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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

TDHA tem Semana de Conscientização

 No último dia 22 de julho foi sancionada a Lei 14.420 que institui a Semana Nacional de Conscientização do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, a ser realizada no período que abrange o dia 1º de agosto de cada ano.

O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Identificado através de sintomas como desatenção, inquietude e impulsividade, acomete tanto crianças quanto adultos. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, a prevalência do TDAH gira em torno de 3 a 5% da população infantil do Brasil e do mundo. Nos adultos, essa prevalência é de 4%.

As pessoas que convivem com o TDAH precisam de tratamento e acolhimento porque podem se sentir rejeitadas e ter a autoestima abalada devido aos seus sintomas. Com diagnóstico e tratamento adequado é possível elas tenham rendimento e uma boa qualidade de vida, por isso é importante a criação de uma lei instituindo uma semana de conscientização sobre o tema para mostrar a necessidade e urgência da conscientização sobre esse transtorno.

A divulgação dos sintomas do TDAH e de informações sobre seu impacto no dia a dia irá fazer com que muitas pessoas, após identificarem seus sintomas, busquem o tratamento cabível. Muitos indivíduos passam a vida inteira lidando com os sintomas e prejuízos causados pelo TDAH sem saber que eles são em decorrência de um transtorno mental de origem genética.

Atualmente, estima-se que no Brasil exista mais de 2 milhões de pessoas com TDAH. Entretanto, é consenso que esse número é muito superior ao apontado por ser um transtorno que não traz marcas visíveis no corpo.

Pode parecer inconcebível uma pessoa ter a vida totalmente afetada por um transtorno mental e não saber que o tem, mas isso ocorre pelo fato dos sintomas do TDAH estarem relacionados às emoções e sentimentos, características e ações que todos os indivíduos têm e que podem estar associadas a algum momento da vida. Eles se tornarão sintomas de um transtorno mental em função da frequência e intensidade e pelo prejuízo que passam a trazer em decorrência disso.

Precisamos também conscientizar as pessoas sobre outros dois fatores importantíssimos associados ao TDAH: a alta taxa de hereditariedade (mais de 75%) e a presença de comorbidades associadas (80% terão ao menos um outro transtorno e 50% terão mais de um transtorno associado ao TDAH), ou seja, se você tem TDAH, muito provavelmente seu filho também terá. Se seu filho está sendo diagnosticado com TDAH, é aconselhado você verificar se as características do transtorno não estão presentes mesmo que se apresentem de forma diferenciada na vida adulta.

Após o TDAH ser diagnosticado é fundamental verificar a existência de outras características que não estão associadas ao transtorno pois podemos estar lidando com uma ou mais comorbidades.

A conscientização dos sintomas e prejuízos do TDAH, a possibilidade dos pais ou filhos também terem o transtorno, a verificação da existência de comorbidades associadas à ele, além da divulgação dos tratamentos possíveis, dos direitos, acomodações e adaptações necessárias na escola, podem, literalmente, mudar e salvar vidas.

  

Keila Cricralla – Neuropsicopedagoda, pós-graduada em Neurociências Pedagógicas e em Educação Especial. Especialista em Funções Executivas, também possui doutourado em Direito;

@keilachicrallaoficial


Semana Mundial de Aleitamento Materno: 82% das brasileiras nunca doaram leite humano

Principalmente as mulheres dos 18 aos 24 anos, com 90% das participantes. 

 

O leite materno contém propriedades importantes para o crescimento e desenvolvimento do bebê, fortalecendo a sua imunidade contra diversas doenças. E dada a importância da amamentação, em 1992, a WABA - Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno que vai de 1 a 7 de agosto. Neste ano tem como tema “Fortalecer a Amamentação: educando e apoiando”. Tendo em vista a relevância do tema, no Brasil, o mês de agosto é dedicado à conscientização da importância do aleitamento materno, e é chamado de Agosto Dourado.

Dentre os objetivos do Agosto Dourado está a doação de leite humano, afinal existem bebês prematuros que precisam deste alimento. E toda mulher que amamenta e produz um volume de leite além da necessidade do seu bebê, é uma possível doadora de leite humano. Porém, conforme constatou a Famivita em seu mais recente estudo, 82% das brasileiras que estão em período de amamentação ou que já amamentaram, nunca doaram o seu leite para um banco de leite humano. Principalmente as mulheres dos 18 aos 24 anos, com 90% das participantes. Já entre as mulheres dos 25 aos 29 anos, 88% nunca doaram seu leite materno.

Os dados por estado demonstram que, no Paraná, 91% das participantes não doam ou nunca doaram leite para um banco de leite humano. No Rio de Janeiro, e no Rio Grande do Sul, 90% não doam ou doaram leite. Já em São Paulo e no Espírito Santo, o percentual é de 89%. E o Espírito Santo está entre os estados com o maior percentual de doações, sendo que 19% das participantes doam ou já doaram seu leite para um banco de leite humano.

Doar leite materno é um gesto que salva vidas, com poucas quantidades é possível alimentar pelo menos 10 recém-nascidos por dia. Toda mulher que amamenta e produz um volume de leite além da necessidade do seu bebê, é uma possível doadora de leite humano. E por isso, pode procurar algum banco de leite humano. Para saber onde encontrar um banco de leite humano mais próximo de sua localidade basta ligar no telefone 136 ou acessar o link: https://rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs

 

Saiba a relação entre DTM, dor orofacial e distúrbios do sono


Se você sente dores de cabeça com frequência, ouve um clique quando abre ou fecha a boca, e sente dores na região da mandíbula, e ainda dorme mal por causa das dores orofaciais (DOF), saiba que todos esses sintomas podem ser sinal de DTM. A sigla DTM significa desordem temporomandibular, um transtorno na região da articulação temporomandibular, pertencente a um grupo heterogêneo de condições musculoesqueléticas e neuromusculares, que envolvem o complexo articular temporomandibular, musculatura e componentes adjacentes.

