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O uso excessivo de telas e a consequente redução da capacidade de concentração
das crianças são hoje um dos principais desafios enfrentados pelas escolas de
educação básica. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS)
recomenda que crianças de 5 a 17 anos passem no máximo duas horas por dia em
frente a telas fora do horário escolar. No entanto, a média global já
ultrapassa as seis horas diárias, segundo estudo da Common Sense Media (2023).
Diante desse cenário, instituições de ensino no Brasil têm reavaliado suas
práticas pedagógicas para manter os alunos engajados e saudáveis.
Para lidar com os
impactos da hiperconectividade, muitas escolas estão incorporando metodologias
ativas, como a aprendizagem baseada em projetos (PBL) e o ensino híbrido com
foco na resolução de problemas concretos. Conforme Maria Claudia Amaro,
fundadora da Rhyzos Educação, instituição destinada a criar, desenvolver,
apoiar e investir em negócios e iniciativas em educação básica no Brasil, a
ideia é engajar os estudantes com desafios reais e conectados ao seu cotidiano,
favorecendo a concentração e o desenvolvimento do pensamento crítico.
Além de mudanças
metodológicas, o espaço físico também tem passado por transformações. Ambientes
mais dinâmicos, flexíveis e interativos ajudam a reduzir o cansaço mental e
contribuem para a atenção plena. Escolas têm investido em salas temáticas,
áreas verdes para aulas ao ar livre e na reorganização do tempo pedagógico para
reduzir a sobrecarga digital, especialmente nos anos iniciais do ensino
fundamental, ainda segundo Amaro.
“Outro ponto de
atenção tem sido o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Programas de
educação emocional, mindfulness e rodas de conversa passaram a fazer parte da
rotina dos alunos desde a primeira infância. A intenção é apoiar as crianças na
construção de estratégias para lidar com a ansiedade e a dispersão causadas
pela exposição contínua a estímulos digitais”, complementa a especialista em
educação.
Segundo um
levantamento feito pelo instituto de pesquisa Ipec, 31% dos professores relatam
desinteresse dos estudantes pós-pandemia, um reflexo direto do tempo excessivo
em frente às telas durante o isolamento social.
Para a Maria
Claudia, o cenário atual exige uma revisão profunda da forma como se aprende e
se ensina: “Estamos diante de uma geração exposta a estímulos constantes e
imediatos. Isso altera não só a atenção, mas também a maneira como o cérebro
aprende. A escola precisa criar experiências significativas e envolventes, que
façam sentido para o aluno de hoje. A questão não é ser contra o digital, mas
entender que o excesso desconecta as crianças do presente e do outro. É urgente
repensar o equilíbrio entre recursos tecnológicos e relações humanas no processo
educacional”.

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