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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Calor extremo e tempestades: médico alerta para riscos à saúde no verão 2026

Dr. Armindo Matheus, diretor médico da Nova Saúde, explica como as altas temperaturas e as chuvas intensas previstas para este verão podem afetar o corpo e orienta formas simples de prevenção.

 

O verão que se aproxima deve ser um dos mais intensos dos últimos anos. Previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indicam a presença simultânea de ondas de calor mais fortes e períodos de chuva acima da média em várias regiões do país, o que pode afetar diretamente a saúde da população.

Embora calor e chuva façam parte da estação, especialistas têm chamado atenção para a intensidade dos extremos. E, segundo o Dr. Armindo Matheus, diretor médico da Nova Saúde, esse clima combinado exige mais cuidado do que se imagina. 

“O corpo humano funciona como um sistema delicado de equilíbrio. Quando o calor é muito intenso, ou quando temos umidade e chuvas constantes, esse equilíbrio se rompe com facilidade, e isso pode gerar desde mal-estar leve até quadros graves, especialmente em pessoas vulneráveis”, explica o médico. 

Durante ondas de calor, o organismo perde água mais rápido, o sistema cardiovascular trabalha sob pressão e a temperatura interna aumenta, podendo levar a desidratação, tontura, alteração da pressão arterial, exaustão e até desmaios. Já em períodos chuvosos, há maior circulação de vírus, contaminação de água, aumento de arboviroses e risco de infecções respiratórias. 

O problema é que, muitas vezes, os sinais são sutis e passam despercebidos.

“Um pouco de dor de cabeça, urina mais escura, cansaço fora do comum… muita gente ignora, achando que é só cansaço do dia a dia. Mas esses sinais mostram que o corpo está pedindo ajuda. Quanto mais cedo a pessoa se hidrata, se protege do sol e reorganiza sua rotina, menor a chance de desenvolver algo mais sério”, afirma Dr. Armindo. 


Grupos mais vulneráveis: idosos e crianças sentem primeiro

Entre todos os impactos do calor e da umidade, idosos e crianças merecem atenção especial, e não apenas porque são mais sensíveis às variações climáticas, como o especialista detalha: 

“O corpo das crianças ainda está em desenvolvimento e não consegue regular a temperatura com a mesma eficiência de um adulto. Já os idosos, por terem menor reserva hídrica e, muitas vezes, doenças associadas, desidratam mais rápido e percebem os sintomas mais tarde. Com eles, a prevenção precisa ser ainda mais rígida.” 

Em ambos os grupos, sinais como irritabilidade, sonolência excessiva, choro sem motivo, cansaço extremo e pouca urina podem indicar que o organismo já está entrando em sobrecarga.

 

O corpo sente o calor antes de você perceber

Quando a temperatura sobe demais, o organismo precisa fazer um esforço maior para se resfriar. É nesse processo que muitos sintomas aparecem, conforme lista o Dr. Armindo Matheus:

  • suor excessivo e perda acelerada de líquidos;
  • queda da pressão ou aumento repentino;
  • taquicardia;
  • fadiga e sensação de corpo “pesado”;
  • piora de problemas renais;
  • aumento do risco de arritmias ou AVC em pessoas predispostas.

“Pacientes hipertensos ou diabéticos são especialmente vulneráveis. O calor altera glicemia, pressão e o funcionamento dos rins. Pequenas oscilações que seriam toleráveis no inverno viram riscos reais no verão”, explica.

 

Chuvas fortes trazem outros perigos

As chuvas intensas previstas para este verão também representam riscos, e não apenas de enchentes.

O aumento da umidade e das áreas alagadas favorece doenças como:

  • dengue,
  • hepatite A,
  • leptospirose,
  • diarreias infecciosas,
  • infecções respiratórias.

A combinação de água parada e altas temperaturas forma um ambiente perfeito para vetores e microrganismos.

“Mesmo quem não entra em contato com enchentes pode adoecer. Água contaminada, alimentos mal higienizados e proliferação de mosquitos são riscos silenciosos. A prevenção precisa estar no dia a dia das pessoas”, reforça o diretor médico.

 

Sinais de alerta — procure atendimento se tiver:

  • tontura persistente ou desmaio;
  • febre alta que não melhora;
  • vômitos intensos;
  • falta de ar;
  • urina escura ou quantidade reduzida;
  • confusão mental;
  • batimentos acelerados.

“Esses sintomas mostram que o corpo está entrando em sobrecarga. Quanto mais cedo a pessoa é atendida, menores os riscos”, orienta o Dr. Armindo.

