Os transtornos depressivos têm uma etiologia multifatorial,
incluindo fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e temperamentais
A adolescência é uma fase única da
vida, repleta de descobertas, desafios e transformações. No entanto, nos
últimos anos, é observado um aumento preocupante na prevalência da depressão
entre os adolescentes. Dados recentes apontam que fatores relacionados à
gestação e primeira infância podem influenciar no desenvolvimento da depressão
na vida adulta.
“É fundamental que a comunidade médica, em especial os pediatras, esteja
preparada para lidar com esse desafio crescente. Detectar precocemente os
fatores de risco, prevenir, e, quando necessário, oferecer diagnóstico e
tratamento são passos indispensáveis para enfrentar a depressão na
adolescência”, afirma o presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Jr.
Segundo a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, a real prevalência da
depressão na adolescência no Brasil ainda é desconhecida, mas evidências
indicam que está se tornando um problema de saúde pública. O aumento de tentativas
de suicídio e casos de automutilação, principalmente entre as adolescentes, é
alarmante.
O diagnóstico, embora baseado nos critérios do DSM–V (Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais) destaca-se pela complexidade de adaptar esses critérios à
população adolescente, onde os sinais e sintomas podem se manifestar de maneira
distinta.
Entre os fatores de risco, destacam-se problemas emocionais durante a gestação,
histórico familiar de depressão, tentativas de suicídio em parentes próximos,
depressão materna, estresse tóxico na infância e diversas influências modernas,
como cyberbullying, exposição excessiva às telas e ansiedade exacerbada.
Os sinais e sintomas da depressão na adolescência não devem ser ignorados.
Sentimentos de culpa, baixa autoestima, distúrbios do sono, humor deprimido,
desinteresse por atividades habituais, pensamentos suicidas são um alerta que
demanda atenção imediata. A depressão na adolescência é um desafio complexo,
mas a prevenção e o apoio adequado podem fazer toda a diferença.
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