A engenheira e professora da
pós-graduação da FASM, Enilce Maurano Oetterer, explica sobre as matérias
primas de ação repelente e fala como utilizar os
produtos com segurança
Em tempos de dengue,
febre chikungunya e zika vírus, a população brasileira busca cada vez mais se
proteger contra as nocivas picadas de insetos, que podem trazer doenças, além
de, na maioria das vezes, causar reações alérgicas. Pensando nisso, a
especialista esclarece questões relacionadas ao uso dos produtos repelentes
para quem quer se proteger sem correr riscos, tanto de acabar picado por uso
errôneo, quanto por intoxicação pelos próprio repelentes.
A professora
ressalta que os repelentes de insetos são classificados como produtos
cosméticos e são desenvolvidos com a finalidade de repelir os insetos e devem
ser aplicados sobre a pele.
Apresentam-se nas mais variadas formas como loção,
spray, emulsões, misturas líquidas, etc
Várias matérias
primas fazem parte das diferentes composições químicas dos repelentes de
insetos encontrados no mercado. Segundo a Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária - ANVISA, as substâncias ativas aprovadas para a utilização em
formulações de produtos repelentes são:
• Icaridina®:
substância indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo princípio
ativo sintético é derivado da pimenta. Em concentração de 10% confere proteção
por um período de três a cinco horas e, a 20%, de oito a dez horas.
• IR3535®:
é um dos produtos mais seguros, podendo ser utilizado por lactantes, crianças e
gestantes. Em concentração de 30% é permitido pela Anvisa para crianças
acima de 6 meses. Seu período de proteção conferido é de quatro horas.
• DETT:
criado pelo Exército americano na Segunda Guerra Mundial, é efetivo
contra picadas de insetos, carrapatos e artrópodes. Em concentração de até
10%, não deve ser aplicado mais que três vezes ao dia em crianças de 2 a
12 anos.
Precauções
necessárias na utilização de produtos repelentes sobre a pele
A especialista
recomenda que o consumidor deve ficar atento ao observar a rotulagem do
produto, verificando as instruções de uso, no que se refere ao modo de
aplicação, às condições de armazenamento do produto, precauções bem como os
seus cuidados no manuseio. Além disso, é importante observar se o repelente é
adequado para o uso em crianças.
• Leia
as instruções antes de usar
• Escolher
os produtos, de acordo com a idade do usuário.
• Não
deverá ser utilizado sobre a pele irritada ou com apresentar lesões.
• Não
usar nenhum tipo de pulverizador diretamente sobre o rosto.
• Em
casos de transpiração intensa reaplicar o produto
• Não
ingerir e não o inalar o produto
• Aplique
o produto de forma homogênea em todas as partes expostas da pele.
• Aplique
primeiramente o produto nas mãos e a seguir leve ao rosto.
• Aplique
o produto de forma homogênea em todas as partes expostas da pele.
• Não
aplique na região dos olhos, boca e mucosas
•
Lavar as mãos após aplicar para evitar contatos com os olhos e
ingestão acidental
•
Crianças não devem manipular repelentes. Os adultos devem antes aplicar
em sua próprias mãos e depois espalhar delicadamente na pele das crianças.
Nunca aplique repelentes nas mãos da crianças para evitar ingestão ou contato
com os olhos acidentalmente.
A professora também frisa que receitas caseiras apesar de
mais econômicas devem ser evitadas, já que a composição normalmente não é
submetida aos testes dermatológicos para alergias, toxicidade, irritações
cutâneas e aos testes de eficácia, relativo a dosagem e tempo de reaplicação.
“Desta maneira, sem os testes apropriados, o usuário pode supor que está
protegido, mas corre o risco de ser picado por mosquitos transmissores de
doenças com consequências nocivas à saúde”, alerta a especialista.
Faculdade Santa Marcelina
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