 

Como se proteger neste verão

  • Beba água ao longo do dia, mesmo sem sede.
  • Evite sol direto entre 10h e 16h.
  • Prefira alimentos leves e ricos em água.
  • Use roupas frescas e de cores claras.
  • Evite atividades físicas nas horas de maior calor.
  • Se chover muito, não entre em contato com água acumulada.
  • Ferva ou filtre a água sempre que houver dúvida sobre a qualidade.
  • Mantenha vacinas e exames em dia, especialmente para quem tem doenças crônicas.
  • Redobre a atenção com idosos e crianças, eles desidratam mais rápido. 

“O verão é uma estação linda, mas também exige cuidado. Pequenas atitudes salvam vidas, e a informação correta é sempre o primeiro passo”, conclui o especialista.

 

Calor extremo: uma ameaça crescente à saúde dos brasileiros

Freepik
 Especialista do Sírio-Libanês alerta que exposição prolongada a altas temperaturas pode desencadear desidratação e até falência térmica

 

O Brasil vive uma escalada preocupante de calor extremo. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)1, o número de dias com ondas de calor saltou de 7 para 52 ao longo de 30 anos, evidenciando que o fenômeno deixou de ser isolado para se tornar rotina. No cenário global, um relatório do World Weather Attribution2 aponta que, em apenas 12 meses, cerca de 4 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, enfrentaram ao menos 30 dias adicionais de calor extremo devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem. 

Diante desse cenário, Luis Fernando Penna, clínico-geral e coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, reforça que o impacto das temperaturas elevadas na saúde ainda é subestimado. “Muitas pessoas acreditam que o calor causa apenas mal-estar, mas estamos falando de riscos reais que incluem desde quedas de pressão até falência térmica. Em dias de temperaturas extremas, o corpo trabalha no limite”, afirma. 

Penna explica que, para dissipar o calor, o organismo aumenta a sudorese, acelera os batimentos cardíacos e dilata os vasos sanguíneos. Esses mecanismos, porém, têm limite e, quando falham, instala-se a falência térmica, uma emergência médica caracterizada por confusão mental, fala arrastada, pele quente e seca, e temperatura corporal acima de 40°C. “Se esses sinais aparecem, é fundamental procurar atendimento imediato”, alerta o médico. 

O calor extremo também agrava doenças crônicas como hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e doença renal crônica. O uso de determinados medicamentos pode aumentar ainda mais a vulnerabilidade, já que diuréticos favorecem desidratação e queda de pressão; anti-hipertensivos somam seus efeitos à vasodilatação natural do calor; antidepressivos, anticolinérgicos e antipsicóticos podem reduzir a sudorese ou alterar a regulação térmica. “Para quem já tem uma condição de base, o calor impõe uma sobrecarga perigosa ao organismo”, explica o especialista. 

Os efeitos, porém, não se restringem ao corpo. Altas temperaturas interferem no sono, prejudicam o humor, aumentam a irritabilidade e reduzem a produtividade, já que a privação de descanso adequada afeta a atenção, memória e tomada de decisão. 

Nesse contexto, Penna explica que a hidratação apropriada, incluindo reposição de eletrólitos, é essencial, mas não suficiente. Segundo ele, a recomendação é evitar exposição ao sol entre 10h e 16h, usar roupas leves e claras, priorizar ambientes ventilados ou climatizados e evitar exercícios intensos durante períodos de calor extremo. “Trabalhadores expostos ao sol, como profissionais da construção civil, coleta de lixo e entregadores, devem fazer pausas frequentes nos horários mais quentes”, ressalta. 

Entre os grupos mais vulneráveis estão: idosos, que têm menor percepção de sede e regulação térmica menos eficiente; crianças, que desidratam mais rapidamente; gestantes; pessoas com doenças crônicas; e indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Hábitos comuns como dormir pouco, manter ambientes fechados sem ventilação, ignorar sinais de sede ou tontura e aumentar o consumo de álcool ampliam ainda mais os riscos. 

Para Penna, a prevenção continua sendo a principal ferramenta diante de altas temperaturas. “Não existe adaptação completa para ondas de calor extremas e repetidas. Acima de 35°C com alta umidade, o corpo humano simplesmente não consegue funcionar como deveria. Reconhecer sinais precoces e adotar medidas preventivas é essencial para evitar situações de risco”, conclui.

 

Erros mais frequentes ao tentar se refrescar 

  • Usar roupas escuras e tecidos pesados, que retêm calor e dificultam a ventilação;
  • Tomar banhos gelados, que provocam efeito rebote e fazem o corpo aumentar a produção de calor;
  • Exagerar no uso do ar-condicionado, criando ambientes excessivamente frios e favorecendo choques térmicos;
  • Aumentar o consumo de álcool acreditando que ajuda a relaxar, quando na verdade ele acelera a desidratação;
  • Permanecer em ambientes fechados e sem circulação de ar, onde o calor se acumula e pode ser mais intenso do que ao ar livre;
  • Deixar de priorizar a hidratação adequada ao longo do dia, confiando apenas em soluções imediatistas como ventiladores ou duchas.

