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sexta-feira, 4 de março de 2022

O esporte mais adequado para cada tipo de criança

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é preciso observar as atitudes e habilidades da criança e do que ela gosta para escolher o esporte ideal.  

Crianças mais centradas e que possuem boa coordenação: esportes coletivos, como o voleibol, basquetebol, futebol e handebol; 

- Crianças mais inquietas ou agitadas e distraídas: atletismo ou a natação 

- Crianças perfeccionistas, que possuem autocontrole: ginástica, tênis, ou artes marciais; 

- Crianças fortes: boxe e rúgbi. 

Mas, segundo os médicos ortopedistas Dr. Pedro Baches Jorge e Dr. Bruno Takasaki Lee, ambos de SP, o mais importante além de respeitar os gostos, escolhas, capacidades corporais e personalidades a segurança vai além: apesar ter existirem vários pontos a favor da atividade esportiva, eles lembram que distensões, luxações, fraturas fazem parte dos riscos e é preciso atenção para preveni-las.

“As lesões nas atividades esportivas, na maioria das vezes, se devem a treinos incorretos, repetitivos onde há o excesso de atividades e falta de preparo adequado”, afirma Dr. Pedro. No entanto, Dr. Bruno, mostra que com medidas de segurança necessárias é possível que as crianças pratiquem esportes sem correr tantos riscos.

Os médicos listam as regras de ouro para a prática segura também endossadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):

- Antes de praticar qualquer atividade física, é muito importante levar a criança ou adolescente a um médico do esporte para fazer uma avaliação global.

- Depois do ok do médico, o acompanhamento de profissionais habilitados é de suma importância para treinar de forma adequada os gestos esportivos como cair, saltar, por exemplo, além da orientação do esporte, pois a prática exagerada ou mal orientada pode causar lesões.

- Todo esportista deverá ser avaliado pelo médico antes de iniciar as atividades;

- O tipo de esporte deve ser escolhido de acordo com a idade, o crescimento (peso, altura), o desenvolvimento global, as características, a habilidade e a preferência da criança e/ou do adolescente;

- Os equipamentos de proteção devem ser usados, pois são indispensáveis para as atividades esportivas. Entre eles, estão capacete, luvas, protetores de joelhos, cotovelos e genitália;

- A prática esportiva deve ser realizada com a presença de treinador capacitado e responsável para maior segurança;

- Os locais para prática de esportes não devem ser improvisados ou inadequados, pois isso aumenta muito o risco de lesões;

- O atleta deve usar roupas e calçados apropriados ao esporte e manter-se bem hidratado, usando protetor solar para a prática esportiva sob o sol;

- É importante conhecer as regras do esporte, fazer aquecimento adequado e evitar treinamentos excessivos para sua idade e capacidade.

- A atividade só deve ser realizada se a criança e/ou adolescente estiver em boas condições de saúde.

 

 

Dr. Pedro Baches Jorge - CRM 117.484 - Ortopedista Especialista em Joelho e Medicina Esportiva. Graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é especialista em Cirurgia do Joelho e Oncologia Ortopédica, Medicina Esportiva e Artroscopia. É responsável pelo Núcleo de Medicina do Joelho da Clínica SOU, Mestre e Doutorando em Ortopedia pela Santa Casa de São Paulo e também membro de seu Grupo de Trauma Esportivo, é membro do corpo clínico e membro cofundador do Núcleo de Medicina Esportiva do Hospital Sírio Libanês, Diretor científico da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Trauma do Esporte (SBRATE) e também membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho.
 

Dr. Bruno Takasaki Lee - CRM: 120.229 - Ortopedista Especialista em Pé e Tornozelo. Médico formado e Especializado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Tendo praticado inúmeras atividades esportivas durante sua vida, o Dr. Bruno Lee integra seu conhecimento técnico ao esportivo, unindo o conhecimento anatômico, patológico e funcional para o alcance do melhor resultado no tratamento de suas patologias. Nos últimos anos, o Dr. Bruno Lee buscou continuamente o aperfeiçoamento nas técnicas minimamente invasivas para tratamento das patologias dos pés. Esta nova técnica, em sua opinião, revolucionou e continuará revolucionando o cuidado nas patologias do pé e tornozelo.


DI A MUNDIAL DA OBESIDADE

No outro extremo da escala de desnutrição, o sobre peso e a obesidade são um dos problemas de saúde pública mais preocupantes e visíveis do século 21, mas ainda são os mais negligenciados. A obesidade é uma doença multifatorial com patogênese complexa relacionada a fatores biológicos, psicossociais, socioeconômicos, ambientais, hereditários e comportamentais pelos quais o excesso de gordura corporal leva a efeitos negativos a saúde.  

A Nutricionista Adriana Stavro explica que a obesidade aumenta a probabilidade de várias doenças. Estas incluem diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doenças cardiovasculares (DCV), síndrome metabólica (SM), doença renal crônica (DRC), hiperlipidemia, hipertensão, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), certos tipos de câncer, apneia obstrutiva do sono, osteoartrite, depressão e distúrbios musculoesqueléticos, resultando em diminuição da qualidade e expectativa de vida. 

A principal causa da obesidade é o desequilíbrio energético a longo prazo entre as calorias consumidas e as calorias eliminadas. A modificação da dieta pode prevenir, tratar ou aliviar alguns dos sintomas associados a essas doenças. “É importante fornecer aos pacientes recomendações dietéticas simples para aumentar a probabilidade de implementação bem-sucedida. Isso inclui aumentar a ingestão de vegetais, frutas e fibras, consumir fontes de proteína magra para aumentar a saciedade, evitar ou limitar severamente alimentos altamente processados e reduzir o tamanho das porções.” esclarece Adriana Stavro. 

Um estudo de 2018 que avaliou 6 tipos de dietas (pobre em carboidratos, baixo teor de gordura, low FODMAP, mediterrânea, paleolítica, sem glúten) concluiu que todas as dietas analisadas chegam ao mesmo ponto central:

“O aumento do consumo de vegetais, frutas, carnes magras, diminuição de carboidratos, e um consumo drasticamente reduzido de alimentos processados leva a benefícios positivos para a saúde que podem ser aplicados a várias patologias.” alerta Adriana. 

