O tema é polêmico, voltar ou não as aulas presenciais, fato é que em muitas cidades isso já está acontecendo e com a pandemia com números cada vez menores, isso se torna uma presença. Assim, realidades como o debate sobre a mesada volta a preocupar a vida dos pais.
Importante é que o
tema educação financeira deve ganhar mais relevância, e os pais devem ensinar
os filhos a lidarem com essa realidade. Assim, as perguntas a serem feitas é o
porquê de dar mesada, quando começar e como estabelecer o valor.
A volta às aulas é
excelente momento para começar e pode até gerar economia nas contas da família.
Ao contrário do que muitos pensam, a mesada não é um incentivo ao consumo, e
sim forma de educar financeiramente as crianças.
Vou explicar melhor: a
infância é a fase ideal para desenvolver comportamentos que serão levados por
toda a vida, por isso é importante implantar a mesada quando notar que a
criança está pedindo dinheiro com frequência e já mostra ter seus primeiros
hábitos de consumo.
Normalmente, crianças
e jovens consomem durante a rotina escolar, com gastos com alimentação, por
exemplo. Em uma volta com a diminuição, quando muitos ficaram afastados, é
muito preocupante essa relação, podendo ocorrer descontrole.
Assim é fundamental
que as crianças e jovens sejam orientadas para usar o dinheiro de forma
sustentável e poupar parte dele para realizar seus sonhos no futuro, com isso
essas se tornam menos consumistas e mais conscientes. Os reflexos são notados
em casa.
Algo que percebo é que
muitos pais acreditam que não dão mesada, mas dão pequenas quantias
constantemente aos filhos, de forma não sistematizada. Contudo, existem várias
formas de mesadas diferentes do que se imagina e que ajudam na educação
financeira.
Exemplo muito comum é
pais que dão dinheiro quando os filhos pedem para fazer pequenas compras, como
de guloseimas e brinquedos, por mais que pareça que não, eu caracterizo isso
como uma mesada voluntária.
Há 8 tipos de mesada,
que categorizei em meu livro Mesada não é só dinheiro (Editora DSOP),
veja abaixo um breve resumo de cada uma:
• Mesada Voluntária: É
a primeira mesada que seu filho recebe, quando quer comprar sorvete ou bala, o
primeiro dinheiro que passa pelas mãos da criança. Na maioria das vezes, são as
moedinhas do troco e é importante porque é algo novo para as crianças.
• Mesada Financeira: É
o tipo mais comum de mesada. Aquele dinheiro dado às crianças semanalmente ou
mensalmente para que elas comecem a tomar conta do próprio dinheiro.
• Mesada de Terceiros:
Quando seu filho recebe dinheiro dos avós, dos tios ou padrinhos, é considerada
mesada de terceiros.
• Mesada Econômica:
Quanto mais a criança ajuda a economizar em casa, mais a família toda ganha
para fazer coisas juntos. Por exemplo, 50 reais que todo mundo economiza na
conta do supermercado pode render um ótimo passeio até a sorveteria no final de
semana.
• Mesada
Empreendedora: na verdade, é o dinheiro que seu filho ganha por fazer algum investimento
pequeno em casa. Por exemplo, ele ganha mesada com a venda de pipas que ele
mesmo faz em casa, ou algum tipo de trabalho manual, ou até mesmo trufas e
biscoitos.
• Mesada Ecológica:
Não precisa ser dinheiro, é um jeito de incentivar seu filho a separar o lixo
para reciclagem, por exemplo, e ir aos pontos de troca, onde certa quantidade
de material reciclável vale uma quantia em dinheiro.
• Mesada de Troca: Em
vez de seu filho economizar por meses para comprar um brinquedo novo, que tal
chamar os amigos dele para fazer uma tarde de troca de brinquedos? É divertido,
trabalha a conscientização e reaproveita os brinquedos usados em bom estado.
• Mesada Social: É
aquela que leva a criança a escolher brinquedos, passeios e opções mais baratas
e com maior qualidade para passar mais tempo com a família e com os amigos. A
recompensa não é monetária, mas ensina a criança que o dinheiro não é única
coisa de valor que ela pode guardar.
Reinaldo Domingos - está a frente do canal Dinheiro à Vista . É Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin - https://www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (https://www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.