 

Hospital Sírio-Libanês
Saiba mais em nosso site: Link


Gripe, laringite ou amigdalite? Saiba como diferenciar as causas da dor de garganta

 Especialista do Hospital Paulista explica os sinais que ajudam a identificar cada doença e dá dicas de prevenção

 

Dor de garganta é um sintoma que todo mundo já teve — e que costuma levantar a mesma dúvida: afinal, é gripe, laringite ou amigdalite? Embora as três condições afetem a região da garganta, cada uma delas tem causas e manifestações diferentes, o que exige cuidados específicos. 

Segundo a Dra. Anike Nascimbem, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em ouvido, nariz e garganta —, a gripe costuma vir acompanhada de dor de cabeça, tosse, obstrução nasal, mal-estar e febre. Já a laringite tem como sinais mais típicos a irritação na garganta, rouquidão e tosse seca. A amigdalite, por sua vez, é uma inflamação nas amígdalas, geralmente marcada por dor intensa ao engolir, febre e mal-estar. 

“A dor de garganta está presente nas três condições, mas os outros sintomas ajudam a identificar qual é a causa”, explica a especialista. “Quando há rouquidão, por exemplo, pensamos em laringite. Já se a dor for muito forte e houver dificuldade para engolir, é mais provável que seja uma amigdalite.” 

A médica reforça que é sempre importante procurar atendimento médico em caso de dúvida ou quando os sintomas pioram. “Febre persistente por mais de 48 horas, falta de ar, dor de garganta intensa ou dificuldade importante para engolir são sinais de alerta que merecem avaliação imediata”, alerta. 

Para prevenir essas infecções, especialmente nos períodos de tempo seco ou frio, a recomendação é simples: hidratação, alimentação saudável e descanso adequado. “Beber bastante água, fazer lavagem nasal, manter os ambientes úmidos e praticar atividades físicas ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a proteger as vias respiratórias”, orienta a Dra. Anike.

  

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

 

Desmistificando a FIV: oito passos para entender o tratamento e evitar expectativas irreais

Especialista esclarece dúvidas e mitos que ainda confundem quem inicia a busca por tratamento de fertilidade 

 

A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos tratamentos mais conhecidos quando o assunto é dificuldade para engravidar — mas também um dos mais cercados de dúvidas, expectativas irreais e mitos propagados nas redes sociais. Para muitas pessoas, a FIV ainda é vista como um procedimento que garante a gravidez independentemente da idade ou das condições de saúde do casal. 

Para ajudar a esclarecer o que realmente importa, Viviane Santana, especialista em reprodução humana e gerente médica da Organon, reúne oito passos fundamentais para desmistificar o tratamento e orientar quem está dando os primeiros passos nessa jornada. 

 

1. Nem todo casal com dificuldade para engravidar precisa de FIV 

Segundo Viviane, o primeiro mito a ser quebrado é o de que a FIV é indicada automaticamente para qualquer casal com dificuldade de concepção. 
“Muitos casos conseguem bons resultados com tratamentos mais simples, medicamentos orais ou mudanças no estilo de vida. Cada indivíduo é único, e a indicação depende totalmente da avaliação médica”, afirma. 

Ela reforça que não há sinais “óbvios” de que alguém vá precisar de FIV: 
“Há casais com exames totalmente normais que não engravidam naturalmente, e outros com diversos fatores que conseguem. O ideal é buscar orientação quando não há sucesso após o período recomendado de tentativas.”  

 

2. A idade reprodutiva continua sendo determinante  

Casos de celebridades grávidas após os 40 anos alimentam falsas expectativas. 
“Esses casos de exceção acabam se sobressaindo e criando a impressão de que a idade não é um fator relevante. Mas a realidade é que a reserva ovariana cai com o passar dos anos, especialmente após os 30”, explica Viviane. 

De acordo com Viviane, a idade da mulher é, possivelmente, o fator de maior impacto para as chances reais de gravidez  

“Há uma falsa ideia de que a FIV garante gravidez independentemente da idade. Mas mesmo com alta tecnologia, as chances caem muito após os 40 anos. É fundamental buscar avaliação o quanto antes para evitar atrasos que agravem o quadro”, afirma.  

 

3. A fertilidade masculina também importa 

Por muitos anos, acreditou-se que a infertilidade era um tema essencialmente feminino, o que ainda hoje atrasa diagnósticos e tratamentos. Segundo Viviane Santana, essa percepção equivocada continua presente em diversos atendimentos. 

“Mesmo com produção contínua de espermatozoides, existem muitos fatores masculinos que podem levar a alterações de fertilidade. A avaliação dos dois parceiros é essencial para definir o melhor tratamento. Quando apenas a mulher é avaliada, perdemos um tempo precioso”, explica. 