Em outro estudo de 2015, sobre açúcar adicionado, os autores mostraram que cerca de 70% dos alimentos processados contêm açúcares. Consumo que vem crescendo nas últimas décadas. Nesse mesmo período, o tamanho das porções aumentou, assim como a frequência da ingestão de lanches e bebidas açucaradas. Este mesmo estudo mostrou que as calorias consumidas em bebidas açucaradas não levaram a uma redução no consumo de alimentos. Portanto, todos esses fatores contribuíram para um aumento na ingestão energética e ganho de peso. 

A Nutricionista Adriana ressalta também, que outra questão importante entre os obesos é o sedentarismo.

A atividade física regular e a alimentação equilibrada e balanceada estão associadas positivamente a resultados favoráveis na saúde metabólica (diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doenças cardiovasculares (DCV), síndrome metabólica (SM), doença renal crônica (DRC), hiperlipidemia, hipertensão, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), apneia do sono, osteoartrite, depressão e distúrbios musculoesqueléticos)  

Além disso, os indivíduos obesos enfrentam uma forma generalizada de estigma social. Pessoas com sobrepeso ou obesidade são vulneráveis a discriminação no local de trabalho, escola, instituições de saúde e sociedade em geral.  

Como vimos, são muitos os problemas causados pela obesidade, são muitos os fatores que podem causar a obesidade, e são muitos os desafios para uma pessoa obesa.  

“O fato é que o que comemos é um dos principais determinantes de nossa saúde, expectativa e qualidade de vida, que quando bem administrada é uma ferramenta poderosa na prevenção e na melhora da saúde física e emocional.” finaliza Adriana Stavro.



Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein . Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.

Diagnóstico precoce e o tratamento apropriado protegem a saúde vascular da mulher

Hábitos saudáveis e consultar um especialista regularmente são as principais maneiras de evitar problemas no futuro


Os cuidados com a saúde vascular devem sempre fazer parte do universo feminino. Médicos vasculares encorajam que as mulheres se informem mais a respeito e programem uma visita a um especialista sempre que necessário. Algumas doenças vasculares têm maior prevalência nas mulheres quando comparadas aos homens, como, por exemplo, os vasinhos, as varizes e a dor pélvica crônica.  No entanto, doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte na população adulta, como doença coronariana, doença carotídea, trombose venosa profunda, embolia pulmonar e doença arterial obstrutiva periférica, também atingem muitas mulheres.

A cirurgiã vascular e membro da Comissão do Departamento de Emergência Vascular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP, Dra. Grace Carvajal Mulatti, esclarece que, pela alta incidência e prevalência na população, os vasinhos e as varizes são possivelmente o diagnóstico mais frequente. “Estudos epidemiológicos mostram que 80 a 85% das pessoas são identificadas com algum grau de varizes. Em segundo lugar vêm as doenças relacionadas à aterosclerose, que atingem possivelmente o mesmo número de homens e mulheres, contudo, nas mulheres a doença acontece numa idade mais elevada. Essas doenças são estenose das carótidas e doença vascular periférica, além da trombose venosa profunda. Os aneurismas aórticos são muito menos frequentes em mulheres, já que dados mostram que os aneurismas em homens são de quatro a seis vezes mais constantes. Infelizmente, hoje sabemos que 80% das doenças cardiovasculares são decorrentes de hábitos de vida não saudáveis e evitáveis, tais como a má alimentação, o tabagismo e o sedentarismo”.

Ainda de acordo com a Dra. Grace, todas as doenças cardiovasculares tiveram um aumento expressivo nos últimos anos, notadamente a coronariana, a carotídea e a doença arterial periférica, e, atualmente, elas são a principal causa de morte entre as mulheres.

A especialista explica que os hormônios femininos conferem à mulher algum grau de proteção contra as doenças cardiovasculares. E, portanto, após a menopausa, o risco cardiovascular da mulher se eleva, e ela certamente precisará intensificar os cuidados com alimentação e exercícios físicos, controle do peso corporal e das comorbidades, como hipertensão, diabetes e colesterol elevado.

Em relação às varizes, Dr. Grace reforça que as mulheres devem ser incentivadas a procurar precocemente o diagnóstico e o tratamento apropriado, a fim de evitar a progressão da doença para um grau mais moderado ou severo, com efeitos indesejáveis, como a pigmentação permanente e as feridas nas pernas. “Em graus mais leves e superficiais, o desconforto maior pode ser apenas estético. Porém, conforme a evolução para graus mais severos pode haver comprometimento da veia safena e susceptibilidade a eventos trombóticos, superficiais ou eventualmente profundos”.

Para ter uma vida saudável, Dr. Grace ressalta a importância de manter alguns hábitos, como não fumar, diminuir o consumo de álcool, ter uma alimentação equilibrada e o peso corporal controlado, praticar atividade física e cuidar da sua saúde mental, além de monitorar a hipertensão, o diabetes e o colesterol. “Neste Dia Internacional da Mulher, lembramos mais uma vez da figura vibrante, batalhadora e acolhedora de todas as mulheres. Mas, certamente, é importante estimularmos as mulheres a buscarem ser felizes acima desta figura em que pensamos. O que quero dizer é que, para isso, é necessário primarmos por sua educação e independência, quer seja política, de credo ou financeira. Estas são as condições necessárias para que realizem verdadeiramente seus sonhos”, conclui a especialista.

O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi, enfatiza a importância que as especialidades de Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular possuem para o bem-estar e a saúde da mulher. “Além das doenças muito bem abordadas e explicadas pela Dra. Grace, devemos lembrar que as varizes acontecem não apenas nos membros inferiores, mas também na pelve feminina. A dor pélvica crônica é a principal causa da procura pelo ginecologista em 1/3 dos casos, e as varizes pélvicas podem ser as responsáveis por esse sintoma, também em 1/3 dessas mulheres. Sua ocorrência está relacionada à presença de obstruções e refluxos que ocorrem em nas veias abdominais e nas varizes pélvicas, que podem ser tratadas de forma minimamente invasiva, por técnicas de cateterismo, com melhora dos sintomas na maioria dos casos. Muitas dessas mulheres sofrem anos com esses sintomas, sem que o diagnóstico seja feito”.

