Com aumento de
problemas intestinais, hospitais realizam ações para reduzir número de
pacientes na fila para exame de colonoscopia
O Brasil deve registrar 45 mil novos casos de
câncer de intestino por ano no próximo triênio (entre 2023 e 2025), de acordo
com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar de essa doença
ser uma das mais comuns, os tumores que se desenvolvem no cólon e reto podem
ser evitados. A própria colonoscopia, indicada para diagnóstico e rastreamento,
possui um caráter preventivo. Mas a procura pelo exame caiu drasticamente
durante os primeiros anos da pandemia, já que ao menos 148 mil colonoscopias
deixaram de ser realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Dados como esses
impulsionam hospitais a realizarem mutirões para reduzir o número de pacientes
na fila para o exame de prevenção de câncer no intestino.
"A colonoscopia permite detectar pólipos e
lesões pré-cancerígenas e, no mesmo momento, remover essas lesões, evitando o
desenvolvimento do câncer". A explicação é da coloproctologista Rafaela
Molteni Moretti, idealizadora de um mutirão realizado no dia 30 de março pelo
Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba (PR), para pacientes previamente
selecionados pelo SUS. “O exame é o primeiro passo para que muitas pessoas
tenham um diagnóstico e busquem o tratamento correto, já que é possível
detectar lesões pré-cancerígenas e, também, outras patologias que afetam o
intestino”, diz a médica.
Primeiro passo para tratamento
Infecções, pólipos, possíveis irritações de mucosa,
diverticulites e tumores. Esses são alguns dos problemas intestinais que podem
ser diagnosticados a partir da colonoscopia. No mutirão realizado pelo Hospital
Universitário Cajuru, a aposentada Leonilda Engelke, de 77 anos, foi uma das
pacientes que realizou o exame e, agora, aguarda o resultado. “Logo vou
descobrir o motivo das cólicas e irregularidades no funcionamento do intestino.
Mas já estou tranquila, simplesmente por estar sob cuidados de médicos e com a
chance de poder realizar exames importantes como esse pelo SUS",
conta.
Problemas intestinais são bastante comuns, podem se
apresentar de diferentes formas e facilmente serem confundidos entre si. A
doença inflamatória intestinal, por exemplo, afeta quase sete milhões de
indivíduos em todo o mundo e especialistas da Sociedade Britânica de
Gastroenterologia estipulam que esse número pode aumentar nas próximas décadas.
Por isso, a coloproctologista Rafaela Molteni Moretti reforça a importância de
os pacientes estarem alertas aos detalhes. "Mudanças nos hábitos do
intestino, acompanhadas de sintomas como dor abdominal, constipação e diarreia,
podem ser alertas do corpo sobre problemas de saúde. Fique atento e, se você
sentir algum desses desconfortos, procure ajuda médica", finaliza.
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