 

4. O ciclo da FIV não é igual para todos 

Um ciclo de FIV costuma acompanhar o ritmo do ciclo menstrual, mas cada paciente responde de maneira diferente. 
“Um ciclo convencional leva de 10 a 14 dias até a coleta dos óvulos, mas a resposta aos estímulos hormonais é individual. Em alguns casos, sobretudo com reserva ovariana baixa, é esperado que mais de um ciclo seja necessário”, explica Viviane. 

Esse ponto é fundamental para evitar frustrações. 
“Muitas situações interpretadas como ‘fracasso’ são, na verdade, parte natural do processo. O alinhamento de expectativas evita abandono e sofrimento emocional desnecessário”, completa.  

Viviane reforça que também não existe uma “taxa de sucesso” universal. 
“Os fatores são múltiplos e individuais. Não há uma taxa de sucesso única que se aplique a todos os casos”, diz. 

 

5. Desconfortos e riscos: nem tudo é tão grave ou tão leve quanto parece 

As redes sociais podem amplificar medos ou minimizar riscos. 
“Há pacientes que sentem mais desconfortos, outras menos. É muito individual. Os efeitos mais comuns são inchaço, dor nas aplicações e alterações de humor”, diz Viviane. 

Ela explica que alguns medos ficaram ultrapassados. 
“O receio de gravidez gemelar após FIV é muito superdimensionado. Hoje, a transferência de embriões é ajustada e, na maioria dos casos, é feito com apenas um embrião”, destaca. 

Por outro lado, alguns riscos merecem mais atenção. 
“Complicações como reações exageradas aos hormônios ou torções ovarianas existem e precisam de acompanhamento rigoroso. Seguir a orientação médica é crucial para evitar problemas”, orienta.  

 

6. Custos: avanços tornaram o acesso mais diverso, mas ainda limitado 

Os avanços recentes trouxeram novas opções de medicamentos e técnicas, permitindo adaptar o tratamento às condições de cada paciente. 
“Hoje existem alternativas para reduzir custos, sempre conforme a indicação médica. Alguns centros também têm programas com valores mais acessíveis para determinados perfis”, explica Viviane. 

Mas ela lembra que o cenário ainda é desafiador no Brasil. 
“Infelizmente, temos poucos centros públicos e a maioria dos planos não reembolsa o tratamento. A ampliação do acesso ainda é um ponto importante a ser desenvolvido”, afirma.  

 
7. A tecnologia evoluiu, mas nem toda novidade é solução 

O avanço da reprodução assistida nos últimos anos é significativo. 
“Hoje temos medicamentos mais seguros, laboratórios de última geração e maior individualização dos tratamentos, o que aumenta as chances de sucesso”, explica Viviane. 

Mas é importante cautela com supostas “inovações” populares nas redes. 
“Modismos que prometem resultados milagrosos não têm respaldo científico. Cada caso deve ser avaliado para entender o que realmente agrega ao tratamento”, alerta.  

 
8. O fator emocional é tão importante quanto o clínico 

Viviane destaca que a jornada da infertilidade traz forte impacto emocional. 
“Há altos índices de ansiedade, estresse e depressão entre pacientes que enfrentam dificuldades para engravidar. Esses sentimentos aparecem em todas as etapas, desde as tentativas naturais às fases da FIV”, explica. 

O acompanhamento psicológico pode ser decisivo para o sucesso. 
“A taxa de abandono do tratamento é alta, e a maior causa é o esgotamento emocional. Quando o casal tem apoio psicológico, enfrenta melhor o processo e tem mais chance de permanecer até o fim, o que aumenta as chances de sucesso”, afirma.  
 

Depois de desmistificar as principais crenças sobre o tema, Viviane reforça que informação e tempo são aliados fundamentais ao longo de toda a jornada reprodutiva. 

“Mulheres com até 35 anos e sem histórico de problemas reprodutivos podem tentar engravidar naturalmente por até um ano, porque esse é o tempo considerado normal de tentativas. Já para mulheres acima de 35 anos ou com histórico familiar, o ideal é buscar orientação médica após seis meses sem sucesso. Quanto mais cedo vier a avaliação, maiores são as chances de um tratamento assertivo e de transformar o sonho em realidade”, conclui. 

 

Organon
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Novo medicamento para câncer cerebral já está disponível no Brasil

Terapia-alvo representa primeira inovação para o tratamento de gliomas de baixo grau em duas décadas¹

 

Pacientes brasileiros diagnosticados com um tipo de tumor cerebral conhecido como glioma difuso de baixo grau com mutação IDH 1/2 já podem ter acesso ao medicamento Voranigo® (vorasidenibe)2. Disponível em comprimidos de uso diário, o medicamento foi aprovado pela Anvisa3 em agosto deste ano e acaba de ter seu preço publicado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED)4. Com isso, o produto da farmacêutica Servier está oficialmente autorizado a ser comercializado no Brasil, mediante indicação médica, atendendo a uma população que ficou mais de 20 anos sem inovações para o tratamento e manejo dessa doença¹. 