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP

www.sbacvsp.com.br


Combate a ataques cibernéticos exige cooperação e atualização constantes, afirmam especialistas

Evento da ACREFI debate “Segurança Cibernética: Perspectivas, desafios e a contribuição do mercado financeiro” 


 

Do início das transações financeiras pela internet para os dias atuais, o perfil dos hackers mudou, e os ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados. Diante do expressivo aumento das ameaças digitais, a cooperação e a atualização constantes se tonaram fundamentais no combate a fraudes e outras investidas contra o sistema financeiro.  

 

Essa é a avaliação de especialistas que participaram da live “Segurança Cibernética: Perspectivas, desafios e a contribuição do mercado financeiro”, promovida nesta semana pela Associação Nacional das Instituições de Crédito (ACREFI). 

 

O presidente da ACREFI, Luis Eduardo da Costa Carvalho, reforçou que a segurança cibernética vem causando inúmeras preocupações, lembrando ataques de hackers sofridos recentemente por grandes companhias. “Isso prova claramente a importância do tema segurança cibernética”, afirmou.  

 

Carvalho destacou ainda que a segurança cibernética é um grande desafio enfrentado especialmente pelas pequenas e médias instituições, que ao mesmo tempo em que veem crescerem as oportunidades de negócios com o avanço da tecnologia também precisam lidar com a necessidade de investir em segurança da informação. Nesse sentido, para o presidente da ACREFI, a associação pode atuar como integradora dos negócios de menor porte, contribuindo para disseminação de conhecimento no combate a crimes cibernéticos.  

 

“É preciso encontrar o equilíbrio entre esses dois mundos, o que insere as pequenas instituições no mercado, gerando oportunidades de negócios, com aquele das dificuldades que elas vão ter, pelo seu tamanho, de investir em segurança cibernética. Aí, eu vejo uma oportunidade para a ACREFI, dentro de um espírito colaborativo, de poder assumir um papel de integradora das pequenas e médias instituições, trazendo a elas a oportunidade de tomar conhecimento de medidas e práticas eficientes de combate a ameaças cibernéticas”, ressaltou.  

 

Mediador do debate, Cleber Martins, consultor de operações da ACREFI, avalia ainda que neste momento é preciso que não só o profissional de segurança de informação seja o grande responsável pelo tema nas empresas. “Ele ainda tem que ser o guardião nas companhias, mas a difusão do conhecimento também tem que ser horizontal, envolvendo todas as áreas dentro do negócio, porque só assim conseguiremos somar esforços para enfrentar essas ameaças”, afirmou.  

 

Gustavo Monteiro, Managing Director do AllowMe, explicou que o perfil dos hackers mudou com a evolução das transações financeiras digitais. Se no início do internet banking, eles eram estritamente técnicos, dominando linguagem de programação e protocolos de segurança para praticar fraudes; agora, o “golpista do off-line” passou a atuar também de forma online, e de forma organizada. “Eles são divididos por especialidades do ponto de vista de cibersegurança, tem as pessoas responsáveis por invadir, outros por tomar controle da rede e outros especializados em extrair dados. Do ponto de vista da fraude, também existe uma especialização por atividades, como na área bancária, de fidelidade, de roubo de identidade”, completou.  

 

Jacques Coelho, Diretor Regional LATAM do FS-ISAC (Financial Services Information Sharing and Analysis Center), consórcio global de instituições, sem fins lucrativos e dedicado a proteger o sistema financeiro de riscos cibernéticos, disse que as metodologias usadas nos ataques são bem semelhantes no Brasil e no exterior. A prática mais comum é explorar uma brecha ou vulnerabilidade, falta de atualização, invadir os sistemas operacionais e roubar os dados para comercializar dentro da deep web ou de outra forma. “O ransomware é o ataque que agora está na moda, que, em linhas gerais, é mandar uma ameaça para os sistemas operacionais, bloquear todos os seus acessos e cobrar valores em criptomoedas para a liberação”, contou. 

 

Segundo Coelho, no último trimestre de 2021, só na América Latina, o FS-ISAC reportou 5.065 alertas de segurança relevantes para os chefes de segurança de instituições membros do consórcio. “As ameaças mais comuns já são vistas pelos profissionais de cibersegurança como rotina, já existe um roteiro [de como agir], mas as variações dessas ameaças é o que preocupa porque eles (os hackers) têm mais recursos e tempo para aprimorar as táticas de invasão”, alertou.  

 

Por não ser uma tarefa fácil se antecipar a um ataque, avalia o especialista, a cooperação se torna importante no combate a ameaças cibernéticas. Coelho relatou que os membros do FS-ISAC se organizaram e agiram de forma colaborativa no enfrentamento ao ataque ransomware de 2017, que paralisou computadores em 150 países. Foram três dias de intensos trabalhos para desenvolver um material com informações para que as instituições pudessem se proteger da ameaça. Esse conteúdo foi compartilhado em conferência internacional emergencial com mais 2.300 chefes de segurança cibernética. “Quem não tinha esse suporte acabou sofrendo muito mais. Já a instituição com acesso a esse material colaborativo teve uma grande vantagem e saiu na frente, protegeu seus ativos”, concluiu.  

 

 

Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento - ACREFI

 

Guerra na Ucrânia: bem-vindos ao admirável mundo velho

Notícias recentes fazem crer que o mundo caminha para a tão esperada volta à normalidade. As medidas de isolamento com relação à Covid-19, vem sendo abandonadas nação a nação. Talvez não seja sem tempo, a história dirá.

A história também nos ensinou, que alguns dos maiores passos dados pela humanidade, ocorreram após grandes tragédias. Foi assim com todas as grandes guerras, grandes recessões ou grandes opressões, e ainda há que se relevar, que a pandemia aproximou as pessoas por todo o planeta, de uma forma inédita, nunca vista em nenhuma outra grande crise humanitária. 

