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sábado, 28 de junho de 2025

Como lidar com a rejeição em processos seletivos?

 CHRO do Infojobs explica impactos emocionais e dá dicas práticas para seguir em frente após receber uma negativa

 

Você chegou à etapa final de um processo seletivo ou após uma entrevista que acreditou ir muito bem, no entanto, recebeu feedback de que outra pessoa foi selecionada para a vaga ou não seguirá no processo? Essa negativa pode pode ser mais dolorosa do que muitos imaginam — e há evidências científicas que explicam esse impacto. Um estudo da Universidade de Michigan demonstrou que o cérebro processa a rejeição social de forma semelhante à dor física. Diante disso, não é surpreendente que um “não” em uma entrevista de emprego afete profundamente o emocional, podendo gerar desânimo, frustração e abalar a autoconfiança. Reconhecer esse impacto é o primeiro passo para lidar com a experiência de forma mais saudável e seguir em frente sem perder a motivação. Mas como enfrentar esse momento sem deixar que ele comprometa a autoestima?

Enfrentar esse momento passa por desenvolver autocompaixão, fortalecer a autorregulação emocional e adotar uma nova mentalidade. Patrícia Suzuki, especialista em recrutamento e CHRO da Redarbor Brasil — grupo detentor do Infojobs, o site de empregos mais acessado do país —, analisa os impactos emocionais da rejeição e compartilha orientações práticas para quem está em busca de uma nova oportunidade profissional.
 

O que a ciência diz sobre a dor da rejeição:

Para a executiva, a resiliência não é apenas uma característica inata — é uma competência que pode e deve ser desenvolvida. A busca por uma nova oportunidade profissional envolve sonhos e metas, mas também frustrações e incertezas. Manter uma rotina estruturada, cultivar hábitos saudáveis e buscar apoio emocional durante esse período são atitudes que contribuem para fortalecer a resiliência e preservar a motivação ao longo do caminho. 

Outro ponto-chave é a forma como o profissional interpreta o “não”. “Quando acontece a negativa da empresa é comum as pessoas levarem o fluxo de pensamento para uma linha autodepreciativa, de que não foram aprovadas porque não são boas o suficiente. Mas neste momento é importante entender que muitos aspectos levam a esse desfecho, e o próximo passo é focar em entender o que pode não ter funcionado, seja em termos de alinhamento técnico ou cultural, e se preparar melhor para a próxima chance”, diz Patrícia.

Essa mudança de perspectiva tem respaldo científico. Pesquisadores da Universidade de Stanford demonstraram que a forma como encaramos nossas próprias capacidades afeta diretamente a velocidade com que nos recuperamos de reações emocionais.

A CHRO do Infojobs reforça que ter um momento de acolhimento é essencial. “Reserve um tempo para acolher o que está sentindo. Pode ser tomando um café com um amigo, conversando com sua rede de apoio ou simplesmente se permitindo desacelerar. Está tudo bem não estar bem.”

A executiva também chama atenção para os pensamentos distorcidos, comuns nesse momento: “É comum pensarem ‘não sou suficientemente bom’ ou ‘eu nunca passo da primeira fase’. Mas, muitas vezes, a decisão do recrutador depende de fatores externos, como o fit cultural ou uma experiência específica que não estava no seu currículo. Isso não tira o seu valor profissional e menos ainda, o pessoal.”
 

A importância do apoio social e o papel das empresas

Além das estratégias individuais, o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde mental pode ser decisivo para preservar o lado emocional durante a busca por emprego. “Falar com alguém de confiança ou buscar apoio psicológico pode ajudar a compreender melhor o que você está sentindo e a criar estratégias mais eficazes para lidar com esse momento e com as próximas oportunidades de emprego”, afirma Patrícia.

“Estar preparado vai além de manter o currículo em dia — é fundamental cuidar também do bem-estar emocional. O aumento do interesse por conteúdos voltados à saúde mental e ao preparo psicológico para entrevistas reflete uma compreensão mais ampla: estar bem, de forma integral, é essencial não apenas para enfrentar os desafios do mercado de trabalho, mas para lidar com as demandas da vida como um todo.”

Para Patrícia, as empresas têm um papel importante nesse processo. “comunicação transparente em todas as etapas do processo, ajudam o candidato a elaborar sua performance no processo. É uma forma de reconhecer o tempo e o esforço de quem se candidatou. Por isso, as empresas devem sempre buscar dar o retorno aos profissionais, evitando gerar expectativa ou deixar o candidato sem visibilidade do processo.”

A CHRO do Infojobs reforça uma mensagem de otimismo: “Muitas pessoas passam situações de recusa ou retorno negativo na carreira, mas isso não define sua trajetória. Mantenha sua motivação, entenda onde pode melhorar e continue tentando. O ‘sim’ está cada vez mais próximo dos profissionais determinados, e ele geralmente vem com uma oportunidade mais alinhada aos seus valores e propósitos de carreira.”


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