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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Bitucas de cigarro representam alto risco ecológico para o ambiente marinho, revela estudo da Unifesp

 

Bitucas de cigarro em areia de praia 
crédito imagem
: Ítalo de Castro / IMar/Unifesp
Grupos de pesquisa ligados ao Instituto do Mar, da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp), Campus Baixada Santista, publicaram recentemente na revista Environmental Toxicology and Chemistry um estudo que mostra o alto risco ecológico da presença das bitucas de cigarro no ambiente marinho. 

Nesta pesquisa foi testada, em experimentos de laboratório, a toxicidade de água do mar que havia ficado em contato com bitucas de cigarros artificialmente fumadas. O resultado foi que os contaminantes liberados na água pelas bitucas são extremamente tóxicos para vários organismos marinhos, incluindo crustáceos, mexilhões, ouriços-do-mar e até bolachas-de-praia. No final, os(as) autores(as) do estudo estimam que uma única bituca pode comprometer significativamente a qualidade de quase 70 litros de água do mar. 

Os experimentos foram realizados em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) das alunas do bacharelado interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar (BICT-Mar) Wanessa Mandelli e Beatriz Militelo Pestana, orientadas pelos professores e pesquisadores do IMar/Unifesp Lucas Buruaem Moreira e Rodrigo Brasil Choueri. O estudo também contou com a colaboração dos docentes Ítalo Braga de Castro, também do IMar, que também vem desenvolvendo pesquisas sobre o tema, e Denis Abessa, do Campus Litoral Paulista da Universidade Estadual Paulista (Unesp). 

A revista científica que contém o artigo deste estudo é publicada pela Society of Environmental Toxicology and Chemistry, organização científica internacional voltada à discussão de temas como poluição ambiental, agrotóxicos, riscos químicos à saúde humana, entre outras questões voltadas à contaminação e poluição por substâncias químicas. 

“Com este estudo mostramos que as bitucas de cigarro, descartadas imprudentemente por muitas pessoas, têm repercussões ambientais que vão além da desagradável sujeira no chão ou na areia da praia. Elas são altamente tóxicas e, portanto, nocivas aos organismos marinhos”, alerta o professor Choueri. 

O estudo foi publicado on-line no último dia 7 de novembro na Wiley Online Library neste link.


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