quinta-feira, 18 de setembro de 2014


POEIRA, TEMPO SECO E RINITE: UMA COMBINAÇÃO NADA SAUDÁVEL

 

Cerca de 90% das pessoas que sofrem com a doença são alérgicas a poeira domiciliar; especialista do Hospital CEMA explica a causa e dá dicas de como evitar crises respiratórias

 

Com a chegada da primavera e a atípica ausência de chuvas, há um grupo de pessoas que sofrem muito mais do que outras as consequências do tempo seco: aquelas que têm rinite alérgica. Atualmente, cerca de 30% das pessoas no Brasil sofrem do problema, segundo a Academia Brasileira de Rinologia. E 90% delas são sensíveis a um ácaro comum, presente na poeira domiciliar. “Através do prurido (coceira) e irritação nos olhos, nariz, garganta e pulmões o corpo reconhece a poeira e reage a ela. Tudo isso pode desencadear doenças como a rinite alérgica e outras”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.

A rinite alérgica é a resposta do organismo a um componente considerado nocivo. O nariz funciona como um filtro que impede a entrada de agentes que possam prejudicar a saúde dos pulmões. No entanto, partículas como poeira, pólen e pelos de animais, que a maioria considera normal, para o organismo do alérgico é nocivo. Daí vem o espirro, a coceira, obstrução nasal, a coriza: são sintomas de que o corpo está tentando eliminar o potencial agressor. Alguns casos de rinite são sazonais e estão associados à alergia ao pólen e fungos presentes no ar. No entanto, a grande maioria tem no ácaro o maior vilão.

O ácaro é um aracnídeo que se alimenta de restos de alimentos, tecidos, pele humana e de animais. Por isso, engana-se quem pensa que somente a poeira visível está cheia desses microrganismos: eles também estão presentes nas fibras dos colchões, nos travesseiros e móveis e gostam de ambientes quentes e úmidos, sem muita iluminação. O hábito de espanar ou varrer o ambiente não diminui a quantidade de ácaros, apenas os espalha. O ideal é recorrer sempre a um pano úmido. O especialista do CEMA lembra ainda do quanto a água é essencial nessa composição. “Para amenizar a poeira no ambiente é importante fazer uso de umidificadores e manter uma hidratação rigorosa”, ressalta.

Já no caso das crianças e idosos, que são mais sensíveis a problemas respiratórios, é necessário recorrer à inalação com solução fisiológica, se preciso. Quanto ao tempo seco, o médico recomenda que as pessoas – não somente as que sofrem de rinite alérgica – evitem banhos quentes demorados e o uso de espanadores ou aspiradores de pó que não possuem filtros do tipo HEPA ou de água. Tais filtros são melhores que os comuns, pois filtram até 99,9% das impurezas contidas no ar que respiramos. A manutenção do ar-condicionado, inclusive o do carro, também é outro item importante, pois aparelhos sem a devida limpeza podem acumular fungos, bactérias e ácaros, provocando assim mais crises alérgicas.

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