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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce da Hérnia Diafragmática Congênita

Condição pode ser identificada durante a realização do pré-natal

 

Estatísticas mostram que, no Brasil, nasce um bebê por dia com Hérnia Diafragmática Congênita (HDC). A condição ocorre quando o músculo do diafragma (que separa o tórax do abdômen) não se fecha, em fases muito iniciais do desenvolvimento do embrião, no começo da gravidez. Isso faz com que os órgãos do abdômen cresçam dentro do tórax e prejudiquem o desenvolvimento dos pulmões, o que diminui muito as chances de sobrevida pós-natal dessas crianças.

 

A HDC pode ser identificada nos exames de ultrassonografia morfológica durante o pré-natal, o que permite que alguns bebês se beneficiem de tratamentos e intervenções que devem iniciar antes do nascimento, aumentando as chances de sobrevida dessas crianças.

 

Apesar de pouco conhecido, o problema, que não é tão raro (acomete um a cada quatro mil fetos), pode ser extremamente grave. É o caso do pequeno Théo, que se recupera na UTI neonatal na Maternidade São Luiz Star, em São Paulo.

 

A unidade possui um serviço completo de medicina materno-fetal, capaz de diagnosticar e tratar clínica e/ou cirurgicamente qualquer alteração fetal, por mais complexa que seja. Em pouco mais de sete meses de funcionamento, o serviço já realizou cerca de 15 procedimentos cirúrgicos, intrauterinos e neonatais, para tratamento da HDC.

 

“Estava com 23 semanas de gestação e, durante o exame morfológico, a médica identificou a HDC. Nunca tínhamos ouvido falar na doença e foi um baque”, lembra Simone Zanetti, mãe do Théo, que hoje está com três meses de vida.

“Quando pesquisamos sobre o tema, vimos que as chances de vida eram mínimas. Foi um momento muito difícil. Soubemos de um serviço especializado em São Paulo e viemos imediatamente”, conta a mãe, que é de Alta Floresta, no Mato Grosso.

Paciente Théo Zanetti Rocha e os pais,
na celebração de três meses de vida.
Foto: Arquivo pessoal

“Tivemos o privilégio de contar com uma equipe de profissionais que fizeram a diferença. Meu bebê está bem e se recuperando plenamente agora. Ele passou por uma cirurgia intrauterina por causa da HDC muito grave que tinha, depois foi novamente operado após o nascimento, mas está se recuperando e logo teremos a tão sonhada alta”, celebra Simone. 

No Dia Internacional da Conscientização da Hérnia Diafragmática Congênita, celebrado em 19 de abril, Dr. Fábio Peralta, coordenador da equipe de Medicina Fetal e de Cirurgia Fetal da Maternidade São Luiz Star, alerta que o bebê com Hérnia Diafragmática Congênita grave tem chance muito maior de sobrevida mediante tratamento intrauterino, seguido de tratamento no nascimento e no período neonatal em centro altamente especializado.

 

Ainda de acordo com o profissional, cerca de 70% dos casos de HDC acontecem de forma isolada. “Ou seja, não há uma causa genética identificável nem outras alterações anatômicas associadas. É uma alteração que acontece acidentalmente durante o desenvolvimento do bebê”, exemplifica.

 

A HDC é uma condição que requer acompanhamento e medidas específicas em diferentes fases. “Em alguns casos, é feita uma primeira cirurgia ainda com o bebê na barriga da mãe, para colocar um balão na traqueia do feto, o que estimula o crescimento dos pulmões, como no caso do Théo. Depois do nascimento, existe também a necessidade de uma série de cuidados muito específicos, o que depende de centros e de profissionais muito especializados, como temos na Maternidade São Luiz Star”, ressalta Peralta.

 

A equipe multiprofissional da unidade reúne profissionais que são referências nacionais e internacionais no tratamento da HDC há mais de 15 anos. Essa longa jornada de dedicação, experiência e desenvolvimento de técnicas faz com que os resultados do grupo estejam entre os melhores do mundo. 

“Não podemos esquecer também do papel primordial da realização correta do pré-natal, para identificação precoce desta e de outras anomalias congênitas. Com exame de ultrassonografia no primeiro trimestre, já é possível identificar o problema e começar a adotar as medidas necessárias para garantir a melhor atenção ao bebê”, explica o médico.


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