O sofrimento em comum fez também surgir o esforço em comum. O mundo se uniu para encontrar soluções, para cooperar, para se solidarizar. Existiu algum outro momento em que a voz mundial foi quase uníssona na busca pelos mesmos objetivos?

Essa união foi a maior responsável por melhorias significativas em áreas estratégicas. Na área médica, os processos para o desenvolvimento de vacinas evoluíram em um ano, o que demoraríamos dez anos para alcançar. Isso terá impacto expressivo em outras pandemias ou endemias. Os estudos para entender o vírus que assolava a humanidade, proporcionaram avanços no combate a outros vírus como o HIV, além do acesso a tecnologias que permitirão novas abordagens no combate ao câncer.

Na área de comunicação, tecnologias foram desenvolvidas para possibilitar o trabalho remoto. Ocupações de grandes espaços de escritórios foram revistas, podendo impactar positivamente na produtividade e qualidade de vida das pessoas, especialmente após necessários ajustes, como o correto controle do tempo trabalhado, para não penalizar aqueles que optaram por trabalhar em suas residências.

Então, devemos sair fortalecidos e um novo horizonte se abre frente aos nossos olhos. Será? Quando abro o jornal, percebo que a pandemia não ocupa mais as primeiras páginas, substituídas por notícias da Guerra na Ucrânia, como se todo esforço tivesse sido esquecido, apagado. Como se tivéssemos, simplesmente, voltado a um velho e conhecido normal.

A história não costuma errar. Resta saber se ainda existe espaço para o tão falado “novo mundo” e se extrairemos dessa tragédia algo que nos torne melhores, ainda que seja através de um pequeno passo dado em direção a um futuro mais justo e solidário.

 

Marcelo Marçal - escritor, médico nefrologista e gestor em saúde é autor da distopia ICTUS - O prisioneiro sem nome.


Repúdio à guerra

 Opinião


Como professor de História, sei que os fatos são sempre complexos, mas podem ser compreendidos quando conseguimos tecer os diversos fios das explicações que os compõem em uma trama razoavelmente firme e clara. Lembro-me quando, em 1989, o governo chinês jogou seus tanques sobre jovens cidadãos na praça Tiananmen. Houve uma forma de explicar aquilo. Quando leio sobre a reação do Sul dos Estados Unidos ao projeto de reconstrução do governo federal após o fim da guerra civil e da aprovação da Décima Terceira Emenda à Constituição, reação essa que acabou emplacando a tese do “iguais mas separados”, e que atrasou a conquista dos direitos civis dos negros norte-americanos em um século, lembro que também foi possível encontrar uma explicação. 

Quando os nazistas, em 1939, iniciaram o projeto T-4, que vitimou quase trezentas mil pessoas com problemas mentais ou fisicamente inválidas, também foi possível achar a explicação para o que ocorreu. Quando Stalin e Mao Zedong condenaram milhões de seus concidadãos com políticas para acelerar a industrialização e construir um Estado militarmente poderoso, foi possível encontrar explicações para compreender isso. Quando houve a grande fome na Ucrânia, para gerar excedentes de alimentos para exportação e obtenção de dinheiro forte para financiar as máquinas da indústria e do exército soviético, o que vitimou mais de três milhões de ucranianos, enraizando uma aversão aos russos como só três milhões de mortos são capazes de provocar, isso também foi possível explicar e entender.

Explicar é tirar as peças de algo, ou seja, as dobras que dificultam vê-lo em sua extensão. Mas isso não significa, em absoluto, aceitá-lo e apoiá-lo, como todos os exemplos que citei acima e como vem acontecendo com a invasão da Ucrânia pelas tropas de Putin. Ora, é fato que há explicações para entender que Putin se sente pressionado pelo Ocidente aliado dos EUA, a OTAN etc. Isso é um fato compreensível e a Geopolítica, nesse caso, é bem didática. Basta olhar o mapa e perceber que os dezessete milhões, cento e trinta mil quilômetros quadrados da Rússia estão cercados por países "potencialmente perigosos", como a Letônia, a Estônia e a Lituânia, ex-membros da URSS e agora da Otan, além de antigos aliados da Rússia comunista, como a Polônia, República Tcheca, Romênia, Bulgária, quase todo o pessoal da antiga "cortina de ferro". 

Também sabemos que a Ucrânia elegeu um presidente pró-ocidente, e parece que há uma disposição da maior parte da população - manifesta em ruidosas e gigantescas mobilizações de rua que acabaram derrubando o governo pró-Putin - em aproximar-se da zona do Euro e do escudo de segurança da Otan. E, enfim, sabemos que o presidente russo determinou que a Ucrânia seria a linha vermelha, o game over da expansão da influência ocidental em direção às suas fronteiras. E agora resolveu atacar. Curioso que o início da invasão foi há poucos dias, mas os defensores de Putin na internet  já esqueceram que a justificativa dessa presença militar era para dar apoio às províncias de forte presença étnica russa, na região de Donbass, no extremo leste da Ucrânia. O que será então que as tropas russas estão fazendo tão próximas de Kiív, ao norte do país, quase na fronteira da Bielorrússia?

Como disse, explicações não faltam para justificar os fatos históricos. O impeachment da Dilma, lembram? Pedaladas fiscais. Mas uma explicação não implica em apoio, um sinal verde para que o fato passe incólume pelo crivo do julgamento individual e coletivo ao qual todos os fatos públicos estão sujeitos. E o julgamento, até este momento, na maior parte do planeta, incluindo Moscou e São Petersburgo, é de repúdio ao ataque das tropas russas que violaram um território soberano composto por um governo democraticamente eleito. Como lembrou o pensador israelense Yuval Harari, em artigo publicado no jornal The Guardian, “Putin já perdeu essa guerra”, porque não controlará o povo ucraniano e, a cada dia que passa, cresce o apoio mundial de governantes, intelectuais, atletas, artistas, cidadãos comuns ao direito de a Ucrânia existir como Nação e decidir o seu destino sem estar atrelada aos caprichos do governante russo.

Como professor de História, sei que meu papel é explicar os acontecimentos relevantes ao longo do tempo, baseando-me nos diversos fatos e evidências, construindo uma narrativa clara, didática, atraente e verosímil do passado que possibilite orientação temporal e ética de crianças e jovens, os construtores do futuro. Mas, como cidadão, meu dever é me posicionar e registrar meu repúdio às guerras e a esta guerra em particular. Minha manifestação é só uma voz, um só texto. A justificativa do meu posicionamento é simples: a violência não tem nada a ver com poder, mas com força; força que não tem nada a ver com bem comum, mas com vontade de domínio. Ou seja, delírios de um tiranete. Como alguns que infestam o meu planeta e, infelizmente, o meu país. Contra eles, ergo minhas barricadas de palavras e ideias. E resisto.

 


Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.
daniemedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


Dia da Eficiência Energética

Eficiência Energética é chave para amenizar impactos

da crise e alta no preço do petróleo mundial
 

Fomentar políticas públicas consistentes de EE é uma das formas de amenizar impactos negativos provocados pela crise hídrica e demais fatores que geram alta no custo da energia elétrica



O preço do petróleo mundial, que deve ser afetado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, pode pressionar ainda mais os custos da geração das termoelétricas, as usinas que produzem energia a partir do calor gerado pela queima de combustíveis fósseis. Além disso, apesar das chuvas terem melhorado o nível dos reservatórios, a bandeira tarifária, que atinge diretamente o consumidor, permanece no patamar de escassez hídrica. Diante deste cenário, o fomento à eficiência energética mostra-se cada vez mais necessário.

As termoelétricas geram prejuízos econômicos e ambientais, uma vez que o custo de produção é elevado. No leilão realizado pelo governo em 2021, foram pagos R 750 por MWh para termoelétricas movidas a gás e até R 1.000 por MWh de usinas de óleo diesel e combustível, enquanto a média do custo das hidrelétricas é R 246/MWh. No ano passado, o país gastou cerca de R 13 bilhões. Além disso, a importação de energia dos países vizinhos cresceu 63% de janeiro a outubro, comparado com o período homólogo. 

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), é importante ressaltar que a cultura da eficiência energética pode transformar esta situação, promovendo crescimento econômico e agregando sustentabilidade à economia nacional. Os impactos da crise hídrica podem ser amenizados em todas as áreas, mas principalmente no setor industrial, que é responsável pela maior parte dessa demanda de geração de energia. 

“Nesta data, em que se comemora o Dia da Eficiência Energética, temos que reforçar a importância deste tema. Mais do que nunca, esse é o momento de discutir sobre o investimento em pesquisas que contribuam com o desenvolvimento do mercado de energia e estimular a implementação de projetos e ações com foco no fomento à Eficiência Energética, valorizando a expertise das ESCOs (Energy Services Company), destaca Bruno Herbert Batista Lima, presidente da ABESCO. 

“Cabe lembrar que as ESCOs são especializadas em promover a eficiência energética em todo tipo de instalações, inclusive em residências. Embora as vantagens ambientais sejam mais perceptíveis, pouco se fala sobre a relação custo-benefício da EE, que é extremamente vantajosa. O investimento pode ser alto, mas a taxa de retorno é melhor e mais rápida do que comparada a investimentos convencionais, até mesmo à energia solar. Os benefícios são inúmeros e temos que colocá-los em pauta”, finaliza.
 


Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia  - ABESCO

 

Dia Internacional da Mulher: Empoderamento nas finanças pessoais

Foto: Adelaide Financial Advice
Especialista traz dicas de como lidar com a vulnerabilidade financeira da mulher

 

Desde os primórdios, por diversas razões antropológicas e culturais, o ser humano desenvolveu um padrão de comportamento que afasta a mulher das finanças, mesmo que isso tenha mudado, essa ainda é a realidade de muitas mulheres. Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro, aproveita a data para conscientizar mulheres, homens e empresas sobre a importância de cuidarem do bem-estar financeiro.

De acordo com um estudo feito por três pesquisadores brasileiros da ESPM de São Paulo, as desvantagens vividas pelas mulheres ao longo da vida, como o menor acesso ao conhecimento financeiro, empregos de qualidade inferior, menor renda em relação ao mesmo trabalho desenvolvido pelos homens, trajetórias de trabalho irregulares e associadas ao papel de cuidadora dos filhos e da família, contribuem para o agravamento da vulnerabilidade da mulher quando o assunto é dinheiro.

Um outro ponto do estudo que chamou bastante a atenção dos pesquisadores foi que a violência doméstica também tem impacto nas finanças femininas, tanto no curto como a longo prazo. Além da intimidação psicológica também foram identificadas estratégias para prejudicar o trabalho, dependência financeira extrema e táticas de isolamento que fazem as mulheres se sentirem economicamente dependentes e presas no relacionamento.

Para Rebeca Toyama, esse cenário reforça os distúrbios de dependência e facilitação financeira, e mostram o quão é preciso chamar a atenção para a importância de ajudarmos as mulheres a desenvolverem habilidades que reduzam a vulnerabilidade financeira, como: confiança, protagonismo, inteligência emocional e autocontrole.

“Mesmo nos casos que o pai, marido ou irmão assumem unilateralmente as finanças com a intenção de proteger, o custo é o enfraquecimento da mulher, que na ausência do homem, seja por divórcio ou falecimento, não tem a experiência para cuidar das finanças domésticas”, explica a especialista em bem-estar financeiro, Rebeca Toyama. 

O primeiro passo para começar essa mudança é trazer consciência tanto para as mulheres quanto para os homens da importância de se cuidar do bem-estar financeiro em conjunto, para que todos sejam capazes de contribuir com a preservação e multiplicação do patrimônio da família.

A frase ‘se você não controla o seu próprio dinheiro, você não controla a sua própria vida’ vai além de gerar renda ou controlar gastos, discorre sobre tomar decisões e controlar as finanças para se ter liberdade, independência, autonomia e segurança.

