POEIRA, TEMPO SECO E RINITE: UMA COMBINAÇÃO NADA
SAUDÁVEL
Cerca de 90% das pessoas que sofrem com a doença são alérgicas
a poeira domiciliar; especialista do Hospital CEMA explica a causa e dá dicas
de como evitar crises respiratórias
Com a chegada da primavera e a atípica ausência de chuvas, há
um grupo de pessoas que sofrem muito mais do que outras as consequências do
tempo seco: aquelas que têm rinite alérgica. Atualmente, cerca de 30% das
pessoas no Brasil sofrem do problema, segundo a Academia Brasileira de
Rinologia. E 90% delas são sensíveis a um ácaro comum, presente na poeira
domiciliar. “Através do prurido (coceira) e irritação nos olhos, nariz,
garganta e pulmões o corpo reconhece a poeira e reage a ela. Tudo isso pode
desencadear doenças como a rinite alérgica e outras”, explica o
otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.
A rinite alérgica é a resposta do organismo a um
componente considerado nocivo. O nariz funciona como um filtro que impede a
entrada de agentes que possam prejudicar a saúde dos pulmões. No entanto,
partículas como poeira, pólen e pelos de animais, que a maioria considera
normal, para o organismo do alérgico é nocivo. Daí vem o espirro, a coceira,
obstrução nasal, a coriza: são sintomas de que o corpo está tentando eliminar o
potencial agressor. Alguns casos de rinite são sazonais e estão associados à
alergia ao pólen e fungos presentes no ar. No entanto, a grande maioria tem no
ácaro o maior vilão.
O ácaro é um aracnídeo que se alimenta de restos de
alimentos, tecidos, pele humana e de animais. Por isso, engana-se quem pensa
que somente a poeira visível está cheia desses microrganismos: eles também
estão presentes nas fibras dos colchões, nos travesseiros e móveis e gostam de
ambientes quentes e úmidos, sem muita iluminação. O hábito de espanar ou varrer
o ambiente não diminui a quantidade de ácaros, apenas os espalha. O ideal é
recorrer sempre a um pano úmido. O especialista do CEMA lembra ainda do quanto
a água é essencial nessa composição. “Para amenizar a poeira no ambiente é
importante fazer uso de umidificadores e manter uma hidratação rigorosa”,
ressalta.
Já no caso das crianças e idosos, que são mais
sensíveis a problemas respiratórios, é necessário recorrer à inalação com
solução fisiológica, se preciso. Quanto ao tempo seco, o médico recomenda que
as pessoas – não somente as que sofrem de rinite alérgica – evitem banhos
quentes demorados e o uso de espanadores ou aspiradores de pó que não possuem
filtros do tipo HEPA ou de água. Tais filtros são melhores que os comuns, pois
filtram até 99,9% das impurezas contidas no ar que respiramos. A manutenção do
ar-condicionado, inclusive o do carro, também é outro item importante, pois
aparelhos sem a devida limpeza podem acumular fungos, bactérias e ácaros,
provocando assim mais crises alérgicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário