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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Novos estudos ajudam a entender o impacto do novo coronavírus no cérebro humano

Seminário on-line organizado pela FAPESP reuniu pesquisadores do Brasil e da Alemanha. Resultados dão pistas de como o SARS-CoV-2 chega ao sistema nervoso central e quais células são mais afetadas (experimentos realizados em células nervosas por pesquisadores do Instituto D’Or e da UFRJ; reprodução)

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Dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia pelo novo coronavírus, em março de 2020, um estudo com pacientes na Itália já relatava a perda do olfato e do paladar como um dos sintomas de COVID-19. Em abril do mesmo ano, foi publicado o primeiro estudo sobre o impacto neurológico da doença, com centenas de pessoas.

Desde então, investigações sobre as consequências da COVID-19 no cérebro têm sido realizadas, abordando desde os efeitos observados na fase aguda até as possíveis sequelas neurológicas – relatadas por cerca de 30% dos pacientes que se recuperaram.

“A COVID-19 foi inicialmente descrita como uma infecção viral do trato respiratório, mas rapidamente fomos aprendendo que o cérebro é um dos vários órgãos afetados. Mas alguns aspectos da doença ainda permanecem obscuros. O impacto no cérebro não está completamente entendido. É muito importante estimular a troca de conhecimento e de experiências entre pesquisadores de todo o mundo”, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP, na abertura do seminário on-line “What does COVID-19 have to do with the brain?”, realizado em 7 de julho. O evento, que reuniu cientistas do Brasil e da Alemanha, integra a série FAPESP COVID-19 Research Webinars, organizada com apoio do Global Research Council (GRC).


O caminho do vírus

Um dos estudos apresentados no seminário, conduzido na Charité Medicine University Berlin (Alemanha), demonstrou que o novo coronavírus utiliza a mucosa olfatória como porta de entrada para o cérebro. “Isso se dá devido à proximidade anatômica entre as células da mucosa, os vasos sanguíneos e as células nervosas na área. Uma vez instalado na mucosa olfatória, o vírus parece usar conexões neuroanatômicas, como o nervo olfatório, para chegar até o cérebro”, afirmou Helena Radbruch, que analisou amostras da mucosa olfatória e de outras quatro regiões do cérebro de 33 pacientes que tiveram a forma grave da doença e morreram.

A equipe de Radbruch acompanhou outros 180 pacientes desde a fase aguda da doença até meses após a recuperação. “A boa notícia, sobretudo para quem teve COVID-19, é que o vírus não permanece por muito tempo no cérebro. Verificamos que somente em alguns pacientes o SARS-CoV-2 atinge esse órgão e, três semanas após a fase aguda, ele já não está mais lá”, contou.

Radbruch estudou também como o sistema imunológico responde à infecção pelo novo coronavírus. Além de encontrar evidências de células imunológicas ativadas no cérebro e na mucosa olfatória, foi possível detectar as assinaturas imunológicas dessas células no fluido cerebral. Em alguns dos casos estudados, os pesquisadores também encontraram danos no tecido causados por acidente vascular cerebral – um resultado da obstrução de vasos sanguíneos.

“A presença do vírus nas células nervosas da mucosa olfatória parece explicar os sintomas neurológicos, como a perda de olfato e paladar, não tão rara assim entre pacientes com COVID-19”, disse.

No Brasil, pesquisadores do Instituto D’Or e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conduziram uma série de experimentos e concluíram que, além da mucosa olfatória, existem diferentes formas de o vírus atingir o cérebro. Uma delas se daria conforme a doença vai progredindo para diferentes órgãos e a inflamação sistêmica a torna ainda mais grave, o que facilitaria a entrada do vírus no cérebro.

“Infelizmente, identificamos em uma autópsia uma infecção viral grave no plexo coroide, uma estrutura do sistema nervoso central protegida pela barreira hematoencefálica. Essa região do cérebro concentra grandes quantidades de ACE2, que é a proteína à qual o vírus se conecta para invadir o organismo, também encontrada em abundância nos pulmões”, ressaltou Marilia Zaluar Guimarães, pesquisadora da UFRJ e do Instituto D’Or.

Tratava-se de um caso raro, um bebê de um ano, que já sofria com encefalopatia e que não sobreviveu à COVID-19. A autópsia revelou que havia vírus no pulmão, coração, córtex cerebral e também na região cerebral do plexo coroide. “A infecção pelo SARS-CoV-2 causou pneumonia, meningite e danos em múltiplos órgãos devido à trombose, entre eles rins, pulmão, cérebro, coração e pâncreas”, relatou.

Com a comprovação de que o novo coronavírus era capaz de romper a barreira hematoencefálica e se infiltrar em regiões do cérebro, a equipe de pesquisadores começou a realizar estudos em organoides – modelos simplificados de órgãos produzidos por meio de engenharia genética. Os minicérebros cultivados in vitro pelo grupo foram desenvolvidos na época da epidemia de zika. Para isso, os pesquisadores utilizam células-tronco pluripotentes induzidas (células da pele ou do sangue reprogramadas para retornar a um estágio de pluripotência semelhante ao de células-tronco), que recebem estímulos para se diferenciar em células nervosas, como astrócitos e neurônios.

“É um modelo simplificado do cérebro humano, mas com uma variedade celular que permite acompanhar o funcionamento da infecção causada pelo novo coronavírus. Com isso, conseguimos provar que, embora o SARS-CoV-2 provoque dano no cérebro, ele não consegue se replicar lá. Descobrimos também que a infecção causa a redução de células neuroprogenitoras, mas não afeta a capacidade de proliferação dessas células. O que é curioso”, sublinhou.

A pesquisadora destaca, no entanto, que em estudos semelhantes ao dela, que usaram quantidades maiores de vírus para infectar os minicérebros, observou-se replicação viral. Segundo a cientista, isso ajudaria a entender a variação de gravidade, sintomas e sequelas neurológicas deixados pela COVID-19 .

Zaluar e Radbruch concordam que, embora o vírus seja eliminado do cérebro algumas semanas após o fim da fase aguda da doença, ocorre um aumento das citocinas (moléculas indutoras de inflamação) no local – uma provável explicação para os diversos problemas neurológicos do pós-COVID.


Células da glia

Outra pesquisa apresentada no evento foi conduzida por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da FAPESP. O grupo acompanhou 81 indivíduos que testaram positivo para COVID-19 e não precisaram ser hospitalizados. Mais de 50 dias após o diagnóstico, os voluntários ainda apresentavam alterações na estrutura do córtex cerebral associadas a regiões do trato olfatório. Entre os pesquisados, 28% desenvolveram algum grau de ansiedade, 20% de depressão, 28% tiveram perda de memória e 34% relataram perda de funções cognitivas.

Os pesquisadores também avaliaram amostras de tecido cerebral de 26 pacientes que morreram após contrair a COVID-19 – em todas elas a presença do vírus foi confirmada. Em cinco amostras também foram encontradas alterações que sugerem ter ocorrido prejuízo ao sistema nervoso central.

“Já se tinha conhecimento sobre sintomas neurológicos, como perda de olfato e paladar. Com os nossos estudos, conseguimos mostrar, pela primeira vez, que o vírus infecta e se replica nos astrócitos – as células mais numerosas do sistema nervoso central e essenciais para a manutenção dos neurônios”, disse Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia da Unicamp (leia mais em: agencia.fapesp.br/34364).

Pesquisadores da plataforma científica Pasteur-USP mostraram outro ponto interessante da relação entre cérebro e COVID-19. Alterações metabólicas em células da glia infectadas (astrócitos e outros tipos celulares que atuam na sustentação e na nutrição dos neurônios) podem estar relacionadas não apenas com o impacto da doença no cérebro na fase aguda da doença, como também nas sequelas neurológicas prolongadas, relatadas por alguns pacientes.

“Estudos realizados em animais mostraram que o novo coronavírus pode infectar células da glia. Uma vez instalado, o vírus é capaz de se replicar, produzir novas cópias virais e induzir mudanças estruturais que afetam o metabolismo celular”, disse Jean Pierre Peron, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e coordenador de um projeto sobre o tema apoiado pela FAPESP.

Foram feitas na USP análises para verificar alterações na expressão de proteínas das células infectadas (proteômica) e também mudanças no metabolismo (metabolômica). “Encontramos uma série de alterações na expressão das proteínas, principalmente nas envolvidas com o metabolismo do carbono e glicose. Não por acaso, essas vias de sinalização estão relacionadas com doenças neurológicas, como Huntington, esclerose lateral amiotrófica e depressão de longa duração”, contou Peron.

A análise de metabolômica mostrou que as células da glia infectadas apresentam uma hiperativação metabólica nas vias glicolíticas (responsáveis por quebrar a molécula de glicose nos tecidos). Além disso, a mitocôndria dessas células teve suas funções intensificadas. “É provável que a alteração na expressão das proteínas envolvidas com o metabolismo do carbono tenha alguma relação com as mudanças no metabolismo celular”, avaliou.

Segundo Peron, especula-se que a alteração na expressão da enzima glutaminase esteja relacionada com a necessidade do vírus de se replicar. A enzima é de extrema importância para as células da glia, pois 90% das sinapses do nosso cérebro são glutaminérgicas, ou seja, mediadas por esse neurotransmissor. “Tanto que, quando a glutaminase é bloqueada, ocorre a redução de citocinas inflamatórias [redução da inflamação]”, explicou.

A íntegra do webinário pode ser acessada em: https://covid19.fapesp.br/o-que-covid-19-tem-a-ver-com-o-cerebro/550.

 

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/novos-estudos-ajudam-a-entender-o-impacto-do-novo-coronavirus-no-cerebro-humano/36360/

 

Pesquisa revela que coronavírus infecta e se replica em células das glândulas salivares

Vírus como o da herpes, catapora, caxumba e mononucleose são exemplos de transmissores que também usam a saliva como forma de contágio
Créditos: Envato Imagens

Pesquisadores pretendem avaliar se boca pode ser uma porta de entrada direta da Covid-19; outras doenças virais já têm a cavidade bucal e saliva como canais de contágio


Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostrou que o Sars-CoV-2, vírus responsável pela covid-19, infecta e se replica em células das glândulas salivares, responsáveis pela produção e liberação de saliva na cavidade bucal. A pesquisa ajuda a explicar o motivo pelo qual o coronavírus se faz presente em grandes quantidades na saliva de pacientes infectados, possibilitando, inclusive, a realização de testes a partir desse material. 

Nos últimos meses, várias pesquisas têm revelado a presença e recorrência do coronavírus na boca de pessoas infectadas e também a prevalência de complicações da Covid-19 em pacientes com problemas bucais. Um estudo publicado no Journal of Clinical Periodontology, a revista da Federação Europeia de Periodontologia (FEP), analisou 500 pacientes que foram infectados pelo coronavírus e concluiu que aqueles com problemas gengivais tinham 3,5 vezes mais possibilidade de serem internados por complicações da covid-19 e a probabilidade 4,5 vezes maior de precisarem de um ventilador mecânico. Outra pesquisa, realizada por profissionais da Residência em Periodontia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), revelou ainda que o biofilme - placas de bactérias que se acumulam sobre os dentes - pode ser um reservatório de SARS-CoV-2.