O Observatório Febraban revela que na administração do orçamento doméstico, as mulheres dominam, 56% das entrevistadas declararam assumir essa função, contra 44% dos homens. “O protagonismo feminino pode promover uma revolução social, começando por um orçamento doméstico sustentável que garanta qualidade de vida no presente, sem colocar em risco seu futuro”, finaliza Rebeca Toyama. 

Endividamento e estresse financeiro comprometem o bem-estar na vida profissional e pessoal de qualquer pessoa. Ao reduzirmos a vulnerabilidade financeira da mulher, estaremos também contribuindo com os indicadores do ODS 5 - igualdade de gênero e do ODS 10 - redução das desigualdades, e para isso, a especialista em bem-estar financeiro, Rebeca Toyama preparou 4 dicas:

Para mulheres: acreditem em seus sonhos e se planejam financeiramente para realizá-los, assumam seu papel no orçamento doméstico, demonstrem interesse pelo tema, busquem informações com pessoas que já fazem isso com sucesso;

Para homens: sejam grandes aliados nessa causa, compartilhem seus erros e acertos sobre finanças pessoais com as mulheres que estão ao seu redor motivando seu interesse e participação no mercado financeiro;

Para famílias: compartilhem e estimulem metas com filhos e filhas envolvendo todos os membros na elaboração e acompanhamento do planejamento;

Para empresas: incluam em seus treinamentos programas sobre bem-estar financeiro, educação financeira e aposentadoria. 

 


Rebeca Toyama - fundadora da ACI que tem como missão desenvolver competências dentro e fora das organizações para um futuro sustentável. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia.

 

Brasil registra mais de 1.500 acidentes com energia elétrica por ano

Acidentes com energia elétrica são bastante recorrentes (Foto: Pixabay)
Por mês, são cerca de 130 ocorrências, o que reforça a preocupação com detalhes considerados banais, como, por exemplo, tomadas, fios soltos, extensões, entre outros.


Em 1986, no Rio de Janeiro, o Edifício Andorinha, que abrigava a sede da General Eletric, pegou fogo por causa da sobrecarga de aparelhos elétricos. No ano 2000, um problema na instalação do aquecedor foi a origem de um incêndio na creche Casinha da Emília, em Uruguaiana/RS. E em fevereiro de 2019, no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, um curto-circuito em um ar-condicionado foi o responsável pela morte de dez adolescentes, em um trágico episódio que completou três anos no mês de fevereiro.

Ocorrências como essas, infelizmente, ainda são bem recorrentes – mais até do que se imagina. Prova disso é o mais recente estudo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), divulgado durante a 1ª Conferência sobre a Realidade da Infraestrutura das Instalações Elétricas. Ele aponta que, durante todo o ano de 2021, foram registrados 1.579 acidentes com energia elétrica. Somente os choques foram responsáveis por 674 óbitos, seguidos pela perda de 46 vidas em incêndios por sobrecarga de energia (curto-circuito) e 40 mortes por descargas atmosféricas (raios).

Ao todo, foram 898 acidentes com choque elétrico, uma média de 75 por mês, ou seja: quase três indivíduos acabam ficando feridos todos os dias, muitos deles em situações corriqueiras, com baixa tensão. Deste universo, apenas 224 pessoas tiveram ferimentos, o que traz a alarmante estatística. “A maioria [das pessoas] não tem nenhuma chance de sair com vida de um perigo que poucos dão importância nas residências, nas empresas e nas ruas, desdenhando dos perigos de instalações e equipamentos elétricos, e muitos sofrem as consequências dessa negligência”, comenta Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da Engerey, empresa curitibana especializada na montagem de painéis elétricos que atende todo o Brasil.

Amaral explica que, atualmente, para interromper o perigo de choques elétricos, existem equipamentos como o Diferencial Residual, também conhecido como DR, capaz de evitar fugas de energia em um circuito elétrico, que pode acontecer quando de choques elétricos, fios desencapados, condutores mal isolados ou em contato com carcaças. “Reconhecendo qualquer pane na rede elétrica, o dispositivo desliga o circuito, de forma instantânea, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico”, garante o especialista.


Engenheiro Eletricista e Diretor da Engerey, Fábio Amaral, mostra DR em quadro elétrico: dispositivo reconhece fuga de energia e desliga o circuito, de forma instantânea, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico.

Para ele, diante dos altos índices de acidentes envolvendo energia elétrica sinalizados na pesquisa da Abracopel, as medidas de prevenção jamais podem ser consideradas como um exagero. “Pelo contrário. É como diz o ditado: ‘a cautela é o melhor remédio’. Outro detalhe importante, neste sentido, se faz dentro das empresas, onde ainda vemos que muitos gestores arriscam a própria vida e a de seus funcionários investindo em equipamentos mais baratos que não têm dispositivos de segurança”.


Regiões com mais acidentes

De acordo com o Anuário da Abracopel, a região Nordeste foi a campeã do número de acidentes, com 242 ocorrências, seguida pela região Sudeste (129); Sul (110); Norte (97) e Centro-Oeste (96). “Só que, em número de habitantes, a região Sudeste contempla um número maior de pessoas. Para termos uma ideia, juntos, os quatro estados – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro – assinalaram 176 incêndios provenientes de acidente com energia elétrica e seis mortes, sendo que a região Sul contemplou 197 incêndios, com 16 óbitos. São números muito expressivos. Para tentar reverter o mais breve possível esse quadro, lançaremos um estudo aprofundado que contempla a população x área territorial”, garante Edson Marinho, diretor-executivo e engenheiro da Abracopel.

Durante o evento, ele ressaltou, ainda, que os acidentes domésticos envolvendo eletricidade acometem mais as crianças, mas os idosos também são vítimas, por conta da dificuldade de locomoção. “Portanto, a situação das instalações elétricas das casas deve ser ponto-chave na vida das pessoas, mesmo porque a maioria das casas construídas há mais de 20 anos não possui capacidade para ‘aguentar’ a quantidade de equipamentos que temos”, observa Amaral.

