Avanços na medicina veterinária oferecem novas alternativas terapêuticas e mais qualidade de vida aos cães infectados
A leishmaniose visceral
canina (LVC) é uma zoonose de grande importância no Brasil, causada pelo
protozoário Leishmania infantum e transmitida pela picada do
mosquito-palha infectado, principalmente o flebotomíneo Lutzomyia
longipalpis. Trata-se de uma doença crônica, multissistêmica e
potencialmente fatal, que impõe desafios tanto à medicina veterinária quanto
aos tutores.
Uma das dúvidas mais
comuns entre os tutores é: a leishmaniose tem cura?
“A resposta não é simples. A leishmaniose é uma doença crônica e sem cura
definitiva. No entanto, ela pode ser tratada e controlada, permitindo que o cão
tenha qualidade de vida”, explica a médica-veterinária Marina Tiba, Gerente de
Produtos da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal.
Se antes o diagnóstico
de leishmaniose era visto como uma sentença, os avanços nos protocolos
terapêuticos mudaram esse cenário. Hoje, é possível manejar a doença de forma
eficaz, com controle clínico dos sintomas e significativa melhora na qualidade
de vida dos cães.
A apresentação clínica
da LVC é variada e depende da resposta imunológica do animal e da carga
parasitária. Os sinais mais comuns incluem perda de peso progressiva, lesões de
pele ulceradas ou nodulares, hiperqueratose (engrossamento da pele) nasal e
plantar, crescimento exagerado das unhas (onicogrifose), além de alterações
oculares, renais e hepáticas — essas últimas associadas aos casos mais graves.
“As manifestações
renais, como a proteinúria, são indicativas importantes de gravidade. Por isso,
o acompanhamento veterinário contínuo é essencial para ajustar o tratamento e
preservar os órgãos-alvo”, destaca Marina.
O tratamento da
leishmaniose é multidisciplinar e visa reduzir a carga parasitária, controlar
os sintomas, melhorar a qualidade de vida e minimizar o risco de transmissão.
Entre as alternativas mais recentes está o MARBOX-LEISH®, um
medicamento que tem se destacado no suporte terapêutico e controle da LVC.
Com princípio ativo à
base de marbofloxacina, uma fluoroquinolona sintética de terceira
geração, o MARBOX-LEISH® apresenta excelente distribuição nos
tecidos e eficácia contra o Leishmania infantum. Indicado para a
remissão dos sinais clínicos da leishmaniose visceral em cães, o produto é de
uso exclusivo veterinário e demonstrou alta eficácia e segurança nos estudos
clínicos, com baixo índice de efeitos adversos.
A administração deve ser
feita somente com prescrição veterinária, após confirmação diagnóstica por
exames sorológicos (como ELISA ou RIFI), métodos parasitológicos (citologia) e
testes moleculares (PCR), acompanhada de avaliação clínica detalhada e exames
laboratoriais, especialmente das condições gerais e funções renal e hepática.
“O tratamento deve
sempre ser individualizado. Cada cão responde de forma única, tanto
imunologicamente quanto clinicamente, e isso deve orientar a escolha do
protocolo terapêutico”, ressalta Marina.
O manejo geralmente
inclui, além do uso do MARBOX-LEISH®, a administração de um
fármaco leishmaniostático, como o alopurinol, imunomoduladores, além de
imunossupressores e/ou tratamento suporte/sintomático conforme a necessidade e
à critério veterinário, além do uso de repelentes com ação contra o
mosquito-palha e medidas rigorosas de controle ambiental para prevenir a
reinfecção e interromper o ciclo do vetor.
É importante lembrar
que, mesmo com o tratamento, a eliminação total do parasita é rara. O cão
permanece como portador e, portanto, pode continuar sendo uma fonte de infecção
para o mosquito transmissor. Por isso, a prevenção é essencial.
A utilização de produtos
com ação repelente e inseticida, que repelem e eliminam o flebotomíneo, é uma
estratégia fundamental. Medidas complementares, como evitar passeios nos
horários de maior atividade do vetor (início da noite até o amanhecer) e manter
os ambientes limpos e livres de matéria orgânica, também são altamente
recomendadas.
“A prevenção deve
caminhar junto com o tratamento. Mesmo os cães em terapia precisam estar
protegidos contra o mosquito-palha para evitar novas infecções e contribuir
para o controle da transmissão”, conclui Marina.
Embora a leishmaniose
visceral canina ainda represente um desafio, os avanços na medicina veterinária
e o acesso a terapias mais eficazes permitem oferecer aos cães infectados uma
vida mais longa, saudável e com bem-estar.
Ceva Saúde Animal
www.ceva.com.br

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