Esse distúrbio pode afetar não apenas o cotidiano do paciente, como diretamente a qualidade do sono. Muitos dos pacientes acometidos apresentam privação do sono, como uma das complicações do quadro de dor e fadiga muscular. Um adulto dorme em média entre seis e nove horas por noite. Dormir pouco (menos de cinco horas) ou ter um sono de má qualidade leva a prejuízos físicos e emocionais. E a privação do sono, a longo prazo, aumenta o risco de complicações mentais, cardiovasculares e intensifica dores.

Logo, se você tem DTM e DOF, quanto menos você dorme, mais intensos se tornam os sintomas. E, por outro lado, quanto mais incômodo o distúrbio, mais difícil pegar no sono. Por isso, na presença dos sinais e sintomas em um período de 30 dias, não hesite em procurar um cirurgião-dentista especialista na área. “A presença de dores nos músculos da mastigação e/ ou articulação, dor que pode irradiar para cabeça, pescoço e ouvido, dor na região auriculotemporal, com ou sem barulhos (zumbidos), dor nos movimentos funcionais e barulhos articulares. Ou ainda se sente dificuldade de fechar a boca, travamento mandibular, dor ao acordar, sensação de cansaço e fadiga nos músculos da mastigação, está na hora de procurar um especialista”, alerta Simone Saldanha Ignacio de Oliveira, professora associada e coordenadora da Clínica de DTM e Dor Orofacial da Faculdade Federal Fluminense (RJ), especialista na área de DTM e Dor Orofacial, com Capacitação na Odontologia do Sono e coordenadora da disciplina da Odontologia do Sono da FOUFF.

 

Dor orofacial e DTM

 Já a dor orofacial é uma forma frequente de dor percebida na face e ou na cavidade oral. Pode ser causada por doenças ou distúrbios das estruturas adjacentes, disfunção do sistema nervoso ou referida de origens distantes. Ela apresenta uma prevalência de 37% na população mundial. “Existem dores orofaciais odontogênicas (dentoalveolares) e dores não odontogênicas (dores músculos esqueléticas, que incluem DTM articular, muscular e mista e ainda outras dores não odontogênicas, como as neurovasculares, neuropáticas)”, explica a professora.

Segundo ela, quando o paciente apresentar dores na ATM (articulação temporomandibular) e limitação dos movimentos, deve procurar um especialista. Os sintomas se tornam crônicos, quando apresentam características de frequência por um período de três meses, sem sucesso com tratamentos iniciais.

A abordagem da DTM e dor Orofacial é multidisciplinar, e deve ser realizado por um especialista em DTM e Dor Orofacial, além de outros profissionais. “É importante realizarmos uma cuidadosa anamnese para entendermos o perfil do paciente, seus hábitos, história pregressa e medicações utilizadas. O cirurgião-dentista ao identificar sinais e sintomas de DTM e Dor orofacial poderá encaminhar a um especialista, por meio de uma triagem de DTM com perguntas específicas (questionário de triagem do DC/TMD). O especialista fará uma anamnese e exame físico na busca de um diagnóstico”, explica. Muitas vezes, dependendo dos sinais e sintomas e as áreas envolvidas, haverá necessidade de uma avaliação complementar de outras especialidades como otorrinolaringologista, reumatologista, fisioterapeuta, neurologista, gastroenterologista, ginecologista, endocrinologista, psicólogo e psiquiatra.

 

A DTM não tem cura, mas tem controle

Os tratamentos devem ser individualizados e monitorados por um especialista em DTM e Dor Orofacial, com ajustes de terapias e redirecionamentos, sempre que for necessário. Eles apresentam atenção a abordagem biopsicossocial. “A prevalência da doença é maior é em mulheres, com uma característica de ser flutuante e não tem cura. Por isso, o foco do tratamento é sempre o controle”, afirma a médica. “Existem terapias conservadoras como dispositivos interoclusais, fisioterapia, exercícios terapêuticos, terapias de relaxamento e intervenções minimamente invasivas e cirúrgicas”, completa.

  

ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos


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Conheça Vitaminas e Alimentos que Aumentam a Imunidade e Previnem Infecções



As vitaminas estão associadas a diversos processos do corpo humano e são fundamentais para o seu funcionamento. 

Fortalece a imunidade, regula o metabolismo, regenera a pele e os ossos, entre outros benefícios. A questão é que elas não são produzidas pelo organismo e precisam ser absorvidas por meio da alimentação e exposição solar (vitamina D). Uma dieta equilibrada e que contemple todos os grupos alimentares é essencial para a manutenção da saúde. 

A médica nutróloga Dra. Marianna Magri selecionou algumas vitaminas e alimentos fundamentais para aumentar a imunidade e prevenir infecções.
 

Vitaminas:

Vitamina C: antioxidante essencial para proteger o corpo humano dos radicais livres, sua deficiência pode aumentar infecções.
 

L-Taurina: é um aminoácido semi-essencial que exerce um papel fundamental no organismo. Tem como função fornecer energia e combate radicais livres.
 

Complexo B(s/B1): o complexo B ajuda a prevenir, infecções, auxilia na pressão alta, diabetes, anemia, enxaqueca, colesterol, problemas vasculares, antioxidante, doenças congênitas e neurológicas.
 

Curcumina: auxilia no combate à inflamação crônica, sendo um ótimo antioxidante.
 

Selênio: mineral com um grande poder antioxidante.
 

Magnésio: regula a função nervosa, alivia dores musculares, previne a osteoporose, alivia a azia e controla os níveis de açúcar no sangue.
 

Zinco: pode causar várias alterações, especialmente no sistema imune e na produção hormônios.