Indicado para adultos e adolescentes a partir dos 12 anos com astrocitomas ou oligodendrogliomas de baixo grau (grau 2), o medicamento é destinado a pacientes que já passaram por cirurgia e não possuem necessidade imediata de quimioterapia ou radioterapia. O vorasidenibe age bloqueando as enzimas IDH1 e IDH2 mutadas, responsáveis pela produção de substâncias que estimulam o crescimento de células tumorais.2 O tratamento é uma terapia-alvo e demonstrou resultados promissores no estudo clínico INDIGO, ao reduzir em 61% o risco de progressão da doença e retardar a necessidade de novas intervenções terapêuticas.5

O glioma é um tipo de tumor que se desenvolve principalmente no cérebro e pode surgir de diferentes tipos de células gliais que circundam as células nervosas.6,7,8 A nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021 considera três categorias de gliomas difusos do tipo adulto.8 O prognóstico desses tumores está intimamente ligado às mutações ou ausências delas, sendo a realização de testes laboratoriais para pesquisa da presença da mutação na enzima IDH essencial para o correto diagnóstico e tratamento desses pacientes.6,8 

Os gliomas difusos com mutações no IDH representam os tumores cerebrais malignos primários mais comuns diagnosticados em adultos com menos de 50 anos de idade. Sem tratamento, continuam a crescer e infiltrar o tecido cerebral normal. 9,10,11 Entre os sintomas mais comuns estão alterações na função mental, convulsões, dificuldades da fala, fraqueza ou dormência em uma ou mais parte do corpo como dedos, pernas, ou até um lado do rosto, dores de cabeça persistentes, náusea e vômito.6,7,12

Até então, as opções de tratamento eram restritas principalmente à cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Com a chegada do vorasidenibe, os pacientes com glioma do tipo adulto com mutação de IDH grau 2 passam a contar com uma terapia-alvo, possibilitando o adiamento de novas intervenções mais invasivas. 6,9,13

 

 

Servier - grupo farmacêutico global regido por uma fundação sem fins lucrativos, comprometido em gerar um impacto social significativo para os pacientes e contribuir para um mundo sustentável.

Referências

1. WAHNER, A. Vorasidenib Breaks Through as the First Systemic Therapy for Select Patients With Glioma. OncLive, New Jersey, 6 sept. 2024. Disponível em: https://www.onclive.com/view/vorasidenib-breaks-through-as-the-first-systemic-therapy-for-select-patients-with-glioma. Acesso em: 02 jan. 2025.

2. SERVIER do Brasil. Bula profissional: VORANIGO® (vorasidenibe) comprimidos revestidos 10 mg e 40 mg. São Paulo: Laboratórios Servier do Brasil Ltda., set. 2025. Disponível em: Link. Acesso em: 11/11/2025.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2ª Diretoria. Gerência Geral de Medicamentos. Resolução Normativa nº 3024, de 8 de agosto de 2025. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 11 ago. 2025.

4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Lista de preços de medicamentos. Brasília, DF, 2025. Disponível em: Link. Acesso em: 11 nov. 2025.

5. O'LEARY, Karen. A new targeted therapy for low-grade glioma. Nature Medicine, 2023.

6. WELLER, M. et al. Glioma. Nature Reviews Disease Primers, v. 10, n. 1, p. 33, 2024.

7. MAYO CLINIC. Glioma: Symptoms and Causes, Mayo Clinic, 19 dec. 2024. Disponível em: Link. Acesso em: 02 jan. 2025.

8. LOUIS, D. N. et al. The 2021 WHO classification of tumors of the central nervous system: a summary. Neuro-oncology, v. 23, n. 8, p. 1231-1251, 2021.

9. REES, J. et al. Volumes and growth rates of untreated adult low-grade gliomas indicate risk of early malignant transformation. European journal of radiology, v. 72, n. 1, p. 54-64, 2009.

10. MANDONNET, E. et al. Continuous growth of mean tumor diameter in a subset of grade II gliomas. Annals of Neurology: Official Journal of the American Neurological Association and the Child Neurology Society, v. 53, n. 4, p. 524-528, 2003.

11. MILLER, J. J. et al. Isocitrate dehydrogenase (IDH) mutant gliomas: a Society for Neuro-Oncology (SNO) consensus review on diagnosis, management, and future directions. Neuro-oncology, v. 25, n. 1, p. 4-25, 2023.

12. POSTI, J. P. et al. Presenting symptoms of glioma in adults. Acta Neurologica Scandinavica, v. 131, n. 2, p. 88-93, 2015.

13. MELLINGHOFF, Ingo K. et al. Vorasidenib in IDH1-or IDH2-mutant low-grade glioma. New England Journal of Medicine, v. 389, n. 7, p. 589-601, 2023.