Além disso, a importância do cuidado com a saúde bucal já era demonstrada na prevenção de outras doenças. “Por ser uma abertura ampla do corpo, e que tem muito contato com objetos externos, como a comida, as mãos, talheres e copos, a cavidade bucal se torna um caminho fácil para a entrada de vírus. E, mais do que isso, por ser um espaço de absorção de nutrientes e canal direto para o interior do corpo, ela também é um local sensível, vulnerável para o acometimento de doenças”, explica o dentista e especialista em Saúde Coletiva na Neodent, João Piscinini. 


Boca como porta de entrada

Muito antes da chegada da covid-19, outras patologias já tinham acesso ao corpo humano pela boca. Vírus como o da herpes, catapora, caxumba e mononucleose são exemplos de transmissores que usam a saliva como forma de contágio. “Já está  claro para a sociedade que até mesmo a gripe comum pode ser transmitida pela cavidade bucal. Porém, o que esperamos com as descobertas feitas com relação à covid-19 é poder evidenciar, ainda mais, o quanto é importante olharmos para a boca, e também para a saúde bucal, como parte do cuidado do corpo como um todo”, ressalta Piscinini. 

Além das doenças virais, diversas outras complicações podem indicar alertas pela boca. A sífilis, leucemia, anemia, diabetes, cirrose e até diabetes são exemplos de enfermidades que podem dar sinais por meio da boca. De acordo com Piscinini, além de porta de entrada, a boca também é um espelho do corpo. “Em uma análise da cavidade bucal, profissionais da odontologia conseguem identificar anormalidades que podem revelar a presença de muitos outros problemas de saúde, isso a partir de sintomas como mudança de coloração na mucosa, textura da língua, sangramento nas gengivas, enfraquecimento dos dentes, entre outros”, conta. 

Por isso, além da necessidade de manter a saúde bucal em dia, o acompanhamento com profissionais da odontologia também pode garantir a descoberta precoce de doenças mais graves. “Estudos como esse da USP, que investigam o papel da boca como transmissora e local de proliferação de vírus e bactérias, nos ajudam a conscientizar ainda mais sobre a importância de a população manter as consultas frequentes ao dentista”, reforça Piscinini 

A próxima etapa da pesquisa dos profissionais da USP pretende identificar se os tecidos presentes na boca, como mucosas e gengivas, podem também facilitar a entrada do vírus para o corpo. “A boca é uma cavidade muito maior que a nasal e, caso os tecidos internos sejam uma abertura direta do vírus para o organismo, as medidas de cuidados devem ser ainda mais relevantes”, ressalta o especialista em Saúde Coletiva na Neodent.

No estudo da Universidade de São Paulo, as células das glândulas salivares foram descobertas como local de replicação do vírus da covid-19. Realizada por meio da análise de amostras de três tipos de glândulas salivares de pacientes que morreram em decorrência de complicações causadas pelo coronavírus, a pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e os resultados foram publicados no Journal of Pathology

 


Neodent®


Você sabia? Alumínio e outros metais pesados afetam metabolismo ósseo

Médico endocrinologista Guilherme Renke explica de que forma a exposição a essas substância pode ter impacto na saúde das pessoas e no desempenho físico de atletas

 

Devemos nos preocupar com a exposição a metais pesados, como o alumínio? Segundo a comunidade científica, infelizmente sim. De acordo com o endocrinologista Guilherme Renke (@endocrinorenke), em sua coluna semanal do Eu Atleta, como o alumínio e outros metais pesados permeiam nosso meio ambiente, a comunidade científica há muitos anos tem se preocupado com sua segurança em humanos. "A contaminação com metais é um problema sério em todo o mundo devido à sua toxicidade e não biodegradabilidade e à sua capacidade de se acumular no meio ambiente e em organismos vivos", ressalta o médico. 

Um metal pesado é um metal denso que, geralmente, é tóxico em baixas concentrações. Embora a expressão "metal pesado" seja comum, não existe uma definição padrão que designe metais como pesados. Os mais frequentemente detectados no meio ambiente são cádmio, zinco, cobre, arsênio, níquel, mercúrio, cromo, chumbo e alumínio. 

"O alumínio é um metal pesado amplamente utilizado na fabricação de latas de bebidas, antiácidos, tintas, cosméticos e assim por diante. Sabe-se que o alumínio afeta os sistemas hematopoiético (responsável pela formação de células sanguíneas), nervoso e o ósseo, podendo causar anemia, aluminose (contaminação de alumínio nos pulmões), osteoporose, entre outros efeitos adversos à saúde", diz o profissional. 

Estamos em contato diariamente com o alumínio, por exemplo, através de embalagens e recipientes (latas de bebidas e alimentos), cafeteiras, cápsulas de café, papel alumínio doméstico, antiácidos, cosméticos (desodorantes antitranspirantes, protetores solares, pasta de dente), aditivos alimentares, entre outros. Mas apenas cerca de 0,1% do alumínio ingerido por via oral é absorvido pelo trato gastrointestinal e torna-se biodisponível. 

Apesar de a principal fonte de alumínio no corpo humano serem os alimentos, a absorção dérmica (através da pele) desempenha um papel secundário, mas desodorantes contendo alumínio têm sido repetidamente sugeridos como relacionados a um aumento no risco de câncer de mama pela exposição crônica ao metal. 

A preocupação mais comum sobre o alumínio em antitranspirantes e outros produtos para a pele é que ele pode estar relacionado ao câncer de mama. Observações experimentais indicam que a aplicação a longo prazo de antitranspirantes com alumínio pode se correlacionar com o desenvolvimento e progressão do câncer de mama. "Propõe-se que essa ação seja atribuída, entre outras, às possíveis atividades semelhantes ao estrogênio do alumínio. Mas não há evidências científicas que mostrem e comprovem que o alumínio dos desodorantes cause a doença e mais pesquisas são necessárias" explica Dr. Guilherme. 

No entanto, na medicina preventiva, podemos optar por diminuir as exposições aos metais pesados, incluindo algumas fontes de alumínio, como o desodorante. 

