A chegada do
outono aumenta o alerta sobre a importância da vacinação
Com a chegada do outono as doenças relacionadas ao
sistema respiratório tendem a causar um impacto maior na população. Isso
acontece devido às baixas temperaturas, ao tempo que fica mais seco, a menor
dispersão de poluentes e a tendência de uma maior aglomeração em locais
fechados, o que faz com que vírus e bactérias sejam transmitidos de maneira
mais rápida, gerando surtos e epidemias.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da
Clínica Vacinne, Katia Oliveira, gripes, sinusite, laringite, faringite,
bronquite e resfriado são algumas das doenças mais comuns nesse período. “É
importante redobrar a atenção nesta época do ano, principalmente para pessoas
que já portam doenças respiratórias crônicas como asma, Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC) ou rinite alérgica, pois a tendência é que as crises
aumentem. Pessoas com imunidade baixa também devem se proteger, assim como o
restante da população, evitando situações mais críticas”, explica.
Kátia conta que manter hábitos saudáveis de forma
rotineira aliados à prevenção, é a melhor forma de evitar as doenças
características dos dias mais frios. “É fundamental alimentar-se de forma
saudável, praticar atividades físicas, evitar aglomerações e lugares fechados e
dormir bem. Além disso, é importante manter o calendário de vacinação em dia,
principalmente para as crianças e pessoas que estejam no grupo de risco”.
Importância da vacinação
As doenças respiratórias como pneumonia, asma e
DPOC representam um conjunto das principais causas de internação no Brasil,
principalmente quando há o agravante de situações como à gestação, parto e
puerpério, é o que aponta os registros do DATASUS, que mostram que essas
internações representam mais de um milhão de casos por ano. Quadros de pneumonia
e influenza são também preocupantes, representando mais de 600 mil internações
e 44.523 mortes de janeiro a agosto de 2022, segundo dados do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Para evitar as doenças típicas do outono, Kátia
reforça a vacinação como sendo o principal artifício. “Temos visto doenças que
estavam erradicadas voltando, como o sarampo, além disso doenças como a
COVID-19 e a Influenza cepa Darwin (H3N2) são muito perigosas, assim como as
meningites. Essas são doenças que podem acometer pessoas durante o ano todo,
mas no frio ficam potencializadas. É fundamental que todos se vacinem,
lembrando que a vacina contra a gripe deve ser aplicada anualmente”, conta a
enfermeira.
Kátia elenca as três
principais vacinas que devem ser aplicadas no outono:
Influenza (Gripe): doença contagiosa, causada por um vírus comum que pode afetar a
todos, de qualquer idade, e pode gerar complicações, como pneumonia. A
vacinação quadrivalente previne contra quatro tipos de vírus da gripe. Pode ser
aplicada em qualquer pessoa a partir dos 6 meses. É importante tomar todos os
anos uma vez que o vírus da gripe é mutante e a proteção proporcionada pela
vacinação tem duração de um ano.
Pneumocócica Conjugada 13: previne cerca de 90% das doenças graves (pneumonia, meningite e
otite) em crianças, causadas por 13 sorotipos de pneumococos. Para crianças a
partir de 6 anos, adolescentes e adultos com doenças crônicas que justifiquem a
vacinação e ainda não tenham sido vacinados é indicada dose única. Em algumas
situações, duas doses com intervalo de dois meses podem ser indicadas. Nesses
casos, pode ser necessário complementar a vacinação com a vacina pneumocócica
polissacarídica 23-valente (VPP23). Para os maiores de 60 anos, recomenda-se
uma rotina complementar à vacinação com a vacina pneumocócica polissacarídica
23-valente (VPP23).
Meningite ACWY e Meningite B: esta é uma doença preocupante, que se manifesta mais
frequentemente como meningite ou sepse. Tem caráter rapidamente progressivo e
potencial de sequelas e letalidade importantes. Por isso, a recomendação dos
pediatras é aplicar as vacinas em crianças com até 5 anos, que são mais
vulneráveis, apesar da doença atingir também outras faixas etárias como
adolescentes e adultos.
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