Energético + álcool: o coquetel de risco para o coração nas festas de fim de ano


O final de ano chegou e, com ele, as confraternizações e celebrações. É um período de alegria, reencontros e, muitas vezes, de exageros que podem passar uma conta alta para a saúde. Entre os riscos que se intensificam nesta época está o consumo, muitas vezes combinado, de bebidas energéticas e álcool – uma mistura aparentemente inofensiva, mas que pode ser uma ameaça silenciosa ao coração. 

Dados apresentados recentemente em um fórum médico mostram que mais de 50% dos adultos já experimentaram energéticos, e até 10% consomem diariamente em algumas regiões. O público jovem é o principal alvo. "É uma questão de saúde pública urgente. Os energéticos são vendidos com uma aura de vitalidade e performance, mas seu uso, principalmente quando associado ao álcool, esconde riscos cardiovasculares sérios que a população desconhece", alerta o Dr. Gilberto Ururahy, médico especialista em medicina preventiva e diretor da Med-Rio Check-up. 

O especialista explica que o perigo reside na composição. Uma única lata pode conter até 300mg de cafeína – o equivalente a vários cafés expressos –, além de substâncias como taurina e açúcar em excesso. "No contexto das festas, esse coquetel estimulante é frequentemente misturado ao álcool. O álcool é um depressivo, e o energético tenta mascarar seus efeitos, fazendo a pessoa perder a noção de seus limites. Para o coração, é um estresse duplo: taquicardia, aumento abrupto da pressão arterial e risco de arritmias", detalha Ururahy. 

Os efeitos podem ser desde imediatos (palpitações, ansiedade, insônia) até crônicos, contribuindo para hipertensão e desbalanceamento do sistema nervoso. "Os jovens, que são os maiores consumidores, acreditam estar invulneráveis. Mas estamos vendo um aumento preocupante de eventos cardíacos em pessoas mais novas, e o abuso de estimulantes é um fator que não pode ser ignorado", complementa o médico, que é membro honorário da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação. 

Como celebrar com consciência? O Dr. Gilberto Ururahy dá dicas simples para aproveitar as festas sem descuidar da saúde:

  1. Hidrate-se primeiro e sempre: Intercale cada drink alcoólico com um copo grande de água. A hidratação é fundamental para metabolizar o álcool e reduzir a sobrecarga no organismo.
  2. Desconfie das misturas: Evite combinar energéticos, destilados e bebidas açucaradas. Prefira drinks mais simples e diluídos.
  3. Coma antes e durante: Nunca beba de estômago vazio. Alimentar-se bem ajuda a retardar a absorção do álcool.
  4. Conheça seu limite: Respeite seu corpo. A pressão social não deve falar mais alto que o bom senso.
  5. Planeje a "ressaca pós-festa": No dia seguinte, priorize descanso, alimentação leve e muita hidratação. Evite o consumo de mais cafeína ou álcool para "melhorar" o mal-estar.

"A medicina preventiva não proíbe que você seja feliz, mas te ensina a fazer escolhas inteligentes. É perfeitamente possível celebrar a vida, o Natal e a chegada do Ano Novo com alegria e, ao mesmo tempo, com responsabilidade cardiovascular. Que na chegada de 2026 possamos brindar à saúde, de verdade", finaliza Dr. Gilberto Ururahy. 

A Med-Rio Check-up, referência há 35 anos em medicina preventiva, reforça a importância do check-up regular como parte fundamental de um estilo de vida consciente, capaz de identificar riscos individuais e permitir que a prevenção seja personalizada.

 

Dr. Gilberto Ururahy - Médico há mais de 40 anos com foco em medicina preventiva, é diretor-médico da Med-Rio Check-up. É membro honorário da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação, foi condecorado com a Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e atua como Conselheiro Estratégico da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil).


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Saúde digital: consultas online vão de 200 mil para 3 milhões em 5 anos, mostra primeiro indicador da parceria entre Serasa Experian e Saúde Digital Brasil (SDB)

·  Iniciativa revela dados consolidados sobre telemedicina entre 2020 e 2025 e inaugura uma nova era de transparência, gestão e visão estratégica na saúde brasileira

·    Número de atendimentos remotos cresceu 15 vezes


·    72% das consultas são resolvidas e finalizadas no ambiente digital 

·    Clínico geral e Psiquiatria estão entre as especialidades mais buscadas  

 

O Brasil passa a ter, pela primeira vez, um retrato oficial e transparente do uso da telemedicina no país. A Saúde Digital Brasil (SDB) e a Serasa Experian lançam o Painel de Indicadores da Saúde Digital, a primeira base nacional com dados consolidados de atendimentos digitais entre 2020 e 2025. Confira o painel na íntegra pelo link: https://saudedigitalbrasil.com.br/painel-de-indicadores/

 

De acordo com os primeiros resultados do painel, o número de atendimentos remotos saltou de 200 mil em 2020 para mais de 3,1 milhões em 2025, totalizando quase 8 milhões de consultas digitais realizadas no período. O painel também revela que 98% dos atendimentos aconteceram por vídeo, consolidando a telemedicina como uma prática segura, humana e acessível.