 


 Alimentos:

Vitamina C: brócolis, couve-manteiga, pimentão, repolho, acerola, caju, goiaba, kiwi, laranja e limão.
 

L-taurina: na carne bovina, peru, carne escura do frango, peixes e frutos do mar, sendo encontrada em menor quantidade no leite, nas nozes e no feijão.


Complexo B(s/B1): uma dieta rica em carne de porco, grãos integrais, soja, ervilha, leite, bife de fígado, grão-de-bico, gema de ovo, peito de frango.


Selênio: é encontrado no solo e está presente na água e em alimentos como castanhas e gema de ovo.

 

Curcurmina: (Açafrão-da-terra ou Cúrcuma) um tempero muito utilizado na culinária indiana.
 

Magnésio: o magnésio é um mineral encontrado em vários alimentos como sementes, amendoim, aveia e banana.
 

Zinco: origem animal como ostra, camarão, carnes de vaca, frango, peixe e fígado. Também encontrado em castanhas, cereais, legumes e tubérculos.


“Os alimentos citados são os que ajudam na prevenção de infecção, melhoram a imunidade e auxiliam em algumas doenças.” afirma Marianna Magri. 

“A deficiência dessas vitaminas pode causar: cansaço, câimbras, falta de sensibilidade nas mãos e pés, dermatite, dor de cabeça, perda de massa muscular, lábios rachados, anemia, sensibilidade a luz, lesões na pele, no nariz e na boca, irritabilidade, depressão, queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças, tontura, fraqueza e estresse.” destaca a médica nut´rologa. 

A Dra. Marianna Magri orienta que qualquer que seja os sintomas ou deficiência destas vitaminas, deve-se procurar um profissional especializado para que seja orientado a melhor dieta e suplementação.
 


Marianna Magri  - Médica titulada pela Associação Médica Brasileira e Colégio Brasileiro de Radiologia. Médica Nutróloga - Formação Hospital Albert Einstein. Food and Health (Stanford).


Dia Mundial da Amamentação: Prótese de Silicone Atrapalha na Amamentação?

A amamentação é um momento que ainda gera muitas dúvidas. Mesmo sendo um processo natural, algumas mães precisam de um pouco mais de tempo e cuidado para aprender. O caminho para a decisão de colocar silicone também é cheio de questionamentos. Muitas mulheres querem fazer a cirurgia plástica, mas ficam receosas de como isso implicaria na amamentação. 

O cirurgião plástico da Clínica Sabath, Dr. Hugo Sabath esclarece algumas dúvidas sobre a relação do silicone com a amamentação:

 

Quem tem silicone não pode amamentar?

Na maioria dos casos, o silicone não causa problema, nem impede a amamentação porque não costuma alterar a estrutura da mama, apenas o tamanho e o formato. Isso, no entanto, se a prótese foi colocada pela base da mama ou pela axila. “Se ela for colocada pelas aréolas, os ductos mamários (canais que levam o leite das glândulas até o mamilo) podem ser atingidos. A cicatriz formada ao longo do trajeto para colocação da prótese, atravessa a glândula mamária, alterando a continuidade dos ductos. Isso quer dizer que não afeta a produção de leite, mas a passagem dele das glândulas para o mamilo.” esclarece o Dr. Sabath.

 

O silicone “contamina” o leite materno?

Um dos mito que mais preocupa as futuras mamães. Afinal, elas querem proporcionar o melhor alimento, o mais saudável, para seus bebês. 

Porém, esse é um mito sem fundamento. Em primeiro lugar, porque o silicone não “contamina” nenhum tecido do organismo, e nem o leite produzido. 

De acordo com o cirurgião plástico Hugo Sabath, o silicone usado nos implantes mamários é completamente diferente do silicone industrial. Ele é feito com um elastômero altamente tecnológico, biocompatível e que não libera resíduos para o organismo. Portanto, esse risco não existe. 

Além disso, o silicone é colocado por trás da glândula mamária. Em outros casos, ele fica até mesmo atrás do músculo. 

Assim, tanto no processo de produção do leite quanto no caminho que ele faz para chegar ao mamilo, onde o bebê mama, não existe nenhum contato com a prótese.

 

O silicone corta os ductos que levam o leite até o mamilo?

O procedimento para colocar silicone só corta os ductos mamários quando a prótese é colocada por meio da aréola. 

Ou seja, o médico faz a incisão em volta da aréola e abre espaço para que a prótese possa ser colocada atrás da glândula mamária, com uma técnica chamada de incisão periareolar. Nesse processo, alguns ductos são cortados. 

Porém, incisão é pouco utilizada. Especialmente quando a paciente é jovem e ainda tem muito tempo para ter filhos e amamentar, o médico prefere a incisão inframamária. 


Tipos de técnicas que não influenciam na amamentação.

 

Incisão inframamária.

O cirurgião plástico da Clínica Sabath conta que a incisão inframamária é um corte realizado abaixo da mama, na prega inframamária. É a mais realizada e proporciona o máximo de acesso para a dissecção precisa e colocação de um implante mamário. Muitas vezes, é a técnica preferida para introdução de implantes de silicone em gel. Outro benefício é o de que, nesta técnica, descola-se exatamente o espaço necessário para a colocação dos implantes mamários, não havendo o risco de as próteses poderem deslocar-se com a cicatrização ou com o tempo. 

“Essa técnica não altera a arquitetura funcional das mamas, não interferindo em uma futura amamentação.” ressalta.

 

Incisão axilar.

A incisão axilar é uma técnica que coloca o implante de silicone através da região das axilas, abrindo-se um túnel de dissecção até a região das mamas, preparando espaço o suficiente para a colocação dos silicones. A vantagem da técnica é que ela permite a colocação de implantes sem cicatrizes visíveis nos seios.