Uma exposição maior e prolongada ao alumínio e outros metais pesados, como exposição ocupacional em ambientes de trabalho, pode levar a diversas consequências no organismo, comprometendo, por exemplo, a saúde óssea e cerebral. 

A absorção dérmica através de antitranspirantes também não deve ser esquecida, pois pesquisas médicas mostram que o alumínio dos desodorantes pode se acumular em seu corpo. No entanto, não há evidências científicas que liguem diretamente o alumínio a cânceres e outras condições de saúde através de uma exposição relativamente pequena. 

"O que temos hoje na ciência são possibilidades, as quais levam alguns especialistas a aconselharem que o uso de antitranspirantes não é uma boa ideia para todos, especialmente para aqueles com doença renal crônica grave. Se pudermos fazer pequenas mudanças para diminuir a exposição, como diminuir o uso de cosméticos com alumínio, pode ser uma forma preventiva das condições maléficas ocasionadas por metais pesados no organismo. Lembrando que hoje não temos evidências suficientes para comprovar essa possível prevenção. Tenha sempre uma orientação profissional adequada para analisar individualmente suas necessidades e escolhas", completa o endocrinologista.

 



DR GUILHERME RENKE (@endocrinorenke) - endocrinologista e médico do esporte - CRM: 950963 - http://instagram.com/endocrinorenke 


Queixas de dores na coluna aumentam na pandemia da Covid-19

O prolongamento da pandemia da Covid-19 fez crescer ainda mais o número de queixas relacionadas às dores na coluna, especialmente na região lombar. No Programa de Medicina Preventiva (Special Life) do Grupo Assim Saúde, a procura por atendimentos na área da saúde ortopédica teve acréscimo de 20% em relação ao mesmo período de 2020. Para os casos com intervenção de fisioterapeutas, a demanda registrada foi ainda maior: 44%. O aumento expressivo tem preocupado especialistas da operadora, que alertam à população para as medidas preventivas e de autocuidado, essenciais para evitar a evolução para os quadros mais graves e até mesmo cirúrgicos. 

Antes do início da quarentena, a dor lombar já ocupava a posição de segunda maior causa de atendimentos médicos no Brasil, ficando atrás somente das dores de cabeça, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na operadora, dois novos cenários justificam a crescente busca por atendimentos na área: as alterações repentinas associadas ao estilo de vida, em decorrência do longo período da pandemia, e as sequelas pós-Covid, que exigem a reabilitação do paciente para a sua completa recuperação. 

“As dores lombares, na sua forma crônica, já alcançam níveis epidêmicos na nossa população e, inclusive, são a maior justificativa de afastamentos e faltas ao trabalho. Com as mudanças abruptas impostas pelo distanciamento social, muitas pessoas tiveram suas atividades físicas interrompidas e passaram a se dedicar mais às questões do lar e familiares. O somatório de todos esses fatores impacta diretamente no surgimento das dores, que precisam ser avaliadas com atenção logo que apareçam”, explica o ortopedista e fisiatra Max Cavalcante, do Programa de Patologias da Coluna da operadora.

 

Medidas para o alívio das dores 

Para o especialista, o sedentarismo, por enfraquecer a musculatura do corpo, está entre os grandes adversários, quando o assunto é a prevenção das dores nas costas e na lombar. Mas ele não é o único. A precaução envolve aspectos físicos, ergonômicos, emocionais e alimentares. 

Dentre as medidas preventivas, o ortopedista reforça a importância da qualidade do sono, de ter uma alimentação saudável, de manter bons relacionamentos com os familiares e amigos, mesmo que à distância para afastar a depressão, e separar, no mínimo, 30 minutos do dia para as atividades físicas. Outra dica valiosa para evitar a sobrecarga na coluna, especialmente para as pessoas que estão em home office, é fazer pequenas pausas, a cada 40 minutos, para o alongamento dos músculos e a correção da postura. 

“Poucos ajustes no dia a dia já são capazes de trazer grandes ganhos para a nossa saúde e bem-estar. Porém, é preciso cautela ao praticar exercícios sem supervisão, uma vez que tanto a falta quanto o excesso de movimento facilitam a ocorrência de dores na coluna e nas demais articulações”, ressalta Cavalcante. O ortopedista chama a atenção ainda para os riscos da automedicação que, muitas vezes, pode agravar o processo inflamatório e levar a quadros crônicos, além da importância do acompanhamento especializado para iniciar o tratamento adequado. 

“A eficácia de qualquer tratamento na coluna requer a participação ativa do paciente. E exatamente por sabermos o quanto é necessária muita determinação para alcançar bons resultados, temos no programa fisioterapeutas e enfermeiros que monitoram, via contato telefônico, os pacientes e orientam sobre o estilo de atividades físicas que devem ser praticadas em cada uma das etapas. Essa proximidade e troca com o profissional de saúde é essencial para que o beneficiário não desanime e mantenha o foco até o final do tratamento”, destaca o ortopedista.

 


Assim Saúde


Mudanças de temperaturas convidam à redobrar atenção com a saúde das crianças

Os termômetros registram constantes oscilações nas temperaturas e convidam a hora de tirar casacos do armário, investir na imunidade e ficar atento ao kit de medicamentos que ajudam a enfrentar as doenças típicas do período

 

O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta para novas mudanças de temperaturas a partir desta semana nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Oscilações nos termômetros que chegam acompanhadas de relatos que se repetem sempre que as temperaturas caem: nariz congestionado, tosse, dores no corpo e febre. E, em meio a uma pandemia, é comum que os pais não saibam quais os medicamentos são seguros para cuidar dos pequenos com sintomas de algumas das doenças típicas desse período do ano.