 

Além disso, os dados do novo indicador também revelaram que 72% das consultas são resolvidas e finalizadas no ambiente digital, fator que evidencia toda a eficácia da medicina à distância. Ainda nesse recorte, 36% dos atendimentos geram solicitações de exame aos pacientes, 26% são capazes de emitir atestados quando necessário, 15% prescrevem medicações controladas e apenas 6% terminam com encaminhamento para outra especialidade ou médico presencial. 

 

“A criação desse painel é um marco histórico de maturidade e credibilidade para o mercado de saúde digital no país. Tem como objetivo fornecer dados inéditos do setor e o Brasil passa a ter acesso a uma fotografia clara, validada e segura sobre o comportamento e os resultados dos atendimentos médicos digitais, que vai munir iniciativas pública e privada com informações essenciais que podem dar embasamento para priorização de investimento, desenvolvimento e governança de projetos voltados à saúde, um setor que cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos e para o qual informação de qualidade e tecnologia são fundamentais para sustentar esse crescimento”, afirma Carlos Pedrotti, presidente da Saúde Digital Brasil.

 

Transparência inédita para o ecossistema da saúde

Desenvolvido pela Serasa Experian, o painel foi criado a partir do processamento e padronização técnica de bases de dados enviadas por empresas privadas que oferecem serviços de saúde digital, incluindo serviços prestados à saúde privada e pública via SUS. Todos os dados anonimizados foram validados pela datatech e tratados em ambiente seguro, sem coleta de informações sensíveis de pacientes, médicos ou instituições.

 

Para Valdemir Bertolo, CEO da Serasa Experian, a criação do painel inaugura uma nova etapa de governança e transparência no uso de dados no setor de saúde:

 

“A digitalização da saúde se tornou um pilar fundamental para garantir acesso, eficiência e qualidade no cuidado, principalmente em contextos que necessitam do acesso rápido aos profissionais e da ampliação da oferta em regiões com menor capilaridade presencial. Como uma datatech, que atua com dados, tecnologia e inteligência analítica para otimizar a tomada de decisão, trabalhamos no desenvolvimento desse painel a fim de embasar análises do setor de saúde que podem indicar tendências de comportamento e usabilidade. Esse tipo de aplicação tecnológica, que transforma insights em movimentações relevantes dentro do segmento, é o que nos move no sentido da inovação, da democratização da saúde no Brasil e da construção de um futuro melhor para todos”. 

 

A telemedicina segue em expansão por todo o Brasil, se consolidando como uma das principais ferramentas para ampliar o acesso e a continuidade do cuidado em saúde. O relatório idealizado pela SDB e desenvolvido pela Serasa Experian também revela dados demográficos sobre a ferramenta proporcionais à população de cada Estado frente ao número de habitantes. Veja abaixo as TOP5 regiões que mais realizaram consultas digitais ao longo dos últimos anos:  

 


Como o painel ajuda a transformar a saúde no Brasil

O Painel de Indicadores da Saúde Digital consolida diretrizes sobre ética, segurança da informação, interoperabilidade e humanização no cuidado digital. Ele permitirá compreender quem utiliza a telemedicina, em que regiões, quais especialidades são mais demandadas, o tempo de atendimento e os desfechos clínicos, criando um retrato robusto e tecnicamente validado do setor.

 

Ainda de acordo com o painel, algumas das especialidades médicas mais buscadas pelos brasileiros são a de Clínico geral, Clínica Médica (médico especializado em diagnósticos e medicações mais completas) e Psiquiatria. A Medicina da Família, a Ginecologia e a Pediatria, entre outros, também têm forte procura.

 

Confira no gráfico a seguir as 10 principais especialidades de consultas realizadas:

 


Evento de lançamento

O Painel de Indicadores da Saúde Digital será apresentado oficialmente ao mercado em um evento exclusivo no dia 3 de dezembro, na sede da Serasa Experian, em São Paulo, e que contará com a presença de autoridades do setor, representantes de empresas de tecnologia e saúde, além de lideranças governamentais e acadêmicas, em um debate sobre o futuro da telessaúde e a importância dos dados para políticas públicas baseadas em dados.


 

Metodologia 


Os dados desta primeira edição abrangem o período de 2020 a 2025 e foram enviados em remessa única e anonimizada pelas empresas participantes, seguindo etapas de upload em plataforma segura pela Serasa Experian. A SDB não recebeu e nem manipulou as bases individualizadas. A Serasa Experian conduziu o processamento, a validação técnica e a padronização dos dados. Nenhum dado sensível foi coletado e não há identificação de empresas, pacientes ou profissionais. 