Em contrapartida, um procedimento que precisa ser analisado com cuidado por quem tem vontade de amamentar é quando o silicone é associado à mastopexia (quando se retira o excesso de pele dos seios) ou à mamoplastia redutora (redução dos seios) porque eles alteram, sim, a estrutura da mama.

 

O silicone cai após a amamentação?

É bastante normal que a pele fique flácida após a amamentação. As glândulas que produzem leite armazenam uma relativa quantidade do líquido na mama, fazendo com que a pele estique. Ao final do processo, todo o líquido seca e os seios tendem a ficar menos firme. 

Segundo Hugo Sabath com o silicone não é diferente. Algumas técnicas de colocação, no entanto, podem amenizar esse efeito. As próteses colocadas atrás dos músculos sedem menos do que as colocadas embaixo da glândula, pois são mais sustentadas pelo corpo. 

Embora não seja uma obrigatoriedade, após o período de amamentação, é possível trocar a prótese ou retirar parte da pele flácida. Em alguns casos, colocar um implante maior já é suficiente. Já em outras situações, é necessário retirar parte da pele. O ideal é sempre conversar de forma franca com seu cirurgião plástico para indicar todas as necessidades e desejos relacionados a uma nova cirurgia. 

Porém, por cima do silicone existem outros tecidos da mama. Entre eles, a própria glândula mamária, o estroma (tecido de volume e sustentação) e a pele. Dentre esses tecidos, a pele tende a se tornar flácida com o tempo. Afinal, o colágeno se degrada e, com a idade, o organismo perde a capacidade de repor esse colágeno rapidamente. 

Como se isso não bastasse, durante a gravidez e a amamentação os seios aumentam de tamanho. Então, a pele precisa se esticar para acomodar todo esse volume, o que é ainda pior quando a gestante aumenta seu peso. 

Depois da amamentação, os seios voltam ao tamanho normal. Porém, a pele esticada não retorna à sua extensão original. Ela continua estendida. É essa sobra de pele que causa a flacidez das mamas. Portanto, mesmo que a queda dos seios ocorra, isso não se relaciona com a prótese de silicone.


Verdades sobre prótese de silicone e amamentação.

- A mulher com silicone consegue amamentar normalmente;

- O seio e a glândula mamária da mulher com silicone funcionam normalmente. Portanto, ela produz leite e consegue amamentar, com ou sem a prótese;

- Falta de leite não está relacionada à prótese de silicone e amamentação;

- Existem mulheres que não produzem leite, independentemente de terem silicone ou não. Essa é uma condição chamada de hipogalactia;

- Para colocar a prótese de silicone, o médico não precisa mexer na glândula mamária e nem nos ductos. Afinal, ele faz a incisão e insere o silicone por trás do tecido glandular.

 

Você não pode colocar silicone enquanto estiver amamentando.

Realmente não se pode colocar silicone enquanto está amamentando.

Em primeiro lugar, é inviável conciliar a recuperação da cirurgia com a amamentação. Quem já amamentou sabe que o bebê suga com força, seria doloroso e os tecidos da mama precisam de um tempo para a cicatrização. 

Além disso, durante a amamentação a mama está com tamanho e forma diferentes do comum. Colocar silicone nesse momento levaria a um equívoco relacionado ao tamanho e até mesmo ao tipo de cirurgia.

Depois que a mulher para de amamentar, é preciso esperar entre 3 a 6 meses para que a mama volte ao tamanho normal e tenha os hormônios estabilizados. 

“Só então o se pode saber qual é o tamanho ideal para a prótese de silicone ou se a mulher precisa, além do silicone, de realizar uma mastopexia para corrigir flacidez retirando o excesso de pele.” Finaliza o cirurgião plástico Hugo Sabath. 

 

Hugo Sabath - Graduação em Medicina - Universidade Católica Boliviana – UCB - Bolívia – Residência - specialização em Cirurgia Geral - Hospital Universitário Japonês – Bolívia. Graduação em Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Brasil.  Orientador: UFRN -UFPB. - Residência - Cirurgia Geral - Hospital Stella Maris – Brasil. Residência - Cirurgia Plástica - Faculdade Medicina do ABC Hospital Santa Catarina. Reconstrução mamária com experiência na área de medicina , ênfase em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica. – AC Camargo. Cirurgião Plástico - Clínica Sabath Hospital Assunção, Hospital Brasil, Hospital Santa Catarina – Hospital São Luiz – Hospital Ruben Berta – Hospital San Gennaro - São Paulo, Brasil. Equipe Cirúrgica Pós Bariátrica – Grupo Ana Rosa Hospital Assunção, Hospital Brasil, Hospital Santa Catarina – Hospital São Luiz – Hospital Ruben Berta - Hospital San Gennaro - São Paulo, Brasil .

 

Projeto de reconstrução gratuita de aréola para mulheres que venceram o câncer de mama terá edição especial nesta sexta

Divulgação
Iniciativa do tatuador Yurgan Barret acontece no Rio 

Desde 2018, através do projeto Y Rosa, o tatuador carioca Yurgan Barret ajuda a devolver a autoestima e a confiança a mulheres mastectomizadas que venceram o câncer de mama. A iniciativa oferece gratuitamente a reconstrução de aréola através de tatuagem realista.  

O tatuador levará o projeto para outras seis cidades, além do Rio, a partir de outubro deste ano. “Poder levar o Y Rosa até quem não conseguiria vir até nós, mas precisa e merece mais essa etapa na cura é ver nosso propósito se tornando realidade!”, diz Yurgan Barret. 

A iniciativa, que acontece anualmente no mês de outubro, também tem o propósito de relembrar a importância do diagnóstico precoce e já foi premiado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 

Y Rosa ganhará uma edição especial no dia 05 de agosto de 2022 no Yurgan Tattoo Studio - RJ. 

