Oitava edição do Raio X do Investidor Brasileiro,
da ANBIMA, aponta que 8% do público feminino alocou recursos em produtos
financeiros durante 2024, ante 14% dos homens
Menos de 10% das mulheres brasileiras (cerca de 6,5 milhões)
fizeram investimentos em 2024. É o que mostra a oitava edição do Raio X do
Investidor Brasileiro, pesquisa realizada pela ANBIMA
(Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em
parceria com o Datafolha. Entre o público masculino, a proporção foi um pouco
mais alta: 14% dos homens (aproximadamente 10,7 milhões) aplicaram seus
recursos em produtos financeiros, mantendo a tendência verificada nos últimos
anos. Para 2025, entretanto, a perspectiva é que mais mulheres possam ser
consideradas investidoras, já que metade daquelas que não alocaram recursos no
mercado financeiro em 2024 expressaram a intenção de começar neste ano, em
busca, principalmente, de segurança financeira (47%) e aumento do
poder de consumo (35%).
|
|
"A proporção de mulheres investidoras tem crescido ao longo das últimas
edições do Raio X. A democratização da conversa sobre dinheiro nas mídias
sociais e um esforço grande de desmistificar as finanças explicam parte deste
movimento. Ainda assim, a parcela do público feminino que investe é bem
inferior a do masculino, o que mostra que temos ainda um caminho longo a
percorrer para promover a maior participação das mulheres em várias dimensões
do mundo das finanças", diz Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade,
Inovação e Educação da ANBIMA.
Entre
as mulheres que não investiram em 2024, o principal motivo apontado foi a falta
de condições financeiras (83%). Apenas 5% indicaram não ter interesse e outras
5% citaram não ter conhecimento ou informações suficientes para usar os
produtos de investimento. Situação similar entre os homens, com 78% deles
justificando a atitude pela falta de condições financeiras.
|
Segurança também é atribuída pelas atuais investidoras como
principal vantagem em aplicar o dinheiro nos produtos financeiros
Cerca de 33% das mulheres brasileiras (27 milhões) são investidoras,
considerando aquelas que alocaram recursos em 2024 e as que mantêm ativas
aplicações feitas em anos anteriores. Entre os homens, usando os mesmos
critérios, 41% são investidores (31,2 milhões de indivíduos). A segurança é a
vantagem mais apontada por ambos os gêneros para investir, principalmente entre
elas (44%) - e, como já citado, a segurança também é o motivador das mulheres
que pretendem começar a investir em 2025. A possibilidade de obter retorno com
a aplicação do dinheiro é o segundo maior benefício indicado, com 28% das
respostas femininas.
|
“A independência financeira está muito associada à
sensação de segurança que os investimentos podem proporcionar. Embora seja um
fator priorizado por todas as pessoas, a tranquilidade em ter uma reserva de
recursos é mais valorizada pelas mulheres em todas as edições do Raio X”,
explica Billi.
Mulheres buscam a interação pessoal para decidirem sobre
investimentos
As mulheres investidoras preferem falar pessoalmente com gerentes ou
especialistas de instituições financeiras para decidirem sobre seus
investimentos: é a escolha de 30% das entrevistadas, contra 22% dos homens. O
aconselhamento com amigos e parentes vem na sequência, com 19%.
|
Caderneta de poupança perde espaço, mas ainda é a principal
escolha das investidoras
Embora seja o produto financeiro mais usado pela
população brasileira, a adesão à caderneta de poupança recuou dois pontos
percentuais entre o público feminino em 2024 (de 26%, em 2023, para 24%). Os
títulos privados continuaram em segundo lugar na escolha das mulheres
investidoras, com leve crescimento de 4%, em 2023, para 5% em 2024. Fundos de investimento
(3%), imóveis (2%), moedas digitais/criptoativos (2%) e planos de previdência
privada (2%) apareceram na sequência. Já produtos como ações, títulos do
Tesouro Direto e moedas estrangeiras ficaram todos no patamar de 1% em 2024.
|
Sobre o Raio
X do Investidor Brasileiro
Esta
é a oitava edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela ANBIMA
em parceria com o Datafolha. As entrevistas aconteceram entre os dias 4 e 22 de
novembro de 2024, com abordagem pessoal e aplicação de questionário estruturado
em tablet, com 5.846 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas
cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual,
para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais
Nenhum comentário:
Postar um comentário