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sábado, 30 de dezembro de 2023

Você sabe se está em situação de violência patrimonial?

Especialista dá 5 dicas práticas para que mulheres possam identificar se estão em uma relação abusiva em relação ao seu patrimônio

 

Muitas vezes disfarçada de cuidado e proteção, a violência patrimonial é agressiva e ainda pouco denunciada. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) recebeu cerca de 22 mil denúncias de violência patrimonial no primeiro semestre de 2022 no Brasil uma média de 44 mil ao ano. Enquanto, quando falamos de violência física, o número de mulheres que declararam tê-la sofrido ao longo de 2022, sobe para 7,4 milhões, segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 

A realidade passou a ser escancarada recentemente a partir de relatos de celebridades. A atriz Larissa Manoela contou sua experiência negativa devido ao controle dos pais em relação aos seus bens, e, nos últimos dias, a atriz Suzana Werner tem narrado episódios vivenciados com seu até então marido, o ex-jogador de futebol Júlio César . A violência patrimonial é mais comum do que se imagina, e está diretamente relacionada à retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, documentos, bens, direitos ou recursos econômicos de uma pessoa. Identificá-la, no entanto, nem sempre é fácil. A experiente psicóloga e mentora de mulheres, Najma Alencar ( najma.psi), dá 5 dicas de como avaliar se determinada relação é abusiva e se você está em um caso de violência patrimonial.

 

  1. Alerta para a justificativa da “administração”

“Muitas vezes a pessoa abusadora, seja o marido, os pais ou outrem, usa da justificativa que está administrando os recursos familiares para a partir disso impedir que a mulher tenha acesso a eles. No entanto, administrar é diferente de reter e não permitir que essa mulher saiba quanto há ou o que está sendo feito com o dinheiro, por exemplo. Para convencê-la, é comum o abusador afirmar que ela não é capaz, que é descontrolada financeiramente e que é melhor que apenas ele tenha acesso aos bens e recursos”, afirma Najma.
 

2. Observe a agressividade em outros posicionamentos

“Grande parte das pessoas violentas em relação ao patrimônio demonstram sua agressividade também em outros aspectos da relação, como a violência verbal e psicológica, com insultos e ofensas para ferir a vítima. Além disso, o controle financeiro se extrapola e a violência patrimonial acontece em tom de ameaça ou punição com danos a objetos, como quebra de aparelhos celulares e ocultação ou destruição de documentos”, explica a mentora.
 

3. Pedido de autorização: posso?

“A restrição financeira é quando o abusador começa a colocar limite nos recursos da vítima para que ela precise pedir autorização para tudo o que quiser adquirir, o que gera uma dependência muito grande. Essa dependência começa com o controle financeiro e segue para as proibições de necessidades básicas, como despesas com alimentação e medicamentos, por exemplo”, diz Najma.

 

4. Manipulação emocional e necessidade de controle

“Não é raro, ainda, o abusador distorcer a situação quando a vítima questiona sobre as finanças e dizer para ela que ela não confia mais nele. Ele também mina a confiança dela aos poucos, até mesmo de forma sutil, como ao afirmar que ela não tem habilidade com matemática. Tudo confirma outro aspecto muito comum nas relações abusivas: a disputa de poder, elemento sempre presente em relacionamentos assim, uma vez que o abusador tem necessidade absoluta de controle”, completa Najma.

 

5. Você sente mais medo ou é mais feliz?

“Embora seja realmente difícil para a vítima se enxergar nesse cenário em um primeiro momento, ela deve estar atenta aos sinais e ser sincera consigo mesma. Pergunte-se: ‘você está vivendo o melhor do seu relacionamento?’ Quando há mais presença do medo do que da sensação de felicidade, é muito provável que você esteja em uma relação abusiva ”, conclui a especialista que desenvolve um trabalho único para a conquista da independência e da liberdade emocional da mulher. Por meio de recursos e técnicas resolutivas, propõe caminhos singulares que passam pela autoestima, autoconfiança e são a resposta para o alcance do empoderamento feminino transformador, aquele que vai além do discurso.



Najma Alencar



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