Mais informações e inscrições pelo site: www.yurgantattoo.com.br ou pelo instagram @yurgantattoo.

 

Semana Mundial do Aleitamento Materno: Especialistas falam sobre 7 mitos e verdades

O nascimento de uma criança traz sempre muita alegria às famílias. Mas, com o passar do tempo, os pais percebem que lidar com o dia-a-dia dos filhos pode ser uma tarefa muito desafiadora. No cuidado cotidiano, surgem muitas dúvidas e conselhos contraditórios de parentes, amigos e vizinhos. A relação delicada entre sono e amamentação está entre os temas, envolvendo os laços de mãe e filho, que suscitam muitos questionamentos. “É preciso acordar o bebê para amamentar?" Todo despertar noturno é fome? É correto dar de mamar deitada?” são perguntas corriqueiras, principalmente das mães mais inexperientes.  

“A amamentação é um momento ímpar na vida da mãe e da criança. O contato físico e o vínculo são fundamentais para a relação mãe e filho”, afirma o pediatra Gustavo Moreira, Médico e Pesquisador do Instituto do Sono. Junto com a biomédica Monica Andersen, Diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono, ele aproveita a Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada entre 1º a 7 de agosto, para esclarecer o que é mito e o que é verdade na relação entre o sono e amamentação.

 

Gotas de saúde e amor

O aleitamento materno é a forma mais completa de a mulher nutrir e fortalecer os laços com seu filho. O leite materno é rico em proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, sais minerais e contém todos os nutrientes que a criança precisa até os 6 primeiros meses de vida. Possui substâncias com propriedades imunológicas que protegem o bebê contra diarreia, desidratação, desnutrição, alergias e infecções no ouvido.  

A amamentação também traz benefícios para a mulher. Acelera o processo de o útero voltar ao tamanho original após o parto, reduz o sangramento e previne a anemia materna. Também estimula a perda de peso, protege contra as doenças cardiovasculares e diminui o risco de diabetes, osteoporose e câncer de mama.  

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que até os 6 meses de idade a criança deve receber apenas o leite materno. A partir daí outros alimentos podem ser introduzidos na dieta do bebê. Ressalta-se que amamentação com leite materno deve continuar de forma complementar por 2 anos ou mais. Apesar da recomendação, a OMS revela que, no mundo, apenas 44% das crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida.

 

A Coleção Dona Ciência traz um gibi dedicado exclusivamente à amamentação

Sono dos anjos

Entre as queixas mais frequentes dos casais com filhos recém-nascidos estão as noites mal dormidas. Mas, o aleitamento materno pode não ser o motivo do sono fragmentado das crianças. É que, no primeiro ano de vida, o bebê tem um ciclo vigília-sono diferente do adulto. Enquanto o adulto apresenta sono monofásico nas 24 horas, o bebê tem um sono polifásico, ou seja, dorme de 8 a 10 vezes nas 24 horas do dia. A criança típica com 1 ano passa a dormir de 10 a 12 horas à noite, seguida por 2 cochilos diários. 

Esse descompasso entre o sono do adulto e o do bebê faz com que muitas mães fiquem privadas de sono, apresentando sintomas como sonolência excessiva durante o dia, fadiga, mau humor, problemas de memória, desatenção e pré-disposição para infecções. “A amamentação é uma fase da vida”, argumenta a biomédica Monica Andersen.” Assim como o candidato do vestibular passa um ano estudando - sem se encontrar com os amigos ou participar dos almoços familiares --, a mulher que amamenta passa um período com o sono insuficiente. Mas, é temporário”, complementa.  

Agora chegou a hora de conhecer 7 mitos e verdades que envolvem a amamentação e sono. Confira:

 

1 . Durma quando seu bebê dormir. VERDADE

Essa crença popular é verdadeira. A mãe deve aproveitar o sono do bebê para dar pequenos cochilos. “A sincronia com o sono do bebê é importante, porque a mulher precisa descansar para produzir o leite. O que não pode é ela colocar o bebê para dormir e cuidar da casa, lavar a louça e trabalhar”, ensina o pediatra Gustavo Moreira. Ele lembra que cochilar junto com o bebê é mais difícil para mulheres que têm pouco apoio familiar, possuem muitos filhos, têm filhos gêmeos ou com problemas de saúde. “Nos primeiros meses de vida do bebê, a mulher que amamenta fica com débito de sono. Se ela não colocar um pouco de horas de sono, ficará com a conta muito negativa”, destaca a biomédica Monica Andersen.

 

2. Não tem problema cochilar enquanto amamenta. MITO

A mulher precisa estar acordada para amamentar. Se cochilar, pode cair em cima do bebê e sufocá-lo. Sem contar que a criança, quando está mamando, tem que respirar pelo nariz. Se cochila, a mãe pode perder a pega e obstruir o nariz do bebê.

 

3. O estresse afeta a produção do leite. VERDADE

O estresse pode alterar o fluxo normal do leite materno, porque induz o corpo a liberar algumas substâncias que diminuem a produção da prolactina, um dos principais hormônios responsáveis pela lactação. “A mulher com sono insuficiente e está muito estressada também irá produzir menos leite”, explica o pediatra Gustavo Moreira.

 

4. Tudo bem amamentar deitada. MITO

Existem várias posições para o aleitamento materno. Importante é sempre o bebê estar posicionado de modo que a cabeça fique acima da barriga. Caso contrário, o leite pode voltar, assim que chegar ao estômago. É o chamado refluxo, que pode provocar infecção no ouvido e no nariz. Depois de mamar, a criança deve ser colocada com a cabeça sobre o ombro da mãe a fim de arrotar, o que vai ajudar seu organismo a direcionar o leite para o intestino.

