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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Pediatra explica se vacina de Covid-19 é segura para adolescentes

Governo do Estado de São Paulo anunciou início da imunização de crianças com idade entre 12 e 17 anos em agosto


O medo da contaminação pelo novo coronavírus tem tirado o sono de muitas famílias. A chegada de vacinas contra a Covid-19 se tornou uma esperança para evitar quadros graves da doença.

Até alguns meses, era sabido que as vacinas não haviam sido testadas para uso em crianças e adolescentes e, por isso, esse público estava fora do calendário vacinal. No entanto, novos estudos foram feitos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do imunizante da Pfizer para adolescentes entre 12 e 17 anos.

Diante deste novo cenário, o governo do estado de São Paulo também autorizou a imunização deste público a partir de agosto, mas muitos pais e cuidadores ainda têm dúvida sobre a segurança do imunizante.

A pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Francielle Tosatti conta que essa vacina foi aprovada pelo FDA e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e, desde maio vem sendo aplicada na Europa e nos EUA. "Isso nos coloca em uma posição relativamente vantajosa para observar o comportamento do imunizante", diz a médica, "a eficácia encontrada nos estudos foi de 100%, o que é um dado muito animador e relevante para uma vacina que tem se mostrado segura".

Casos extremamente raros de miocardite e pericardite (inflamação de músculos e membranas do coração) após a aplicação da vacina têm sido monitorados pelo CDC americano e ocorreram em adultos jovens e adolescentes com mais de 16 anos, geralmente uma semana após a segunda dose da vacina, com evolução benigna e ótima resposta ao tratamento e repouso.

"A Covid-19 também infecta crianças e elas podem transmitir e adoecer. Por isso, o controle da pandemia tem de contemplar as crianças no mapa vacinal. Essa questão da miocardite transitória associada à vacina é, no momento, um risco teórico que está sendo investigado. Adoecer por Covid é um risco comprovado e muito maior, com riscos raros também em crianças de evoluir para síndrome inflamatória multissistêmica. Diante deste cenário, recomendo que pais e responsáveis levem seus adolescentes para vacinar", defende Dra. Francielle.

Dentre os principais efeitos colaterais que a vacina pode causar estão dor, inchaço e vermelhidão no local da aplicação, além de cefaleia, mialgia, calafrios, febre e náuseas que duram até 48 horas.

 

Dra. Francielle Tosatti @drafrancielletosatti - Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande - RS.  Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Grande - RS.  Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria.  Especialista em Emergências Pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein.  Médica Emergencista da equipe do pronto-socorro e enfermaria do Hospital Infantil Sabará.

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