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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Saiba a relação entre DTM, dor orofacial e distúrbios do sono


Se você sente dores de cabeça com frequência, ouve um clique quando abre ou fecha a boca, e sente dores na região da mandíbula, e ainda dorme mal por causa das dores orofaciais (DOF), saiba que todos esses sintomas podem ser sinal de DTM. A sigla DTM significa desordem temporomandibular, um transtorno na região da articulação temporomandibular, pertencente a um grupo heterogêneo de condições musculoesqueléticas e neuromusculares, que envolvem o complexo articular temporomandibular, musculatura e componentes adjacentes.

Esse distúrbio pode afetar não apenas o cotidiano do paciente, como diretamente a qualidade do sono. Muitos dos pacientes acometidos apresentam privação do sono, como uma das complicações do quadro de dor e fadiga muscular. Um adulto dorme em média entre seis e nove horas por noite. Dormir pouco (menos de cinco horas) ou ter um sono de má qualidade leva a prejuízos físicos e emocionais. E a privação do sono, a longo prazo, aumenta o risco de complicações mentais, cardiovasculares e intensifica dores.

Logo, se você tem DTM e DOF, quanto menos você dorme, mais intensos se tornam os sintomas. E, por outro lado, quanto mais incômodo o distúrbio, mais difícil pegar no sono. Por isso, na presença dos sinais e sintomas em um período de 30 dias, não hesite em procurar um cirurgião-dentista especialista na área. “A presença de dores nos músculos da mastigação e/ ou articulação, dor que pode irradiar para cabeça, pescoço e ouvido, dor na região auriculotemporal, com ou sem barulhos (zumbidos), dor nos movimentos funcionais e barulhos articulares. Ou ainda se sente dificuldade de fechar a boca, travamento mandibular, dor ao acordar, sensação de cansaço e fadiga nos músculos da mastigação, está na hora de procurar um especialista”, alerta Simone Saldanha Ignacio de Oliveira, professora associada e coordenadora da Clínica de DTM e Dor Orofacial da Faculdade Federal Fluminense (RJ), especialista na área de DTM e Dor Orofacial, com Capacitação na Odontologia do Sono e coordenadora da disciplina da Odontologia do Sono da FOUFF.

 

Dor orofacial e DTM

 Já a dor orofacial é uma forma frequente de dor percebida na face e ou na cavidade oral. Pode ser causada por doenças ou distúrbios das estruturas adjacentes, disfunção do sistema nervoso ou referida de origens distantes. Ela apresenta uma prevalência de 37% na população mundial. “Existem dores orofaciais odontogênicas (dentoalveolares) e dores não odontogênicas (dores músculos esqueléticas, que incluem DTM articular, muscular e mista e ainda outras dores não odontogênicas, como as neurovasculares, neuropáticas)”, explica a professora.

Segundo ela, quando o paciente apresentar dores na ATM (articulação temporomandibular) e limitação dos movimentos, deve procurar um especialista. Os sintomas se tornam crônicos, quando apresentam características de frequência por um período de três meses, sem sucesso com tratamentos iniciais.

A abordagem da DTM e dor Orofacial é multidisciplinar, e deve ser realizado por um especialista em DTM e Dor Orofacial, além de outros profissionais. “É importante realizarmos uma cuidadosa anamnese para entendermos o perfil do paciente, seus hábitos, história pregressa e medicações utilizadas. O cirurgião-dentista ao identificar sinais e sintomas de DTM e Dor orofacial poderá encaminhar a um especialista, por meio de uma triagem de DTM com perguntas específicas (questionário de triagem do DC/TMD). O especialista fará uma anamnese e exame físico na busca de um diagnóstico”, explica. Muitas vezes, dependendo dos sinais e sintomas e as áreas envolvidas, haverá necessidade de uma avaliação complementar de outras especialidades como otorrinolaringologista, reumatologista, fisioterapeuta, neurologista, gastroenterologista, ginecologista, endocrinologista, psicólogo e psiquiatra.

 

A DTM não tem cura, mas tem controle

Os tratamentos devem ser individualizados e monitorados por um especialista em DTM e Dor Orofacial, com ajustes de terapias e redirecionamentos, sempre que for necessário. Eles apresentam atenção a abordagem biopsicossocial. “A prevalência da doença é maior é em mulheres, com uma característica de ser flutuante e não tem cura. Por isso, o foco do tratamento é sempre o controle”, afirma a médica. “Existem terapias conservadoras como dispositivos interoclusais, fisioterapia, exercícios terapêuticos, terapias de relaxamento e intervenções minimamente invasivas e cirúrgicas”, completa.

  

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