 

5. O bebê deve ser acordado para mamar? DEPENDE

A resposta varia caso a caso. Se a criança não está ganhando peso, pode ser acordada para mamar. Se está com o peso normal, pode dormir até despertar sozinha. A OMS recomenda a livre demanda, ou seja, que o bebê mame quando estiver com fome. “Tem bebês que acordam de hora em hora, outros que acordam a cada 3 horas e aqueles que ficam 5 horas sem mamar”, afirma Gustavo Moreira. Em caso de dúvida, os pais devem recorrer à orientação do médico.

 

6. Todo despertar noturno é fome? MITO

A fome não é o motivo exclusivo para o despertar noturno bebê. Assim como os adultos, as crianças podem acordar no meio da noite e depois voltar a dormir sem interferência dos pais. É o caso dos bebês que mamam bem, despertam dali 1 hora e retomam o sono. Os pequenos podem acordar também devido a causas externas, como fralda suja, calor, frio e roupas que reduzem a sua mobilidade.

 

Nos primeiros 3 meses de vida, as crianças acordam a cada 2 ou 3 horas para mamar. Com o passar do tempo, elas conseguem fazer um jejum mais prolongado. Algumas crianças acordam no meio da noite. Sem ter certeza do que ocorre, muitas mães oferecem o seio ao filho “Aí a criança aprende que todas as vezes que ela acordar e chorar vai ganhar a mamada”, esclarece a biomédica Monica Andersen.

 

O pediatra Gustavo Moreira acha difícil para as mães saberem quando a criança chora por fome ou para obter a atenção dos pais. Embora não seja simples, a distinção não é impossível, mesmo porque existe uma comunicação não-verbal entre mãe e filho. “Algumas mulheres conseguem decifrar a intenção do bebê só pelo tom do choro, e quando e como a criança chora”, explica o médico. Mas, para as mães inexperientes, essa distinção é muito complicada.

 

7. A criança deve dormir de barriga para cima. VERDADE
A posição de dormir é fundamental para a segurança do bebê. Dormir de barriga para cima evita a morte súbita, um evento trágico que ocorre de forma inesperada principalmente nos primeiros 6 meses de vida. A criança tem que dormir numa superfície rígida, de preferência, no berço no quarto do casal, a fim de permitir a interferência rápida dos pais quando necessário. “O que não pode é o bebê dormir na cama do casal, porque já há histórias de pais que rolaram sobre a criança”, diz o pediatra Gustavo Moreira.

 

Coleção Dona Ciência

Para saber mais sobre a importância da amamentação leia o fascículo 35 da coleção de gibis Dona Ciência, publicada pelo Instituto do Sono, com apoio da AFIP - Associação Fundo de Assistência à Pesquisa. Clique aqui e acesse o fascículo gratuitamente. A série foi idealizada pela Monica Andersen para apresentar a Ciência, seus conceitos e descobertas para crianças e adolescentes, de forma lúdica e simplificada.

 

Instituto do Sono faz parte da AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa)



1º da agosto é Dia Mundial do Combate ao Câncer de Pulmão.

 





Mau Hálito Pode Ser Indicativo de Câncer Bucal

A halitose, ou mau hálito, é resultado de uma variedade de problemas. A falta de higiene bucal adequada é um deles. “A escovação mal feita (ou não feita) faz com que partículas de alimentos se acumulem na superfície da língua, entre os dentes ou no tecido gengival. O que acontece a seguir é que as bactérias que existem naturalmente na boca vão quebrar as referidas partículas e liberar substâncias químicas com forte odor.” explica a cirurgiã dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde. 

No entanto, especialistas alertam que este tipo de halitose pode acontecer por alguns outros motivos: diabetes mal compensado resulta em hálito cetônico (e promove odor de fruta passada); insuficiência renal (produz odor de ureia ou urina); insuficiência hepática (tem como característica o odor de terra molhada ou de rato) e câncer (hálito com odor de necrose).
 

Detecção de compostos de enxofre voláteis na respiração exalada como um potencial método diagnóstico para células escamosas oral carcinoma.
 

Câncer?

Sim. O mau hálito pode ser um indicativo de câncer. 

A multiplicação celular desordenada originada pela doença, em alguns casos, resulta em tecidos tumorais (tumores de partes moles) comprimindo os tecidos normais os envolvendo e provocando necrose. Decorrendo da morte tecidual, acontece a produção de algumas substâncias de odor desagradável, que são carregadas pela corrente sanguínea e alcançam os pulmões. “Tais substâncias são eliminadas, então, pela expiração, o que provoca a halitose (ou mau hálito), que pode ser percebida tanto pela boca quanto pelas narinas.” destaca Bruna Conde. 

O carcinoma espinocelular oral (câncer que se desenvolve em qualquer local da boca) causa uma proporção significativa de morbidade e mortalidade global por câncer. Em todo o mundo, são responsáveis por 300.000 casos (2,1% do total mundial) e 145.000 mortes por ano. Entre estes, o escamoso oral carcinoma celular (CEC) representa 90% de todos os casos e comumente ocorre na cavidade oral. 

Muitos métodos foram desenvolvidos para medir mau cheiro. “No consultório temos um aparelho tecnológico capaz de medir e diagnosticar a halitose e distinguir qual a origem do problema.” conta a cirurgiã dentista Bruna Conde.


Quais sinais é preciso se atentar?

• Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo.
• Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas
• Nódulos (caroços) no pescoço
• Rouquidão persistente
 

Nos casos mais avançados observa-se:
• Dificuldade de mastigação e de engolir
• Dificuldade na fala
• Sensação de que há algo preso na garganta
• Dificuldade para movimentar a língua 

“Fique atento a esses sinais e a mudanças na coloração ou aspecto da sua boca. No caso de anormalidades, procure um profissional capacitado.” finaliza Bruna Conde.

 

Dra Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.

