avaliação clínica com base nos sintomas apresentados. Após a suspeita, um exame
de sangue ajudará a medir a atividade de enzima Alfaglicosidade Ácida (GAA). Se
o valor ficar abaixo do normal, aumentam as chances da doença. Um exame de DNA
é solicitado para obter a confirmação da doença através da identificação de
mutações no gene GAA3.
TRATAMENTO
Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as
chances de administrar a doença e oferecer mais qualidade de vida ao paciente.
O tratamento é feito com a reposição da enzima deficiente, administrada por
meio de injeções intravenosas (na veia). Uma equipe multidisciplinar formada
por fisioterapeuta, endocrinologista, neurologista e ortopedista acompanham o
paciente e a evolução da doença em todas as fases da vida4.
POMPE E AS DIFICULDADES DO DIA A DIA
A prática de atividades físicas
Um dos principais sinais pode ser a dificuldade de
praticar atividades físicas. O paciente, muitas vezes, não consegue correr ou
andar pela falta de força muscular. "Quando respira, apoia as mãos nos
joelhos, sente muito cansaço, dor muscular crônica e o esforço para
inspirar/expirar é maior", explica Dr. Marcondes.
Desafio para subir escadas e até mesmo levantar da
cadeira
O grande desafio do paciente é ter força muscular
para executar tarefas simples, como subir escadas ou até levantar da cadeira.
Os músculos mais afetados são os glúteos, abdominais e da região pélvica.
"Não há perda de equilíbrio ou controle dos movimentos, apenas a falta de
força muscular para realizá-los", informa Dra. Fischinger.
Dificuldade para dormir
Outra área afetada pela doença é o sono. Os
pacientes, geralmente, não dormem direito. Segundo a presidente da SBGM, o
motivo é a falta de energia para movimentar o diafragma e os músculos
intercostais responsáveis pela inspiração/expiração. Isto acaba provocando
interrupções no sono, insônia, irritabilidade, cansaço diurno e dor de cabeça.
Aumento no tamanho do coração
O comprometimento do funcionamento da enzima
Alfaglicosidade Ácida (GAA) causa o excesso de glicogênio no organismo. Esta
substância se espalha pelo corpo, afetando, sobretudo, os músculos e o coração.
Nas formas infantis da doença, o coração aumenta de tamanho, o que acaba
interferindo com sua função. Os pacientes podem desenvolver sintomas como falta
de ar, inchaço no corpo e palpitações. "Quando não tratada adequadamente,
essa manifestação cardíaca pode levar o paciente a óbito", conclui
Marcondes.
Sanofi
Referência
Bibliográfica:
1 - American Association of Neuromuscular & Electrodiagnostic
Medicine. Diagnostic criteria for late-onset (childhood and adult) Pompe
disease. Muscle Nerve. 2009;40:149-160.2 - Mellies U, Lofaso F. Pompe disease: a neuromuscular disease with respiratory muscle involvement. Respir Med. 2009;103:477-484.
3 - Kishnani PS, Steiner RD, Bali D, et al. Pompe disease diagnosis and management guideline. Genet Med. 2006;8:267-288.
4 - Winkel LP, Hagemans ML, van Doorn PA, et al.
The natural course of non-classic Pompe's disease; a review of 225 published
cases. J Neurol. 2005;252:875-884.
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