De 18 a 25
de setembro será comemorada a Semana Nacional do Trânsito. Fiquei pensando
sobre a data. Outro dia fui visitar a empresa de um amigo e ele me dizia que
agora tocava seus negócios avaliando se o que estava fazendo era apenas
movimento ou se gerava progresso. Passei a refletir sobre sua visão e acabei
concluindo que ele está muito certo em sua filosofia simples e eficaz.
Estamos
muito acostumados no nosso país a assistir inúmeros movimentos, mas quase
nenhum progresso. Isto acontece nas mais diversas áreas. O Congresso Nacional é
um bom exemplo. Muito se noticia, mas pouco se vota. No ensino público as
crianças vão à escola, mas não aprendem, apesar de passar de ano. Nossos
impostos são recolhidos com vigor, mas não resultam em progresso.Nas questões sobre o trânsito não é diferente. Aumenta-se a arrecadação ano a ano, radares são implantados, multas são aplicadas cada vez mais, mas este dinheiro que deveria ser revertido em ações que objetivem na educação no trânsito, ninguém vê para onde vai. Nosso modelo de habilitação para pilotar motocicletas é o mesmo há décadas e as pessoas continuam se preparando apenas para passar no teste e não para enfrentar o trânsito.
O mesmo acontece com a segurança dos motociclistas. O número de roubos aumenta a cada ano. O mercado negro de peças cresce exponencialmente e pouco se faz para resolver a questão. O máximo que vemos é algum movimento aqui, outro ali, mas cadê o progresso?
Qual a preocupação que o poder público tem com o motociclista? Recentemente foi aprovada a lei que garante aos motofretistas o recebimento de um adicional de risco de 30% no seu salário. Ao aprovar esta lei, fica intrínseco que o governo está proferindo o seguinte: “Olha, esta profissão oferece risco à vida, por este motivo, vamos fazer os empregadores pagarem 30% a mais a esses profissionais”.
E, diante disso, fica a minha pergunta: “E você, Governo, que admite a existência de perigo para a execução desta profissão, está fazendo o quê para garantir a segurança? O que faz para qualificar esses profissionais?”.
Por que não desonerar equipamentos básicos de segurança como capacetes e peças das motocicletas? Por que não combater a venda de peças usadas que são vendidas livremente? Por que não realizar estudos sérios em favor das motofaixas, que garantem a segurança aos motociclistas? Por que não realizar campanhas de comunicação divulgando o que é certo e não apenas falando o que é errado?
Infelizmente, são pouquíssimos os movimentos e quase nenhum progresso. Apesar da sua relevância para a sociedade, e do número de vidas e empregos envolvidos, o mundo das duas rodas tem que se virar sozinho e é justamente isto que temos visto. Recentemente, a Honda lançou uma motocicleta de 150 cilindradas com o sistema de freio combinado. Na prática, a moto freia as duas rodas de maneira combinada, o que garante ao usuário maior poder de frenagem, portanto maior segurança. Os sistemas de freio a disco e ABS estão cada vez mais frequentes nas lojas e, em breve, dominarão 100% do mercado, o que também é um avanço.
Concessionários, Sindicatos e Associações realizam treinamentos de qualificação para pilotagem e campanhas de manutenção preventiva para reduzir o número de acidentes. E a sociedade civil se organizou para promover o progresso, já que os governos, se quer realizam movimentos.
Estamos em meio a “Década de Ação para o Trânsito Seguro”, programa estabelecido pela ONU que visa provocar nos governos ações que visam proteger a vida no trânsito. Já estamos no quarto ano e até agora o máximo que o Governo Federal fez em favor dos motociclistas, foi dizer que as motocicletas fazem parte do seu compromisso, afirmando haver um pacto pela vida, mas como é este pacto, o que está sendo feito, quando veremos algo concreto e quais os resultados esperados, ninguém sabe.
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