A gripe, uma das mais comuns, é também a grande vilã da saúde e pode atingir pessoas de todas as idades, idosos e crianças são mais suscetíveis por caraterísticas de seu sistema imunológico e respiratório, que são alvo frequentes destas infecções. Por isso, a orientação de especialistas é reforçar o cuidado, beber muita água e ficar de olho na nécessaire de medicamentos que ajudam a combater os principais sintomas da doença. A vacina contra a gripe é uma importante arma terapêutica indicada a partir dos seis meses de idade. "Com os pequeninos, os cuidados devem ser redobrados", destaca a médica pediatra Ana Paula Beltran Moschione Castro, (CRM 69748 - SP).

A especialista explica que, com a imunidade em formação, as crianças ficam mais suscetíveis aos vírus circulantes e sofrem com os sintomas, que tendem a ficar mais fortes, principalmente em pacientes que já apresentam algum comprometimento respiratório. "O alerta é para que pais e mães redobrem a atenção nesse momento. As mudanças bruscas de temperaturas são comuns nesta época do ano e não podemos esquecer que estamos diante de uma pandemia, portanto, todo cuidado com a saúde é necessário, seja de prevenção e proteção".

Para tratar os sintomas que podem surgir durante a gripe, como dor no corpo e febre, que também são comuns na Covid-19, pais e adultos de forma geral podem confiar nos medicamentos à base de ibuprofeno, explica a especialista. "A medicação tem ação predominantemente analgésica e é hoje a mais segura para o tratamento de febre e dores em geral. Inclusive, a última diretriz clínica da Organização Mundial da Saúde lista ibuprofeno, entre outros medicamentos, como uma alternativa importante no tratamento desses sintomas na Covid-19", afirma.

Além disso, a especialista alerta: a medicação, na dose certa e na hora certa pode evitar uma possível ida aos hospitais e postos de saúde - ambientes que geralmente ficam lotados neste período - e ainda evita os riscos de exposição ao coronavírus. "O ibuprofeno pode ser administrado em crianças, a partir de seis meses de idade, a cada 6 ou 8 horas. A dosagem deve ser adequada ao peso da criança", detalha a médica. Mas, lembra que é importante sempre buscar orientação do médico pediatra.

 

A pediatra destaca algumas orientações importantes para enfrentar os vilões da saúde nos dias mais frios:

• O vírus causador da gripe costuma circular mais em ambientes fechados. Por isso, sempre que puder, mantenha os lugares com janelas e portas abertas, para fazer o ar circular e manter a casa livre dos riscos de contaminação;

• Nesse período também são comuns os relatos de alergia. Isso acontece por que os ácaros, agentes que causam grande parte das alergias respiratórias, se proliferam com mais facilidade. A dica é dedicar mais tempo à higienização de tapetes, pelúcias, etc, e manter o ambiente sempre ventilado;

• Se precisar sair de casa, não deixar para trás os casacos para enfrentar a queda de temperatura e não esqueça dos protocolos de segurança da Covid-19 - máscaras e álcool gel sempre;

• Beber bastante água é fundamental e investir em uma alimentação balanceada traz o equilíbrio necessário de uma vida saudável.

"É preciso atenção aos sintomas dos casos mais comuns deste período do ano", afirma a especialista. Gripes e resfriados são provocados por diferentes agentes e podem ser facilmente confundidos e para esclarecer melhor as dúvidas sobre as manifestações das doenças de inverno, a médica destacou os sintomas que ajudam a identificar casos de Covid-19, gripe e resfriado:

• Em casos de Covid-19, é comum o paciente apresentar febre, às vezes cansaço, tosse (geralmente seca), em alguns casos dor de garganta;

• A gripe se manifesta por meio de febre, cansaço, tosse seca, dores no corpo, mal-estar e dor de cabeça; mas lembre-se que temos vacina a partir dos seis meses de idade;

• Os pacientes com resfriados poucas vezes têm febre, a tosse é mais leve, espirros são comuns - assim como as dores no corpo -, além de coriza e nariz entupido.

"Em todos estes casos, a orientação é sempre investigar. Procurar atendimento médico para identificar o problema e indicar o melhor tratamento", finaliza.


Chegada do inverno: quais são os riscos para a imunidade das crianças?

Baixas temperaturas e clima seco são alguns fatores que aumentam a ocorrência de gripes e outras doenças respiratórias nesta época do ano


A estação mais fria do ano é lembrada pelas mães como uma temporada de coriza, tosse, espirro e dificuldade para respirar nos pequenos. E, como de costume, elas não estão enganadas. O inverno, realmente, é uma época do ano em que se observa com mais frequência a ocorrência de doenças que afetam o sistema respiratório, tais como a gripe, a rinite e a laringite.

“Esse aumento está relacionado a baixas temperaturas, tempo seco e aumento da poluição. No frio, as pessoas também optam por ambientes pouco ventilados, que facilitam a transmissão de vírus e bactérias, principalmente em crianças, que costumam ter o sistema imunológico ainda em desenvolvimento”, explica o alergologista pediátrico Alexandre Okamori, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

De acordo com o Dr. Okamori, mesmo em regiões menos atingidas por invernos rigorosos, como Norte e Nordeste, as doenças respiratórias costumam dar um salto nesta época. “Devido à sazonalidade dos vírus, crianças que residem em locais com climas mais amenos também podem ter maior acometimento de vias aéreas nesses meses do ano.


Mas afinal, o frio faz cair a imunidade?

Segundo o especialista, a resposta é não. Não há no inverno uma característica específica que prejudique o sistema imunológico em si. O que ocorre, como explicado, é uma maior circulação dos vírus e bactérias, que acabam por atingir mais facilmente indivíduos – sobretudo os pequenos – que já estejam com baixa imunidade.

“Algumas infecções virais também são responsáveis por causar um período transitório de déficit na imunidade, permitindo o desenvolvimento de infecções bacterianas”, esclarece.


E, então, como garantir uma boa imunidade independente da estação do ano?