Na Conferência, foi apresentada também a pesquisa “Percepção de Segurança com Eletricidade”, organizada por Edson Martinho, Walter Aguiar Martins Júnior e Danilo Ferreira de Souza, da Abracopel, no que diz respeito às oportunidades de melhorar a segurança do trabalho referente aos riscos elétricos. Todos os respondentes [1072] acreditam que há possibilidades sim de melhoria, contrariando a ideia de que os locais de trabalho são seguros em relação à eletricidade. “Além disso, ficou evidenciado que as pessoas compreendem que os treinamentos de segurança de trabalho são úteis aos trabalhadores e eficazes para reduzir ou manter os baixos índices de acidente”, explicou Walter Aguiar.

Neste sentido, o engenheiro eletricista e diretor da Engerey, Fábio Amaral, ressalta, além do DR, a importância do Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS), a ser instalado nos padrões de entrada de energia, evitando os “surtos elétricos”, que correspondem a um fenômeno que pode ocasionar a queima de dispositivos elétricos e eletrônicos e que ocorre devido a vários fatores, como raios ou uma partida de grandes motores, por exemplo, “e que desvia as correntes de surto para que não haja riscos de acidentes no imóvel”.

A Norma Brasileira (NBR) 5410 endossa que todas as instalações elétricas devem ter o DPS instalado. “Não se atentar a isso por negligência ou para economizar pode resultar em uma fatalidade”, finaliza Amaral.

 

Estratégias de neurociência no impulsionamento da inovação organizacional

 

O avanço das pesquisas na neurociência nos trouxe descobertas que mostram ser possível utilizá-la para garantir o engajamento necessário dos colaboradores para promover a inovação dentro das empresas. Mas, a teoria por si só não basta, é imprescindível ter a coragem para aplicar a neurociência no ambiente organizacional, uma vez que o mundo corporativo está cada vez mais globalizado, conectado e dependente do poder cognitivo.

 

Sabemos que a inovação é fundamental para que empresas, de diversos segmentos, sobrevivam em um mercado globalizado, dinâmico e imprevisível. As novidades tecnológicas aparecem cada vez mais e em uma velocidade incrível – lançamentos como carros autônomos, impressoras 3D’s e a Inteligência Artificial, por exemplo, movimentam a economia global. Um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2016, indica que, por conta desse cenário, as companhias brasileiras estão em busca de tecnologia para aumentar a inovação e a produtividade. No entanto, se comparado ao nível de outros países no mundo, o Brasil ainda ocupa uma posição muito aquém de sua capacidade de inovar. 

 

Levantamentos feitos pelo Índice Global de Inovação (IGI), publicado pela Universidade de Cornell e que avalia 132 países do mundo, mostram que o Brasil ainda está distante de promover inovação disruptiva, se comparado a outros países. A falta de colaboradores qualificados mostra ser um fator relevante que impede este avanço. Entretanto, existe uma relação entre o potencial de inovação de uma organização e o seu potencial laboral, que precisa ser trabalhado para que a companhia aumente a sua produtividade e tenha mais resultados. 

 

Promover a inovação como um estímulo para atingir melhores resultados na corporação exige, claro, investimentos em P&D e tecnologia. Porém, conduzir as equipes para fazer isso acontecer, é fundamental. Para garantir o engajamento, é necessário que o comportamento seja colaborativo e, mais ainda, entender que não são apenas processos, regimentos ou orientações em reuniões que vão instigar este comportamento nos times. 

 

A compreensão do comportamento humano e a criação de estratégias pautadas na neurociência para induzir resultados de inovação, por meio das pessoas, podem ser soluções viáveis para aumentar o nível inovador das empresas e, por consequência, girar a economia e trazer resultados. Neste contexto, pode ser possível criar relações entre o aumento de produtividade de uma equipe para a inovação, utilizando estratégias da neurociência e modificando o ambiente corporativo. Mais que o investimento em P&D, investir na gestão de pessoas pode ser um caminho assertivo para provocar a inovação organizacional.

 

A neurociência tem ferramentas importantes para provocar estímulos no comportamento, que podem interferir positivamente na cultura da empresa e, consequentemente, no aumento da capacidade de inovar. Neste cruzamento de informações, que envolvem dados que mostram a necessidade de inovar para prosperar, a teoria e, ainda, cases aplicados em utilizando a neurociência, algumas lições foram aprendidas:

 

1. Estímulos cerebrais são importantes para a mudança de comportamento, uma vez que nosso cérebro é, naturalmente, programado para economizar energia. No entanto, ele pode ser programado para agir, conforme a necessidade do ambiente. Por este motivo, estimular a colaboração, a criatividade e a resiliência, utilizando a convivência e o local, pode ser fundamental para a construção de um processo inovador. 

 

2. O comportamento é balizado pelo emocional e, dessa forma, é preciso sentir a necessidade por mudança. Trocar o emocional pelo comportamento é uma das estratégias da neurociência, já que pode levar à cultura organizacional almejada na empresa para, assim, seja possível inovar.

 

3. É preciso conhecimento para controlar a emoção, já que tal sentimento pode ser o motor para gerar a mudança desejada. Porém, para que se torne um fator gerador, é imprescindível que se conheça como a emoção se comporta para, então, decidir se pode ser utilizada para tomadas de decisões.

 

4. O espaço influencia no comportamento do colaborador e, para que haja a implantação de uma nova conduta, é necessário que tal ação seja sentida para que, efetivamente, possa ser aplicada. Tirar as regras do papel e provocar mudanças no meio ambiente, por exemplo, podem potencializar o resultado almejado. Para construir processos inovadores na empresa, a preparação do local no qual os funcionários estão inseridos pode ser fundamental. 

 

5. A confiança cria felicidade no trabalho e aumenta o nível de motivação, uma vez que possibilita que os colaboradores se sintam seguros em um ambiente para errar e, por meio do erro, construir a solução adequada para determinada situação. Na inovação, o erro faz parte do processo e é reconhecido como parte importante do risco de se achar soluções inovadoras. Vale frisar que equipes de alta performance possuem o fator confiança elevado e estão engajadas.