CRO SP 102038


Aleitamento materno favorece desenvolvimento da inteligência e estrutura da face

Crédito: Wynetow Butenas
Especialistas do Hospital Pequeno Príncipe explicam ligação entre o neurodesenvolvimento e o crescimento ósseo adequado da face


O aleitamento materno é uma prática fundamental para o desenvolvimento de bebês e crianças pequenas. O leite é conhecido como a “primeira vacina”, já que contém anticorpos e outras substâncias que protegem recém-nascidos de infecções, além de prevenir o surgimento de doenças crônicas. Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do país, alerta para outros benefícios como o desenvolvimento neurológico e das funções da face.

Segundo o chefe do Serviço de Neurologia da instituição, Alfredo Löhr Junior, o leite materno aumenta o QI (quociente de inteligência) no período escolar e melhora o comportamento adaptativo, sendo o conjunto de habilidades sociais, práticas e conceituais que são aprendidas e executadas em atividades diárias.

De acordo com um estudo do Hospital Infantil de Los Angeles, o carboidrato 2’FL, presente no leite materno, é um dos responsáveis por evoluir o neurodesenvolvimento. Durante as análises, os pesquisadores perceberam que a exposição precoce – no primeiro mês de vida – à substância gerou mais benefícios ao desenvolvimento cognitivo em comparação à produção de leite aos 6 meses. Isso acontece porque as mães produzem uma quantidade maior do carboidrato para o consumo dos bebês no primeiro mês de vida.

Löhr Junior destaca ainda que estudos recentes na literatura médica revelaram que o ácido araquidônico e gorduras de cadeia poli-insaturada, encontrados no leite materno, são responsáveis pelo aumento da substância branca e da massa cinzenta do cérebro. Juntas elas compõem o sistema nervoso central, que atua na percepção e funcionamento do corpo na realização de atividades como raciocínio, memória e locomoção.

A massa cinzenta é responsável pela inteligência, processamento de linguagem, personalidade e função motora. Já a substância branca está relacionada com o aprendizado e as funções cerebrais, além da coordenação da comunicação entre as diferentes áreas da massa cinzenta. “Esse aumento do QI e no desenvolvimento da linguagem é verificado, principalmente, em crianças que receberam aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida”, detalha o neurologista.


Desenvolvimento da face

Mais uma função do aleitamento materno é o desenvolvimento craniofacial e suas funções, como a mastigação, fala, respiração e alinhamento dos dentes. Isso acontece porque é por meio da sucção que o amadurecimento muscular ocorre.

“A criança que mama no peito vai desenvolver melhor todos os músculos da face e ter um melhor processo de desenvolvimento também das estruturas duras, como o palato duro e mole, e o direcionamento dos dentes. Consequentemente teremos um melhor prognóstico no posicionamento de língua e dentes, favorecendo um melhor padrão de fala no futuro”, explica Cibele Cagliari, fonoaudióloga do Hospital Pequeno Príncipe.

O ato de sugar no peito também promove a coordenação entre a sucção, a respiração e a deglutição; aprimora a mobilidade, postura e tonicidade da musculatura facial; e proporciona um crescimento ósseo mais adequado e simétrico, principalmente das mandíbulas e maxilas, fazendo com que o rosto se torne mais harmônico. Por isso, o desmame precoce leva a uma interrupção do desenvolvimento adequado.


Quando não é possível

Existem casos em que a mulher não pode amamentar. Entre as causas estão acontecimentos emocionais, sociais e fisiológicos, como doenças que acometem a mãe ou o recém-nascido, preocupações e estresse. Especialistas explicam que nessas situações é possível estimular o desenvolvimento de outras formas, com o uso do copinho e mamadeira.

Segundo Cibele, na inviabilidade do aleitamento materno, devemos buscar sempre uma estratégia que beneficie o crescimento das estruturas craniofaciais, como bicos de mamadeira com um furo que ofereça um controle menor de fluxo. “Desta forma, a criança fará um esforço para sugar mais próximo do que é realizado no bico do peito. O aleitamento exige um esforço, e a gente espera que na mamadeira isso seja similar”, realça.

Em relação ao neurodesenvolvimento, o Löhr Junior lembra que o desenvolvimento de uma pessoa está ligado à nutrição adequada e à genética, além do ambiente em que ela está inserida. “Na genética não temos como intervir no momento, mas na nutrição sim. No ambiente, podemos estimular o bebê desde o nascimento com incentivos visuais, sonoros – como a fala, música –, assim como estímulos táteis”, explica.

Depois do 6.º mês, quando o leite deixa de ser alimento exclusivo, deve-se priorizar a introdução de alimentos ricos em vitaminais, proteínas, fibras, minerais e gorduras boas. Outro ponto que requer atenção é que as refeições sejam feitas em um ambiente calmo, sem TVs ou celulares, para que a relação com a comida seja criada.

É importante ressaltar que, para mulheres que amamentam ou não, o apoio da família e amigos é essencial, já que – principalmente – no puerpério a mãe experimenta modificações físicas e psíquicas.


Agosto Dourado

Por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas devido ao aumento das taxas de aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) é que a amamentação seja iniciada nos primeiros 60 minutos de vida, reduzindo os riscos de mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28.º dia de vida.


Agosto Dourado é o mês que simboliza a luta pelo esclarecimento e a importância da amamentação. Por isso, neste período, é importante reforçar que o aleitamento materno é direito de todas as mães – seja em casa, no trabalho e quando estão privadas de liberdade – e do bebê.

Com o tema “Fortalecer a amamentação: educando e apoiando”, a Semana Mundial de Aleitamento Materno de 2022 reforça a necessidade do conhecimento da sociedade sobre como oferecer as melhores condições para as mães que amamentam, além de ter uma rede de apoio.