- Adeque a alimentação da criança

Uma alimentação balanceada, que tem como base alimentos naturais como frutas, legumes, verduras e carnes magras é fundamental para uma vida saudável, em qualquer idade.

Garanta o consumo de todas as vitaminas e nutrientes necessários para o desenvolvimento infantil.


- Incentive a prática de atividades físicas

A prática de exercícios, sempre adequada à faixa etária da criança, também ajuda na prevenção de doenças. As atividades físicas, em geral, ajudam a regular o sono e o apetite dos pequenos, além de favorecerem as condições respiratórias.


- Não atrase ou abra mão de vacinas

Manter a carteira vacinal em dia é fundamental para melhorar a imunidade da criança e reduzir a ocorrência de diferentes tipos de doenças.

O uso dos medicamentos certos para o tratamento de gripes e resfriados, como os antigripais líquidos, é uma outra medida importante para reduzir a ocorrência destas doenças, somando-se às vacinas.


E, no dia a dia, como melhorar a rotina para evitar infecções virais e bacterianas?

Semelhantes aos cuidados com a transmissão da Covid-19, para o caso de gripes e outras síndromes gripais as recomendações dos especialistas são categóricas:

- Apostar em ambientes bem arejados e com circulação de ar, independente das temperaturas;

- Evitar aglomerações;

- Lavar as mãos.

Já no que diz respeito aos alérgicos, vale ainda limpar bem o ambiente e lavar roupas que estejam muito tempo guardadas antes de colocá-las para uso, evitando contato com a poeira.

 


Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

Pediatra explica se vacina de Covid-19 é segura para adolescentes

Governo do Estado de São Paulo anunciou início da imunização de crianças com idade entre 12 e 17 anos em agosto


O medo da contaminação pelo novo coronavírus tem tirado o sono de muitas famílias. A chegada de vacinas contra a Covid-19 se tornou uma esperança para evitar quadros graves da doença.

Até alguns meses, era sabido que as vacinas não haviam sido testadas para uso em crianças e adolescentes e, por isso, esse público estava fora do calendário vacinal. No entanto, novos estudos foram feitos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do imunizante da Pfizer para adolescentes entre 12 e 17 anos.

Diante deste novo cenário, o governo do estado de São Paulo também autorizou a imunização deste público a partir de agosto, mas muitos pais e cuidadores ainda têm dúvida sobre a segurança do imunizante.

A pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Francielle Tosatti conta que essa vacina foi aprovada pelo FDA e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e, desde maio vem sendo aplicada na Europa e nos EUA. "Isso nos coloca em uma posição relativamente vantajosa para observar o comportamento do imunizante", diz a médica, "a eficácia encontrada nos estudos foi de 100%, o que é um dado muito animador e relevante para uma vacina que tem se mostrado segura".

Casos extremamente raros de miocardite e pericardite (inflamação de músculos e membranas do coração) após a aplicação da vacina têm sido monitorados pelo CDC americano e ocorreram em adultos jovens e adolescentes com mais de 16 anos, geralmente uma semana após a segunda dose da vacina, com evolução benigna e ótima resposta ao tratamento e repouso.

"A Covid-19 também infecta crianças e elas podem transmitir e adoecer. Por isso, o controle da pandemia tem de contemplar as crianças no mapa vacinal. Essa questão da miocardite transitória associada à vacina é, no momento, um risco teórico que está sendo investigado. Adoecer por Covid é um risco comprovado e muito maior, com riscos raros também em crianças de evoluir para síndrome inflamatória multissistêmica. Diante deste cenário, recomendo que pais e responsáveis levem seus adolescentes para vacinar", defende Dra. Francielle.

Dentre os principais efeitos colaterais que a vacina pode causar estão dor, inchaço e vermelhidão no local da aplicação, além de cefaleia, mialgia, calafrios, febre e náuseas que duram até 48 horas.

 

Dra. Francielle Tosatti @drafrancielletosatti - Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande - RS.  Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Grande - RS.  Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria.  Especialista em Emergências Pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein.  Médica Emergencista da equipe do pronto-socorro e enfermaria do Hospital Infantil Sabará.

É possível viver bem após um tumor cerebral? Neurocirurgião da UNICAMP explica

Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião da UNICAMP e do Hospital Albert Einstein, descreve os principais tipos de tumores cerebrais, seus sintomas e tratamentos


Em uma pesquisa recente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou que 11.100 novos casos de tumores cerebrais e/ou do sistema nervoso central fossem diagnosticados entre os anos de 2020 e 2022. O número, de acordo com o Dr. Marcelo Valadares, médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein, reforça a importância da conscientização e da disseminação de informações sobre os sintomas, viabilizando o tratamento com urgência.

As massas, que podem ser cancerígenas ou não, são caracterizadas pela presença e crescimento de células anormais no cérebro e/ou nas meninges (membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal).



É possível viver bem depois de um tumor cerebral?

Segundo o Dr. Marcelo Valadares, grande parte dos tumores intracranianos são benignos. O mais comum deles, chamado de meningioma, frequentemente é curável com cirurgia e, algumas vezes, sequer pode precisar de operação. "Tumores que surgem dentro do próprio cérebro ainda sim podem ser benignos, curáveis com cirurgia, ou de baixa agressividade, fazendo com que o paciente possa realizar tratamentos diversos e ter uma vida longa e de qualidade", diz.

O meningioma é o tipo mais frequente de tumor no cérebro, responsável por cerca de 30% das incidências. São benignos e mais comuns em adultos e idosos, acometendo mais mulheres do que homens.



