Como preparar a escola para o futuro? Qual a
melhor forma de lidar com os desafios trazidos pela tecnologia, utilizando-a
para potencializar o aprendizado? Debate cada vez mais presente no ambiente
educacional, o uso de aparelhos conectados à internet já é uma realidade nas
escolas e universidades e desafia o método tradicional de ensino.
A escola tende a caminhar cada vez mais com o foco
no desenvolvimento humano, deixando de lado os conteúdos compartimentados. Em
evidência estarão aspectos culturais, sociais, familiares e políticos, que
ganharão reforço com o uso especializado da informação e dos mecanismos
técnicos que as processam e disponibilizam. Em minhas aulas e palestras,
procuro direcionar a temática da tecnologia para a área da educação, onde
relaciono o estágio atual do desenvolvimento tecnológico com a tendência do
desenvolvimento dos gadgets, redes, aplicativos (apps) e dispositivos sempre
considerando como a imersão das pessoas nesta realidade, muitas vezes ampliada,
torna-se natural, causando mudanças drásticas no comportamento e nas relações
sociais e de consumo.
Educação, bens, informação, cultura, arte, lazer,
notícias, televisão, cinema, teatro, literatura, música e as mais variadas
formas de interação com o conhecimento ganham destaque, numa revolução em que
as habilidades sociais ganham cada vez mais importância. O foco não mais está
em decorar conceitos, mas em debatê-los em salas de aula, agora também
virtuais, que transpassam fronteiras geográficas, em grupos de estudo
envolvendo diferentes comunidades.
A prática educativa tende a ser pautada sob a
perspectiva de um mundo de novas formas e maior velocidade de construir
relações e no qual a tecnologia deve estar a serviço da pedagogia. Neste
contexto, a escola no futuro será mais interpretativa, comunicacional e voltada
a projetos colaborativos, transdisciplinares, menos focada em avaliação de
conteúdo com trabalhos isolados, porém imersa numa compreensão dos contextos do
aprendizado para a sociedade.
Um exemplo disso está no uso das redes sociais –
hoje temido por muitos educadores. Essas redes propiciam uma forma ágil para
troca de informações e a comunicação. Cabe a cada escola, dentro de suas
possibilidades de infraestrutura e de pessoal docente, aproveitar esta
oportunidade e orientar para a melhor forma de se utilizar os meios. Com eles é
possível inclusive proporcionar desafios aos estudantes, como olimpíadas de
conhecimentos e fóruns de discussão de problemas políticos contemporâneos
locais, nacionais e internacionais.
Para se preparar para a escola do futuro, não se
deve vetar o uso das novas tecnologias, mas sim entender o potencial delas e
como utilizá-las para transformar o processo de aprendizagem.
Marcus Garcia - pedagogo e especialista em inteligência motivacional e gestão
de pessoas, e atua como professor do Instituto Superior de Administração e
Economia (ISAE), de Curitiba (PR).