Nas datas
comemorativas, como a Páscoa, os cuidados com os alimentos ingeridos pelos pets
precisam ser redobrados para evitar problemas graves de saúdeFoto por pixelarts2 em freepik
Quem tem um cãozinho sabe que é muito difícil
resistir aos olhares que eles lançam com maestria quando querem comer algo que
o tutor está comendo. Reis do apelo emocional, quase sempre o olhar é garantia
de ganhar um pedaço do alimento que não foi exatamente feito para ele. Este
comportamento, embora muito comum, pode desencadear intoxicações alimentares além
de alguns problemas de saúde mais sérios nos cães.
“Em festividades como a Páscoa, o risco de
intoxicação aumenta. O chocolate, a estrela da festa, aparece em abundância
pelas casas e nas mãos de crianças, que facilmente oferecem um pedaço ao pet.
Além disso, o preparo dos pratos típicos com algumas especiarias, podem
oferecer um grande perigo aos animais de estimação”, declara Nathalia Fleming,
médica-veterinária gerente de produtos pet da Ceva Saúde Animal.
Muitas pessoas acreditam que estas recomendações
estejam associadas ao teor calórico ou a quantidade de sódio, açúcares e
gorduras presentes nos chocolates e nos principais pratos da época, como o
bacalhau com batatas, mas são componentes dos próprios alimentos que podem
desencadear os problemas.
“O problema do chocolate é uma substância derivada
do cacau chamada Teobromina, que é extremamente tóxica para os cães e os gatos,
com efeito estimulante que pode afetar o coração e o cérebro destes animais.
Por ter digestibilidade lenta e capacidade de permanecer até 6 dias na corrente
sanguínea do pet, mesmo que o animal consuma poucas quantidades de chocolate é
possível que ele desenvolva um quadro de intoxicação”, Nathalia explica.
Os sintomas mais comuns de intoxicação por
chocolate incluem náusea, vômitos em jato, diarreia, arritmias cardíacas,
excitação, tremores musculares, aumento dos batimentos cardíacos e até mesmo
convulsões. Já o problema do consumo de alguns temperos, especialmente o
alho e a cebola que podem ser utilizados no preparo dos pratos como o bacalhau,
são silenciosos, porém muito sérios.
“A cebola e o alho contêm em sua composição o
Tiossulfato, uma substância que atua diretamente nas hemácias dos animais, as
células responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo organismo. Essa substância
promove uma destruição gradual das hemácias de forma mais rápida do que o
organismo consegue repor, desencadeando um quadro de anemia hemolítica, com
reflexos no fígado, baço e rins. É um processo crônico e que pode demorar para
ser descoberto”, alerta a médica-veterinária.
A atenção também deve ir para outros alimentos
presentes na mesa, como a batata, que cruas ou malcozidas podem desencadear a
intoxicação por solinina, e com a ingestão dos peixes (principalmente bacalhau)
com espinhas, que podem causar engasgos, arranhões e perfurações no sistema
digestório do animal.
“Nem sempre é possível evitar que o pet acabe
ingerindo alguns destes alimentos, seja por ter caído ao chão ou por ter sido
ofertado por alguém desavisado, por isso é importante estar atento a qualquer
sinal ou sintoma de podem iniciar entre 2 e 4 horas após a ingestão do
alimento. Se o animal foi flagrado comendo algo indevido, assim que o primeiro sintoma
aparecer o tutor deve buscar auxílio veterinário e levar a embalagem do
chocolate, ou saber descrever precisamente o que tinha no preparo do alimento
ingerido”, reforça Nathalia.
A profissional traz uma dica para os tutores dos pets que imploram por comida de humanos: “Para aqueles pets que não podem ver ninguém com nada na mão que já ficam interessados e pedindo, o ideal é ter sempre um snack por perto, e neste momento é legal ser criativo: pode ser um pedaço de fruta, cenoura ou mesmo os petiscos aos quais o pet já está acostumado. Se quiser que ele participe da comemoração com chocolates, existem os “chocolates” feito especialmente para cachorros, com ingredientes específicos os quais eles podem comer tranquilamente”.
Ceva Saúde Animal
www.ceva.com.br
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