Dr. Armindo Matheus, diretor médico da Nova Saúde, explica como as altas temperaturas e as chuvas intensas previstas para este verão podem afetar o corpo e orienta formas simples de prevenção.
O
verão que se aproxima deve ser um dos mais intensos dos últimos anos. Previsões
do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indicam a presença simultânea de ondas de
calor mais fortes e períodos de chuva acima da média em
várias regiões do país, o que pode afetar diretamente a saúde da população.
Embora
calor e chuva façam parte da estação, especialistas têm chamado atenção para a
intensidade dos extremos. E, segundo o Dr. Armindo Matheus, diretor médico
da Nova Saúde, esse clima combinado exige mais cuidado do que se imagina.
“O corpo humano funciona como um sistema delicado de equilíbrio. Quando
o calor é muito intenso, ou quando temos umidade e chuvas constantes, esse
equilíbrio se rompe com facilidade, e isso pode gerar desde mal-estar leve até
quadros graves, especialmente em pessoas vulneráveis”, explica o médico.
Durante
ondas de calor, o organismo perde água mais rápido, o sistema cardiovascular
trabalha sob pressão e a temperatura interna aumenta, podendo levar a desidratação,
tontura, alteração da pressão arterial, exaustão e até desmaios.
Já em períodos chuvosos, há maior circulação de vírus, contaminação de água,
aumento de arboviroses e risco de infecções respiratórias.
O
problema é que, muitas vezes, os sinais são sutis e passam despercebidos.
“Um pouco de dor de cabeça, urina mais escura, cansaço fora do comum… muita gente ignora, achando que é só cansaço do dia a dia. Mas esses sinais mostram que o corpo está pedindo ajuda. Quanto mais cedo a pessoa se hidrata, se protege do sol e reorganiza sua rotina, menor a chance de desenvolver algo mais sério”, afirma Dr. Armindo.
Grupos mais vulneráveis: idosos e crianças sentem primeiro
Entre
todos os impactos do calor e da umidade, idosos e crianças merecem atenção
especial, e não apenas porque são mais sensíveis às variações climáticas, como
o especialista detalha:
“O corpo das crianças ainda está em desenvolvimento e não consegue
regular a temperatura com a mesma eficiência de um adulto. Já os idosos, por
terem menor reserva hídrica e, muitas vezes, doenças associadas, desidratam
mais rápido e percebem os sintomas mais tarde. Com eles, a prevenção precisa
ser ainda mais rígida.”
Em
ambos os grupos, sinais como irritabilidade, sonolência excessiva, choro sem
motivo, cansaço extremo e pouca urina podem indicar que o organismo já está
entrando em sobrecarga.
O corpo sente o calor antes de você perceber
Quando
a temperatura sobe demais, o organismo precisa fazer um esforço maior para se
resfriar. É nesse processo que muitos sintomas aparecem, conforme lista o Dr.
Armindo Matheus:
- suor excessivo e perda acelerada de líquidos;
- queda da pressão ou aumento repentino;
- taquicardia;
- fadiga e sensação de corpo “pesado”;
- piora de problemas renais;
- aumento do risco de arritmias ou AVC em pessoas predispostas.
“Pacientes hipertensos ou diabéticos são especialmente vulneráveis. O
calor altera glicemia, pressão e o funcionamento dos rins. Pequenas oscilações
que seriam toleráveis no inverno viram riscos reais no verão”, explica.
Chuvas fortes trazem outros perigos
As
chuvas intensas previstas para este verão também representam riscos, e não
apenas de enchentes.
O
aumento da umidade e das áreas alagadas favorece doenças como:
- dengue,
- hepatite A,
- leptospirose,
- diarreias infecciosas,
- infecções respiratórias.
A
combinação de água parada e altas temperaturas forma um ambiente perfeito para
vetores e microrganismos.
“Mesmo quem não entra em contato com enchentes pode adoecer. Água
contaminada, alimentos mal higienizados e proliferação de mosquitos são riscos
silenciosos. A prevenção precisa estar no dia a dia das pessoas”, reforça o
diretor médico.
Sinais de alerta — procure atendimento se tiver:
- tontura persistente ou desmaio;
- febre alta que não melhora;
- vômitos intensos;
- falta de ar;
- urina escura ou quantidade reduzida;
- confusão mental;
- batimentos acelerados.
“Esses sintomas mostram que o corpo está entrando em sobrecarga. Quanto
mais cedo a pessoa é atendida, menores os riscos”, orienta o Dr. Armindo.
Como se proteger neste verão
- Beba água ao longo do dia, mesmo sem sede.
- Evite sol direto entre 10h e 16h.
- Prefira alimentos leves e ricos em água.
- Use roupas frescas e de cores claras.
- Evite atividades físicas nas horas de maior calor.
- Se chover muito, não entre em contato com água acumulada.
- Ferva ou filtre a água sempre que houver dúvida sobre a qualidade.
- Mantenha vacinas e exames em dia, especialmente para quem tem
doenças crônicas.
- Redobre a atenção com idosos e crianças, eles desidratam mais rápido.
“O verão é uma estação linda, mas também exige cuidado. Pequenas
atitudes salvam vidas, e a informação correta é sempre o primeiro passo”,
conclui o especialista.