 

Sobre a Saúde Digital Brasil


Criada em 2020, a Saúde Digital Brasil (SDB) é a entidade que representa o setor empresarial de saúde digital no país. Reúne empresas que desenvolvem tecnologias e prestam serviços em telessaúde, atuando para que a inovação no cuidado em saúde avance com segurança, ética, qualidade e inclusão, sempre orientada ao interesse público e à responsabilidade social.


A SDB conecta sociedade civil, governo e mercado em torno de um propósito comum: ampliar o acesso a uma saúde digital responsável e centrada no paciente, contribuindo para que a transformação digital da saúde seja sustentável e baseada em evidências.


Com legitimidade institucional e protagonismo técnico, a SDB fortalece o ecossistema por meio de promoção de boas práticas, grupos de trabalho ativos, produção de conhecimento de referência, articulação regulatória e iniciativas de impacto, como o Painel de Indicadores Setoriais, que dá visibilidade aos dados reais do setor, impulsiona boas práticas e apoia decisões mais efetivas na gestão da saúde no Brasil.


Guiada pelos valores de inovação, qualidade assistencial, colaboração, ética, segurança e privacidade, a SDB representa empresas que estão moldando o presente e o futuro da assistência em saúde no país.

 

Experian
experianplc.com


Você sabe o que é tanorexia? O vício do bronze que transforma o verão em risco de câncer de pele


“Eu vejo pessoas bronzeando a própria saúde. O problema não é o verão, é a ideia de que vale tudo por um tom de pele mais dourado”, alerta a dermatologista Denise Ozores
 

Freepick / Créditos: CO - Assessoria
No Brasil, o dia 21 de dezembro marca oficialmente a chegada do verão e, com ele, a temporada de praias, piscinas e fotos exibindo corpos dourados nas redes sociais. Em paralelo ao Dezembro Laranja, campanha de prevenção ao câncer de pele, cresce um fenômeno silencioso e perigoso: a tanorexia, uma espécie de vício em se bronzear a qualquer custo. A pele queimando sob o sol virou símbolo de status e beleza, mas por trás do “glow perfeito” há um comportamento compulsivo que aumenta o risco de câncer de pele e transforma o verão na estação mais perigosa do ano para quem confunde saúde com cor. 

A dermatologista Denise Ozores (CRM SP 101677), especialista em beleza natural e estética consciente, explica que a tanorexia é uma obsessão em manter a pele sempre bronzeada, mesmo fora da época de calor. A pessoa nunca se enxerga suficientemente morena e sente incômodo ou até tristeza ao se ver “clara demais” no espelho. Para tentar corrigir essa sensação, apela para horas seguidas de exposição ao sol, bronzeamentos improvisados em lajes ou procedimentos clandestinos. “É uma distorção de imagem corporal. A pessoa não percebe o exagero. Ela se vê pálida quando, na realidade, já está mais do que queimada”, afirma Denise.
 

No feed das redes sociais, a lógica é simples: quem está mais dourado parece mais saudável, mais desejado e mais “vivo”. Verão após verão, influencers e anônimos repetem a mesma coreografia: fotos na praia, biquíni marcado, pele reluzente. Esse padrão visual cria uma pressão silenciosa, principalmente entre mulheres e jovens, para se adequar ao “glow perfeito”. “O problema é quando o filtro do Instagram vira referência de realidade”, diz a dermatologista. “Muita gente tenta reproduzir na vida real o mesmo brilho que vê na tela, sem entender que aquele dourado perfeito ou é edição ou é o resultado de anos de dano acumulado de sol.” 

Enquanto a estética do bronze segue romantizada, os números do câncer de pele continuam em alta. Esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, e a principal causa é justamente a exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta. O verão concentra os casos mais críticos, já que a radiação é mais intensa e as pessoas passam mais tempo ao ar livre, muitas vezes sem reaplicar protetor ou usando produtos inadequados. “Infelizmente, eu vejo o câncer de pele se tornar o câncer da vaidade”, alerta Denise Ozores. “Tem paciente que sabe que está exagerando, mas prefere arriscar do que aparecer ‘branco’ na foto de fim de ano.” 

Para Denise, o desafio é ressignificar a ideia de “pele bonita” antes do próximo verão. Em vez de associar beleza a um tom específico, ela defende a estética natural e individualizada, na qual cada pessoa valoriza sua própria cor, textura e características. Isso não significa abrir mão do verão, mas redefinir a relação com o sol. “É possível curtir praia, piscina, Réveillon e Carnaval sem transformar a pele em campo de batalha”, afirma. Protetor solar diário, chapéu, sombra, horários seguros e, principalmente, limites reais na busca pelo bronze são atitudes que preservam a saúde sem anular o prazer. “A grande virada de chave é entender que o verdadeiro ‘glow’ é o da pele saudável, não o da pele queimada”, conclui a dermatologista.


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