Entenda quais
embalagens são totalmente e infinitamente recicláveis e quais agravam a
poluição dos oceanos
Gestos simples dos consumidores podem ajudar a
evitar a poluição do planeta. Ao escolher alimentos, produtos de limpeza,
tintas ou outros itens para levar para casa, é indicado dar preferência aos
acondicionados em embalagens 100% e infinitamente recicláveis, como aço,
alumínio e vidro, ou embalagens de fontes renováveis, como papel. “Embalagens
de plástico ou que contenham plástico em sua composição são uma das principais
causas de poluição dos oceanos”, explica a engenheira de alimentos Thais
Fagury, presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço).
Pesquisa que acaba de ser divulgada pela PLOS ONE,
publicação norte-americana voltada para a propagação de estudos científicos, mostra
que a poluição dos mares por moléculas de plástico está aumentando de forma
“rápida e sem precedentes”. De acordo com o estudo, os mares do mundo comportam
hoje cerca de 171 trilhões de partículas de plástico que, se reunidas, pesariam
cerca de 2,3 milhões de toneladas. É o resultado do descarte incorreto de itens
produzidos à base desses materiais, entre eles embalagens utilizadas em larga
escala, como baldes, PET e principalmente flexíveis.
Para a realização desse estudo, uma equipe de
cientistas internacionais analisou dados globais coletados entre 1979 e 2019 em
quase 12.000 pontos de amostragem nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, e
no Mar Mediterrâneo. “Sem uma ação política urgente, a taxa na qual os
plásticos entram nos oceanos pode aumentar cerca de 2,6 vezes entre agora e
2040”, conclui a publicação, que destaca que a produção desse material disparou
nas últimas décadas, mas apenas 9% dos plásticos globais são reciclados a cada
ano.
A maior parte dos plásticos que causam poluição vêm
da terra, arrastada para os rios – pela chuva, vento, transbordamento de
bueiros e lixo – e transportada para o mar. “Uma vez que o plástico chega ao
oceano, ele não se decompõe, mas tende a se decompor em pedaços minúsculos”,
analisam os pesquisadores. Essas partículas podem e provavelmente são ingeridas
por animais.
De acordo com Thais Fagury, por trás da poluição há
uma questão econômica, que muitas vezes confunde o consumidor. “Na luta da
indústria para baratear as embalagens e, ao mesmo tempo, dar ao produto um ar
de sustentável, são criadas opções que parecem o que não são”, explica. Um bom
exemplo é uma embalagem para tintas que chegou recentemente ao mercado. Por
fora, é uma caixa de papelão, material que não apenas é reciclável, como também
degradável. “Dentro da caixa, no entanto, há uma bolsa plástica flexível
acondicionando o produto. Isso significa que a embalagem tem potencial enorme
de poluir o meio ambiente, pois o plástico flexível raramente é revalorizado”,
comenta Thais
Veja dicas de Thais Fagury na
hora de ir às compras:
1. Dar preferência a produtos embalados em
materiais 100%, infinitamente recicláveis e de cadeias consolidadas, como aço e
alumínio. Materiais de cadeias já consolidadas dificilmente são dispostos
incorretamente.
2. Na falta de metais, escolher embalagens que
sejam também recicláveis e não poluam, como o vidro. “Este material demora até
1 milhão de anos para se decompor. Mas neste processo não libera
micropartículas no oceano e é inerte”. O vidro também é 100% reciclável, assim como
os metais.
3. Embalagens de papel/papelão são recicláveis e de
fonte renovável.
4. Fuja das embalagens plásticas, como baldes
plásticos (utilizados para tintas) e flexíveis (utilizados em molhos,
conservas, dentre outros). Além da cadeia de reciclagem desses materiais
englobar uma parcela pequena do consumo, todos têm alto potencial de poluir
rios e oceanos com micropartículas, visto que os flexíveis são materiais de
cadeias complexas para reciclagem.
Para conferir a íntegra do artigo do jornal Plos One, clique aqui: A growing plastic smog, now estimated to be over 170 trillion plastic particles afloat in the world’s oceans—Urgent solutions required | PLOS ONE
Associação Brasileira de Embalagem de Aço - Abeaço
www.abeaco.org.br
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