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Muitos tutores já se perguntaram: será que meu cão ou gato sente o sabor dos alimentos ou são apenas atraídos pelo cheiro? Essa dúvida é comum, especialmente quando se observa o entusiasmo de um cão por qualquer alimento ou a seletividade quase impecável de um gato diante de sua tigela. Embora o olfato realmente desempenhe um papel importante para ambos, a resposta é sim: cães e gatos sentem sabores, mas de forma muito diferente dos humanos e entre si. O aroma dos alimentos desempenha um papel importante na atração inicial, mas o paladar é fundamental para que eles decidam se o alimento será consumido ou recusado, influenciando diretamente o comportamento e bem-estar.
“O paladar desses animais é mediado pelas papilas
gustativas, estruturas presentes na língua e em outras áreas da boca. Essas
papilas captam moléculas químicas dos alimentos e enviam sinais ao cérebro para
interpretar os sabores. Os cães possuem cerca de 1.700 papilas gustativas, o
que permite que percebam sabores, como doce, salgado, amargo, azedo e umami
(relacionado às proteínas). Essa capacidade, embora menos refinada do que a dos
humanos, é suficiente para identificar alimentos nutritivos e, em muitos casos,
agradáveis”, explica Bruna Isabel Tanabe, médica-veterinária e gerente de
produtos da Pet Nutrition.
Enquanto os gatos, por outro lado, possuem apenas
470 papilas gustativas, mas são altamente especializadas. Como carnívoros
estritos, eles têm uma predileção natural por proteínas e gorduras, e não
possuem receptores para o sabor doce, o que reflete sua dieta evolutiva baseada
exclusivamente em carne.
O odor, entretanto, é a porta de entrada para o
interesse alimentar de cães e gatos. Como o olfato é muito mais apurado nesses
animais do que em humanos, o aroma do alimento é uma ferramenta indispensável
para atraí-los. “Nos cães, o olfato pode ser até 10.000 vezes mais sensível que
o dos humanos, enquanto os gatos, embora não tenham uma sensibilidade olfativa
tão alta quanto a dos cães, também dependem amplamente desse sentido. Isso
explica por que alimentos com aromas intensos tendem a ser mais atrativos, mas
o sabor, uma vez que o alimento é ingerido, é o fator determinante para que
eles decidam continuar comendo”, afirma a profissional.
O paladar não é apenas um sentido que proporciona
prazer, mas também uma ferramenta importante para a saúde. Os pets usam esse
sentido como um mecanismo de defesa natural, rejeitando alimentos que tenham
gosto amargo ou azedo, pois esses sabores frequentemente indicam substâncias
tóxicas ou estragados. Essa capacidade é essencial para a sobrevivência,
especialmente em ambientes selvagens. No entanto, em ambientes domésticos, onde
a dieta é controlada pelos tutores, o paladar desempenha um papel diferente,
influenciando a aceitação ou rejeição de alimentos industrializados, como
rações e petiscos.
“Quando a alimentação não é atrativa ao paladar,
mesmo que seja nutricionalmente completa, podem surgir problemas que afetam
diretamente a saúde e o bem-estar do animal. Por exemplo, em cães ou gatos que
necessitam de dietas terapêuticas para tratamento de doenças como obesidade,
diabetes ou insuficiência renal, a rejeição alimentar pode comprometer a
condição clínica do animal. Com isso, é possível observar palatabilizantes
naturais na composição dos alimentos, para torná-los mais saborosos e aumentar
a aceitação”, relata Bruna.
Além do impacto na saúde física, o paladar está
diretamente relacionado ao bem-estar emocional dos pets. Oferecer uma dieta
saborosa e variada pode melhorar o humor e reduzir comportamentos relacionados
ao estresse, como apatia, irritabilidade ou até agressividade. Por outro lado,
refeições repetitivas e sem apelo gustativo podem gerar frustração e até levar
a problemas de subnutrição em casos de rejeição persistente.
Nesse contexto, os petiscos podem ser grandes
aliados para manter a dieta variada “Eles oferecem uma oportunidade de
introduzir novos sabores e texturas, despertando o interesse dos pets e
promovendo momentos de recompensa. Quando usados de forma equilibrada, os
snacks podem complementar a alimentação principal, reforçando comportamentos positivos
e proporcionando estímulos sensoriais que enriquecem a rotina do animal. É
importante, no entanto, que os tutores escolham petiscos adequados às
necessidades nutricionais de cada espécie e os ofereçam com moderação, para
evitar desequilíbrios na dieta ou problemas como obesidade”, detalha Bruna.
Compreender como o paladar funciona dos pets permite aos tutores garantirem que a dieta do animal seja balanceada e nutritiva, mas, sem esquecer que ela também precisa ser atrativa e prazerosa. Proporcionar alimentos que respeitem as preferências naturais desses animais é uma maneira de promover não apenas saúde física, mas também uma vida mais feliz e equilibrada. Afinal, o prazer associado às refeições é uma parte essencial da qualidade de vida dos pets, tanto quanto é para os humanos.
Pet Nutrition
https://www.petnutrition.com.br/
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