Fabrício Lopes - diretor na Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) e Gerente Executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema Fiep


Dia Mundial da Obesidade: estudo alerta para aumento significativo de casos no Brasil

Endocrinologista explica os perigos do distúrbio e como evitá-lo


Um estudo realizado por uma equipe de 17 pesquisadores de diversas universidades brasileiras e uma do Chile aponta que a prevalência da obesidade aumentou de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019 no Brasil. No Dia Mundial da Obesidade, que acontece nesta sexta-feira (4), a endocrinologista Juliana Andrade, da Iron Telemedicina, ressalta os perigos do distúrbio e como evitá-lo. 

“A obesidade está relacionada ao aumento do risco e desenvolvimento de inúmeras doenças, não só cardiometabólicas como infartos e derrame, mas a doenças neoplásicas, câncer, aumento da hipertensão arterial, diabetes, doenças pulmonares, entre outras”, inicia a médica, que também é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. 

Os dados do estudo vão de acordo com o que a especialista relata. De acordo com ele, o risco associado de diversas Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) é o mais preocupante na obesidade. O acúmulo excessivo de gordura corporal está associado com o aumento no risco de mais de 30 DCNT, em maior ou menor grau. 

“A perda de peso é fundamental para a redução do risco e para isso deve ser feita uma dieta com menos uso de ultraprocessados, alimentos calóricos e gordurosos, ricos em sódio e mais alimentos naturais. Paralelo a isso temos a atividade física, que é coadjuvante na perda. Com atividades aeróbicas conseguimos um equilíbrio melhor da composição corporal com menos tecido gorduroso e inflamatório e aumento da massa magra”, complementa a endocrinologista. 

Atualmente há muitas formas de praticar exercício físico sem que isso gere impacto financeiro. Além das atividades ao ar livre, há diversos conteúdo online que permitem até mesmo malhar em casa. Prova disso é a Mude, primeira empresa voltada para bem-estar no país, que além de ter um aplicativo, realiza diversas aulas presenciais para a população em vários estados e disponibiliza aparelhos de musculação para uso -- tudo gratuitamente. 

“Temos mais de 600 espaços de bem-estar e nosso aplicativo já tem mais de 300 mil downloads. Atualmente, temos atividades presenciais no Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia e Fernando de Noronha. Oferecemos ferramentas acessíveis e através de ambientes democráticos, como praias, praças, e diversos espaços públicos acessíveis a qualquer pessoa. Estamos juntos na luta para combater a obesidade, que acomete enorme parte da população", afirma o educador físico, João Ricardo Marques. 

A fisioterapeuta Nathália Bordalo, de 34 anos, conta que frequenta as aulas da Mude há um ano regularmente e que sente impactos significativos na sua vida. 

“Sou uma pessoa muito ativa e como consequência me sinto bem, tenho uma autoestima alta, estou quase sempre bem-disposta, além de dormir bem e ter uma estabilidade na saúde física e mental”, finaliza.


O pequeno empreendedor e os serviços financeiros


A atividade de empreender no Brasil é uma das mais difíceis do mundo. O ambiente de negócios do Brasil é um dos mais desafiadores, sendo que o Brasil ocupava a posição 124, de um total de 190 Países em facilidade para se fazer negócios, segundo último relatório Doing Business do Banco Mundial do ano de 2019. A dificuldade reside principalmente no complexo sistema tributário, na insegurança jurídica e no difícil acesso ao crédito e serviços financeiros pelos empreendedores.


E são justamente os empreendedores que fazem a economia girar, gerando empregos, renda e impostos. São as pequenas empresas que mais empregam, por exemplo. Os pequenos empreendedores, em especial, são submetidos às complexas regras tributárias e de negócios que torna o fardo mais difícil de carregar. É paradoxal que o País jogue uma carga tão grande nas costas de quem já carrega o País nas costas.


Mas esse cenário está mudando. “A tecnologia vai fazer as mudanças que as ideologias não conseguem fazer”. Essa frase não tem dono, mas é perfeita para o momento. A onda de digitalização que está acontecendo, neste exato momento, é totalmente a favor dos empreendedores. Mas é preciso ter a cabeça aberta e saber surfar. Do contrário, aqueles que resistirem, ficarão presos num tempo que não existe mais e suas empresas vão ficar ineficientes e sucumbir.


A Razonet Contabilidade Digital tem justamente a missão de “Acelerar o sucesso do empreendedor”, com o uso intenso de tecnologia para simplificar aquilo que o governo complica. Automatizando processos, com pesada tecnologia, sobra muito mais tempo para os contadores e especialistas da Razonet prestar um atendimento humanizado de altíssima qualidade aos empreendedores naquilo que interessa: os negócios.


Nessa mesma lógica, de tornar a vida do pequeno empreendedor mais fácil e justa, é que surge a Razonet Bank. Um banco digital, voltado aos pequenos empreendedores, com a pegada de quem sabe exatamente as dores que esse exército de heróis sente no seu dia a dia. Todo empreendedor tem um desafio, ou um projeto, que precisa de crédito para fazer acontecer, por exemplo. Ou necessita de alguma solução financeira estruturada para cobrir algum buraco no seu fluxo de caixa. Ou, ainda, de um simples serviço bancário, que não custe o que não vale. Nessa jornada de acelerar o sucesso dos empreendedores, a oferta dos serviços financeiros em conjunto com a contabilidade digital busca justamente colocar os clientes Razonet no topo do ranking em facilidade de fazer negócios, independente do ambiente de negócios que o País oferece. As modernas tecnologias e o atendimento humano e diferenciado fazem dos clientes Razonet, os privilegiados participantes de um clube exclusivo, com acesso a facilidades para o seu dia a dia, que o que existe no mercado não consegue oferecer.


Assim a Razonet acredita que consegue impactar a sociedade de forma próspera e em escala. Pois sabemos que cada pequeno negócio carrega o sonho de muitas pessoas. E muitos pequenos negócios carregam o sonho de milhares de pessoas. Como disse o escritor Nassin Taleb, “se você quer ajudar o mundo, abra um negócio”.

 

Odivan Cargnin - sócio fundador da Razonet e CFO da Irani Papeis e Embalagens S/A.


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