Para a psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, Cíntia Santos, as ações de inclusão devem começar ainda nas escolas
Trazer um alerta para as grandes dificuldades em acessibilidade que as pessoas com deficiência auditiva enfrentam no dia a dia, como também, para ter uma chance de inclusão no mercado de trabalho. Esses são alguns dos focos do Dia Nacional da Libras, data criada no dia 24 abril de 2002, através da Lei nº. 10.436. Cíntia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, entidade que atua em prol da inclusão na educação e no mercado de trabalho, lembra que celebrar a data é importante, mas ainda é preciso fazer mais, já que de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5% da população brasileira apresenta algum problema de audição.
A especialista lembra que através do projeto
Paideia - Programa de Assessoria e Intervenção voltado para o Desenvolvimento
Educacional Inclusão e Acessibilidade, realizado em parceria com o projeto
Criança Esperança, foi possível ver na realidade que as escolas são os
primeiros agentes para a inclusão. “Antes de falar sobre Libras no
contexto do mercado de trabalho, é preciso dar atenção ao ensino que vem antes
do emprego. Fizemos um trabalho amplo com o Paideia, em que percebemos que nem
todas as escolas estão em conformidade com a Lei, mas vimos que estão
caminhando para se tornarem mais inclusivas, com destaque à capacitação de
professores para a comunicação por meio de Libras”, revela.
Segundo a psicóloga, no quesito mercado de
trabalho, a adequação do ensino de Libras é mais do que urgente. Ela adiciona
que muitas organizações só seguem a Lei de Cotas - nº 8.213, de 1991, por
obrigação. “É mais do que necessário a adequação das empresas para atender os
trabalhadores com deficiência auditiva, que integram ou irão fazer parte do
quadro de funcionários. Lembro que depois da criação da Lei de Cotas, muitas
empresas passaram a ser obrigadas a contratar pessoas com deficiência. Porém,
mesmo tendo aumentado o número de contratações, vemos que há muito o que se
fazer para garantir que as pessoas com deficiência auditiva tenham mais
oportunidades de trabalho. Ainda é preciso mudar a mentalidade dos contratantes
a respeito desta condição e, reforço, perceber o potencial das pessoas com a
deficiência”, pontua.
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