Crianças querem a atenção e o carinho de adultos que se importam e participam de suas vidas
O período do recesso escolar logo se inicia, e é aí
que os pais precisam procurar maneiras de aproveitar, com qualidade e
criatividade, esse momento tão esperado pelas crianças. “As férias são uma
oportunidade de reencantar o cotidiano. Não precisamos de grandes viagens nem
brinquedos caros. O que elas mais desejam é a atenção verdadeira de um adulto
que se importa, brinca junto e entra no mundo delas com presença e afeto”,
explica a psicopedagoga e escritora infantil, Paula Furtado.
Observar o ritmo, a linguagem e os interesses dos
filhos ajuda a escolher as brincadeiras mais adequadas para garantir que façam
sentido para eles e promovam um engajamento mais autêntico e prazeroso.
Paula, que também é contadora de histórias, detalha
que transformar a leitura em um momento especial, como um ritual, também é
aconselhável nesse período de tempo livre. Ler junto todos os dias, levar a
criança a livrarias ou bibliotecas para escolher suas próprias histórias e
contar contos com diferentes vozes, gestos e objetos, como fantoches, são
algumas dicas da escritora que faz questão de pontuar: “A leitura é um vínculo
afetivo antes de ser um hábito.”
Atividades que envolvem o pintar também são
importantes na hora de programar os passatempos. “Livros de colorir com
temáticas terapêuticas funcionam como pausas afetivas. São oportunidades para a
garotada relaxar, expressar emoções e se concentrar de forma prazerosa. Além de
ajudar no desenvolvimento da atenção e da coordenação motora fina”, detalha a
profissional.
Desde cedo, é possível introduzir o hábito de ler
nas crianças, ao escolher opções envolventes para cada faixa etária. Por
exemplo, de 0 a 2 anos, livros de panos ou plástico com texturas são interativos,
resistentes e seguros para explorar com as mãos e a boca. Para crianças de 3 a
5 anos, é recomendável oferecer literaturas envolventes e educativas: histórias
curtas, ilustradas, rimadas e musicais, sobre emoções e temas do cotidiano,
para ajudá-los na compreensão do mundo ao redor delas. De 6 a 8 anos costumam
se interessar por textos curtos e imagens, histórias simples de aventura ou
fantasia, temas sobre amizade e valores, atividades como caça-palavras,
desenhos para colorir e desafios fáceis com perguntas e respostas.
Já para crianças de 9 a 11 anos, Paula orienta
obras de capítulos curtos de aventura e mistério, histórias inspiradoras e
livros informativos. A partir de 12 a 13 anos, os pais podem oferecer romances
juvenis, de fantasia ou ficção científica, biografias, livros de mistério ou
suspense com enredos intrigantes e de poesia, ou contos para que explorarem
novos formatos literários.
Diversão garantida
Ao planejar entretenimento off-line, é importante
considerar as diferentes idades. Para os pequenos de 2 a 4 anos, brincadeiras
de faz de conta, blocos de montar e massinha são ótimas opções. Na faixa etária
de 5 a 7 anos, o ideal é envolvê-los em brincadeiras como caça ao tesouro,
jogos de tabuleiro simples e teatro de fantoches. Para os de 8 a 10 anos,
desafios cooperativos, jogos com regras, atividades manuais mais complexas
costumam fazer sucesso. Já para os maiores, a partir dos 11 anos, oficinas
criativas, jogos narrativos e jogos esportivos ajudam a estimular o
desenvolvimento e o convívio social. “Brincadeiras cooperativas, como criar uma
história em grupo ou preparar juntos uma apresentação, ajudam na empatia e no
trabalho em equipe”, acrescenta Paula.
Dicas para acertar nas
brincadeiras
O Grande Livro das
Brincadeiras, de autoria da própria Paula, reúne propostas de
atividades para promover o brincar de forma democrática e acessível que podem
ser adaptadas para diferentes espaços, idades e necessidades, e traz sugestões
que estimulam tanto a convivência quanto a imaginação. Com instruções claras e
dicas valiosas para tornar o momento ainda mais envolvente, neste livro, há
também diversas sugestões de atividades inclusivas, o que permite que todas as
crianças possam participar.
Paula Furtado - pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares. Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com a Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora complementa suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.

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