Conheça os sintomas

O neurocirurgião da Unicamp explica que os principais sintomas causados por tumores cerebrais são relacionados aos locais onde eles se desenvolvem. "Como o cérebro é relativamente divido em áreas responsáveis por funções específicas, os tumores que se desenvolverem nessas regiões vão prejudicar essas atividades. Por exemplo: tumores que surgirem próximo às áreas responsáveis pelos movimentos dos membros podem causar fraqueza, e até paralisia. Tumores nas áreas responsáveis pela visão podem causar perdas visuais, manchas ou embaçamentos", expõe.

Embora tumores benignos e malignos possam causar sintomas semelhantes, os malignos têm maior chance de se desenvolverem rapidamente, levando a uma frequência maior de dores de cabeça, convulsões e alterações neurológicas como coma. "Isso é menos frequente em tumores benignos", elucida o médico.

No entanto alguns sintomas podem surgir independentemente do local da lesão. "Em quase todas as áreas do cérebro, os tumores podem causar convulsões, embora isso seja mais comum nos lobos frontais e temporais. Quando são grandes, podem causar dores de cabeça. Além disto, alguns tumores podem sangrar e levar a pioras neurológicas repentinas", reitera o Dr. Valadares.



Saiba as diferenças entre os tumores benignos e malignos

Um tumor cerebral benigno não é um câncer, ou seja: não é capaz de invadir os tecidos cerebrais normais e destruí-los. Além disto, ele frequentemente pode ser tratado com cirurgia.

"De qualquer forma, mesmo um tumor benigno pode crescer em um local complexo que impeça sua remoção ou comprima tecidos e vasos, podendo levar a problemas graves", explica o Dr. Marcelo Valadares.

Um tumor maligno, por outro lado, possui mutações em suas células que são capazes de invadir os tecidos cerebrais, destruindo-os. Neste caso, as células crescem de forma desordenada, acelerada e cada vez mais agressiva.
Os principais tumores malignos no cérebro são os gliomas, que crescem a partir de diversos tipos celulares chamados, em conjunto, de glia. "Estas são células que dão suporte aos neurônios além de realizar diversas outras funções no cérebro. Os tumores da glia (ou gliomas) são os tumores intrínsecos mais comuns (que surgem do próprio cérebro, e não de outras partes ao seu redor). Além disto, ele pode ser um glioblastoma, um subtipo de glioma altamente agressivo, ou seja: um câncer muito grave", exemplifica.

O médico conta, ainda, que a muitos tumores malignos do cérebro são controláveis com o tratamento disponível e, em poucos casos, existe possibilidade de cura.



Tratamentos

Para os gliomas, o Dr. Marcelo Valadares garante que o tratamento pode ser cirurgia para remoção de parte ou todo o tumor identificável. "Normalmente o paciente precisa realizar quimioterapia e radioterapia após a cirurgia. Diversos outros tratamentos estão sendo pesquisados para os tumores malignos do cérebro", afirma.

No caso dos meningiomas, o principal tratamento é a cirurgia. Alguns tipos, mesmo benignos, podem precisar de radioterapia.





Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein. A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação, sendo que o neurocirurgião trabalha em São Paulo e em Campinas. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor. O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation - Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia. 

Desmistificando a anestesia

A Dra. Ana Claudia Galdez Monteiro, Médica Anestesiologista do Hospital Albert Sabin de SP, explica as principais questões relativas à especialidade

 

Anestesia é o estado de ausência de dor e outras sensações durante uma cirurgia ou exame diagnóstico, por meio de medicações. Pode ser geral, ou seja, para o corpo todo, ou parcial (local), quando apenas uma região do corpo é anestesiada.

O médico responsável por esse procedimento é o anestesiologista que, além do curso regular de medicina, passa por uma especialização de, ao menos, três anos.

São muitas as dúvidas relacionadas ao tema, que resultam no medo dos pacientes que se submeterão a tal prática.  “O medo é inerente ao desconhecimento, pois, todos nós temos receio do que não conhecemos”, diz a Dra. Ana Claudia Galdez Monteiro, Médica Anestesiologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS).

“Quando o paciente está anestesiado ele não se encontra no controle de sua vida, confiando esse domínio aos médicos, e é natural que o medo se faça presente. Contudo, tal sensação pode ser amenizada pelo esclarecimento”, completa a médica.

Tal esclarecimento é feito no HAS com o encaminhamento do paciente ao ambulatório de avaliação pré-anestésica, onde ele conhecerá o médico anestesiologista que administrará e controlará todo o procedimento durante sua cirurgia. Esse especialista também lhe dará todas as informações sobre o processo a fim de tranquilizá-lo.

São várias as classificações dos procedimentos anestésicos, como:

  • Sedação
  • Anestesia local
  • Geral (venosa ou inalatória)
  • Bloqueios espinhais, como a peridural e a raquidiana
  • Bloqueio dos nervos periféricos (local)

Os efeitos das anestesias e a recuperação do paciente que se submete a ela dependem de fatores como a técnica, porte do procedimento cirúrgico e condição de saúde desse paciente.

Os riscos também são inerentes a tais fatores, contudo, podem ser minimizados com o planejamento adequado. “A oportunidade de o paciente conhecer seu médico anestesiologista, e vice-versa para a correta análise do estado físico de saúde, leitura dos exames e outros fatores relacionados é um elemento importantíssimo em todo o processo da anestesia e grande minimizador de riscos”, explica a Dra. Claudia.

A médica também faz algumas recomendações básicas aos pacientes que passarão pelo processo de anestesia, como: evitar cabelos sintéticos, unhas e cílios postiços, piercings e quaisquer outros componentes que possam desencadear uma inflamação e/ou interferências nos bisturis elétricos. Cumprir rigorosamente os horários agendados com o médico também é de extrema importância.

“No mais, a palavra que envolve todo o procedimento anestésico é “segurança”. E tal segurança é alcançada no Hospital Albert Sabin por meio de equipes altamente preparadas para atender o paciente em todas as fases de sua estada, os melhores equipamentos tecnológicos que existem no mercado nacional e internacional e a estrutura que só um hospital de grande porte, e referenciado, pode proporcionar”, finaliza a Dra. Monteiro.