A data é uma iniciativa da Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, sigla em inglês), órgão consultivo do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O objetivo é proteger, promover e apoiar o aleitamento materno em todo o mundo. Desde 2016, a instituição alinha a campanha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

 

Cuidados com o nível de colesterol em exames


A gordura está presente em nosso sangue na forma de lipoproteínas. Existem quadros de grandes classes de lipoproteínas que são separadas em dois grupos: as ricas em triglicérides (Quilomícrons e VLDL) e as ricas em colesterol (LDL e HDL). 

O colesterol é importante para diversas funções, como produção de hormônios; produção de ácidos biliares e vitamina D; ativação de enzimas; e formação a membrana celular. 

A lipoproteína de baixa densidade (LDL) é conhecida como colesterol “ruim”, pois pode se depositar nas artérias, o que leva a obstrução das mesmas. Já a lipoproteína de alta densidade (HDL), popularmente conhecida como colesterol “bom”, faz o oposto. 

Os distúrbios no metabolismo das lipoproteínas são conhecidos como dislipidemias, como o aumento do colesterol total, do LDL-c e dos triglicerídeos, e diminuição do HDL-c, sendo desenvolvidas de acordo com a exposição a fatores genéticos e/ou ambientais.
 

Classificação das dislipidemias

As dislipidemias podem ser classificadas de acordo com o componente alterado na análise laboratorial do sangue em:
 

Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL);
 

Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum);
 

Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL);
 

HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG.;

 

Quando devo me preocupar?  

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), os valores ideais de colesterol total devem ser abaixo de 190 mg/dL, de HDL acima de 40 mg/dL e triglicérides abaixo de 150 mg/dL, sem diferenciação entre pessoas de baixo, médio ou alto risco cardiovascular. 

Já os valores máximos de LDL são classificados de acordo com o grau de risco do paciente, dessa forma, indivíduos com risco baixo devem manter o LDL abaixo de 130 mg/dL, os com risco intermediário abaixo de 100 mg/dL e os que apresentam alto risco alto abaixo de 70 mg/dL.
  
O risco cardiovascular é estabelecido avaliando uma série de fatores como presença de doença aterosclerótica, diabetes melitus, doença renal crônica, LDl-c ≥ 190 mg/dL, hipertensão, tabagismo, sexo, idade, e etc.

 

O que pode acontecer se meu colesterol estiver alto? 

Níveis elevados de colesterol geralmente são silenciosos e não causam sintomas, porém podem resultar em xantomas tendíneos (acúmulo de gordura nos tendões), xantelasma (depósito de gordura que ocorre logo abaixo da superfície da pele, especialmente ao redor dos olhos) e arco corneal (depósito de gordura dentro dos olhos). Contudo, o principal risco de apresentar colesterol elevado é o aparecimento de eventos cardiovasculares. 

O excesso de colesterol é o principal fator que leva à aterosclerose, doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. 

Na aterosclerose, depósitos irregulares de gordura (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte, levando a um fluxo sanguíneo reduzido ou bloqueado. 

As artérias são estruturas similares a tubos, que têm a função de levar o sangue oxigenado vindo dos pulmões, impulsionado pelo coração para todos os tecidos do corpo. Quando uma artéria está obstruída, seja parcial ou totalmente, ocorre uma diminuição na quantidade de sangue que chega às células e, consequentemente, de oxigênio. Dependendo da localização da artéria e do grau de obstrução, esses eventos podem ser fatais. 

Algumas pessoas são predispostas geneticamente a terem taxas mais elevadas de colesterol, entretanto, outros fatores como idade, sexo, sedentarismo, tabagismo e dieta influenciam o desenvolvimento. 

Os níveis de colesterol são afetados pela idade, ou seja, aumentam conforme as pessoas envelhecem, e são normalmente mais elevados em homens do que em mulheres, embora os níveis aumentem em mulheres após a menopausa. 

Além disso, uma dieta rica em gorduras saturadas, bebidas alcoólicas, açúcares, carboidratos e gordura trans favorece o aumento dos níveis de colesterol LDL. Ao contrário do que se pensa, o consumo de colesterol alimentar tem pouca influência no aumento do colesterol sanguíneo, uma vez que 70% do colesterol é produzido pelo fígado.
 

Tratamento 

O padrão alimentar e estilo de vida saudável ganharam destaque nos últimos anos e reforçam as diretrizes nutricionais que recomendam dieta isenta de ácidos graxos trans e redução do consumo de gordura saturada. Além disso, também é recomendado manter o peso dentro dos limites saudáveis, evitar o excesso de açúcar, substituição parcial de ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados, além do consumo de fibras. O consumo de ômega 3, fitosteróis, proteína de soja e fibras solúveis também foi associado a redução do colesterol. A redução de bebida alcoólica e do consumo de açúcar e carboidratos é recomendada para o tratamento do excesso de triglicérides. 

A dieta do mediterrâneo mantém quantidades moderadas de gordura na dieta. Eliminar ácidos graxos trans, controlar o consumo de saturados, priorizar poli-insaturados e monoinsaturados, reduzir açúcares e incluir peixes e carnes magras, frutas, grãos e hortaliças na dieta vêm se apresentando como a melhor opção. Além de mudanças alimentares, é necessário realizar mudanças no estilo de vida como a prática de atividade física regular e a cessação do tabagismo. 

Apesar da importância das mudanças no estilo de vida para a prevenção e tratamento do colesterol alto e de possíveis eventos cardiovasculares, a redução nos níveis de colesterol pode ser limitada, uma vez que a maior parte é produzida pelo corpo. Dessa forma, em pacientes com maior risco, mesmo que se comprometam a realizar mudanças drásticas no estio de vida, o uso de medicamentos será necessário para reduzir os níveis de colesterol.
 

Ana Carolina de Oliveira - nutricionista da Clínica Escola de Nutrição, vinculada ao curso de Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

 

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