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É
muito provável que os tutores de pets já tenham ouvido falar sobre a
"doença do carrapato", mas muitos desconhecem os reais impactos dessa
enfermidade. O nome popular se refere, na verdade, a duas enfermidades: a
erliquiose e a babesiose, ambas transmitidas pelo carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus).
Como todo carrapato, ele é um hematófago obrigatório, ou seja, precisa sugar o
sangue do hospedeiro para sobreviver. Durante esse processo, o carrapato se
contamina quando pica um animal infectado e, ao picar um segundo cão, transmite
os agentes causadores da doença do carrapato para o cão.
“A
erliquiose e a babesiose são as principais enfermidades que caracterizam o que
se conhece popularmente como doença do carrapato. Embora ambas tenham a mesma
via de transmissão e afetem as células de defesa do cão, elas agem de maneira
distinta no organismo. É importante destacar que essas doenças são graves e
exigem tratamento imediato, sendo que o quadro clínico e prognóstico são
variáveis de acordo com a gravidade da infecção, a resposta do organismo, a
espécie do patógeno envolvido no caso e até a presença de comorbidades”,
explica Marina Tiba, médica-veterinária e Gerente de Produto da Unidade de
Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal.
A
erliquiose é causada pela bactéria Ehrlichia
canis, que ao acessar a corrente sanguínea afeta as células de
defesa (glóbulos brancos) do sistema imunológico do animal, causando a destruição
dessas células, além da possibilidade de acometer hemácias (glóbulos vermelhos)
e plaquetas. A doença evolui em três fases: aguda, subclínica e crônica.
Na
fase aguda, as bactérias se multiplicam no interior dos glóbulos brancos,
podendo afetar órgãos como fígado, baço, pulmões e rins, além de se aderirem às
paredes dos vasos sanguíneos, causando inflamação. O cão pode apresentar febre,
perda de peso, fraqueza e diarreia. Na fase subclínica, as manifestações
clínicas são menos evidentes, mas ocorre uma redução significativa de
leucócitos e plaquetas, células essenciais para a defesa e coagulação do sangue,
impactando o sistema imunológico e a capacidade de cicatrização do organismo do
hospedeiro, o que torna o pet mais vulnerável a outras complicações. Na fase
crônica, as alterações da fase aguda podem reaparecer com maior ou menor
intensidade, e o animal pode se mostrar apático, com maior predisposição a
infecções secundárias. Se não tratado adequadamente, um cão com o sistema
imunológico debilitado pode vir a falecer. Além disso, dependendo da fase da
doença as manifestações da erliquiose são semelhantes aos da cinomose,
leishmaniose ou mesmo de outras enfermidades, dessa forma, um diagnóstico
preciso é essencial para um tratamento eficaz.
A
babesiose, por sua vez, é causada pelo protozoário Babesia canis e transmitida pela saliva do
carrapato infectado durante a alimentação. “Essa doença destrói os glóbulos
vermelhos do animal, resultando em um quadro de anemia severa. O pet pode
apresentar sinais físicos e comportamentais logo após a infecção, como palidez,
perda de apetite, cansaço extremo, letargia e depressão”, explica Marina.
O
diagnóstico de ambas as doenças deve ser realizado por um médico-veterinário,
que analisará o histórico do animal e solicitará exames laboratoriais, como
hemograma, sorologias e PCR, para diferenciar a erliquiose da babesiose e
indicar o tratamento mais adequado.
O
tratamento varia conforme o agente causador da doença. No caso da babesiose,
utiliza-se um antiparasitário intravenoso, enquanto a erliquiose é tratada com
antibióticos administrados por via oral. “Mesmo que o animal apresente melhora
nos primeiros dias, é essencial que o tutor siga o tratamento até o fim,
conforme a orientação veterinária, para garantir a cura completa e evitar
recaídas”, reforça a profissional.
Dado
o impacto significativo da doença do carrapato, a prevenção é a melhor
estratégia para manter os cães protegidos. O uso regular de carrapaticidas é
fundamental para evitar a infestação e, consequentemente, o risco de
transmissão de babesiose e erliquiose. Além disso, os tutores devem inspecionar
seus cães após passeios, especialmente em áreas com alta incidência de
carrapatos, verificando patas, axilas, orelhas e virilhas. Consultas periódicas
e exames preventivos também são essenciais para identificar a doença em
estágios iniciais, aumentando as chances de um tratamento eficaz.
A
conscientização dos tutores é crucial para garantir a saúde dos cães. Medidas
preventivas, como o controle ambiental e o uso de ectoparasiticidas adequados,
ajudam a reduzir a presença de carrapatos e a proteger o pet de infecções
graves. “Ao adotar esses cuidados, é possível preservar a qualidade de vida dos
cães e evitar complicações associadas à doença do carrapato, garantindo
bem-estar e segurança para os animais e suas famílias”, finaliza Marina.
www.ceva.com.br
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