Escute o Dr: https://www.youtube.com/watch?v=BIQWaxszGaM 


Terapia Intraóssea: Tecnologia faz a diferença na hora de salvar vidas

Dispositivo de terapia intraóssea, conhecido como NIO, veio para trazer mais eficácia e tecnologia aos primeiros socorros possibilitando o atendimento de pacientes que podem sofrer piora pela falta de acesso venoso  para terapia medicamentosa.

 

O dia a dia em uma emergência - seja dentro de um hospital ou mesmo na rua - requer um protocolo rígido com regras universais para trazer sempre o máximo de segurança para os pacientes. E uma das tecnologias já bastante exploradas, e que está chegando ao Brasil é o NIO: um dispositivo de acesso intraósseo que possibilita a infusão de medicações e fluidos através da via intraóssea de uma maneira rápida, eficiente e segura. A tecnologia chegou ao país através do Grupo Hemocat/Cath-Care, que oferece soluções inovadoras para o mercado de saúde.

 

De acordo com Rose Abelha, Enfermeira Especialista da Linha de Emergência do Grupo, quando o paciente está em estado de emergência, é preciso agir de forma rápida e eficaz. Por isso a opção pelo acesso intraósseo ganha cada vez mais espaço. “Essa é a melhor solução para infundir soro e medicamentos ao paciente que chega em estado grave quando o acesso venoso não for bem sucedido ou inviável. É um princípio para o começo do atendimento e pode evitar agravamentos e até mortes”, revela a especialista. 

 

A terapia intraóssea é um método alternativo para administração de medicamentos e fluidos através de um cateter instalado na cavidade medular. “O  dispositivo tem melhores taxas de sucesso na primeira punção, 98%, e o menor índice de infecção quando comparada com outras terapias infusionais. Além disso, pode evitar atrasos no início imediato na infusão de medicamentos e fluidos em pacientes adultos, pediátricos e neonatais”, completa Rose Abelha. 


O dispositivo é indicado para pacientes com acesso venoso difícil, pacientes em urgência e emergência que podem estar em risco aumentado de morbidade e mortalidade caso o acesso não seja obtido. “Também temos a versão NIO Pediátrico, que é destinada para pacientes com idades entre 3 a 12 anos, onde a profundidade da agulha pode ser alterada de acordo com a idade do paciente e o NIO Infante para pacientes de 0 a 3 anos, que é manual e com penetração controlada pelo profissional”, explica Rose Abelha.


Além disso, todas as soluções e fluidos que podem ser infundidos por via endovenosa, também podem ser feitos via intraóssea. “O NIO não deve permanecer por mais de 24 horas em cada sítio, devendo ser substituído, prioritariamente, por outra via de acesso. A agulha do NIO pode ser utilizada na injeção de contraste em exames de Tomografia Computadorizada (TC)”, indica a especialista.



NIO auxilia no combate a covid-19


Ainda de acordo com ela, essa terapia é indicada pelos maiores órgãos do mundo e também auxiliou em casos graves de covid-19. “A emergência, por se tratar de uma área crítica e de tratamento imediato, é uma das áreas mundialmente padronizadas e focadas em primeiros atendimentos. A intraóssea começou nas crianças, pois muitas morriam por falta de acesso, quando chegavam desidratadas, por exemplo. Assim, perceberam que para o adulto também era uma ótima alternativa”, conta. 


 

Contraindicação

 

O procedimento não é indicado em casos de ossos quebrados, pois o medicamento pode não chegar ao local correto. “Se introduzir o líquido no osso quebrado, ele pode extravasar. É uma contraindicação absoluta, é só não aplicar no osso quebrado. Além disso, os profissionais também devem ficar atentos a feridas abertas no local da aplicação do dispositivo, pois pode contribuir para uma contaminação, levando a uma infecção óssea.

 

Para André Monteiro, enfermeiro administrador do SAMU Guaratinguetá, o dispositivo ajuda a salvar mais vidas. “Para utilizar o dispositivo intraósseo todos os enfermeiros passaram por um curso de habilitação e punção intraóssea, e depois nós tivemos a condição de conhecer o dispositivo. Fomos o primeiro SAMU do país a utilizar o dispositivo de forma real, um dos nossos enfermeiros aplicou em uma paciente durante uma hipoglicemia severa, e o paciente se encontra saudável. Nós agregamos a cada atendimento com esse procedimento tecnologia e valor ao dispositivo para ser utilizado de forma eficiente. O dispositivo tem sido um diferencial, a punção intraóssea é algo fantástica, principalmente nas taxas de reversão de parada cardiorrespiratória, hoje temos uma taxa de reversão de 70% dos casos”, conta. 

 

O enfermeiro Marcus Vinicius, também compartilha a experiência que teve utilizando pela primeira vez o dispositivo intraósseo. “Quando fui acionado a atender um quadro de hipoglicemia, chegando na residência a paciente, de 82 anos, se encontrava sonolenta e não interagia nem com os familiares e nem com os médicos, e foi visto que ela apresentava uma atrofia dos membros inferiores, devido a um quadro de AVC ocorrido há 3 anos. Os familiares também relataram que ela fazia tratamento para diabetes e hipertensão, e que ela se encontrava em um quadro de desidratação. Assim, foi feita uma busca por uma via venosa, mas não foi possível colocar um acesso. Então optamos pelo acesso intraósseo, onde posicionei a paciente e puncionei o dispositivo no úmero esquerdo, com sucesso, onde administrei os medicamentos, e logo depois ela já foi retornando a consciência, levamos a paciente foi para o pronto socorro local, interagindo com a equipe e conseguimos uma recuperação rápida”, finaliza. 

 

 


Cath-Care

https://cathcare.com.br/ 


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