Acredite se
quiser: doenças como a catarata, toxoplasmose, glaucoma congênito e atrofia
ótica, além da retinopatia da prematuridade, são as principais causas de
cegueira e baixa visão infantil no Brasil. Apesar do diagnóstico de muitas
dessas patologias assustar, a possibilidade de tratamento e soluções que podem
ser percebidas de forma precoce, podem beneficiar e muito, a saúde ocular de
crianças.
Mas a realidade
começa bem antes do bebê nascer. É no exame pré-natal que a mãe deve ter as
orientações corretas sobre possíveis doenças, que podem afetar a visão do bebê.
"Apesar de
não existir um pré-natal oftalmológico é feita uma avaliação no ultrassom
morfológico e as devidas sorologias para doenças congênitas, que são a herpes,
sífilis e tantas outras. Também é importante que logo que o bebê nasça sejam
realizados todos os exames como o teste do olhinho, onde se descobrem
alterações como catarata, glaucoma e até o retinoblastoma, que é um tipo raro
de câncer que atinge a visão das crianças. O teste do pézinho que também
identifica a toxoplasmose congênita, também deve ser feito rapidamente,
garantindo o diagnóstico precoce", explica a a oftalmologista Ana Luísa
Aleixo, responsável pela Oftalmo Clínica de Petrópolis e pesquisadora da
Fiocruz.
Todos esses exames
são gratuitos e oferecidos pela rede pública de saúde. Com os avanços atuais da
oftalmologia, pelo menos 70% dos casos de cegueira e comprometimento visual
avançado em crianças, poderiam ser evitados, se diagnosticados de forma
preventiva.
As infecções que
não são tratadas, como sífilis, rubéola e toxoplasmose, podem causar lesões
retinianas e desenvolver casos graves em bebês. Confira abaixo mais detalhes
sobre as principais patologias:
Toxoplasmose:
causada por um protozoário, a toxoplasmose é responsável por cerca de 40% dos
casos de cegueira e baixa visão infantil. Quando a mulher se infecta durante a
gravidez, o parasita pode atravessar a placenta e contaminar o bebê. A
principal complicação que pode ocorrer devido a essa doença é a uveíte,
inflamação da camada intermediária do olho, que pode levar a graves sequelas
visuais.
Catarata:
responsável por cerca de 19% das crianças cegas, a doença é uma das principais
que podem ser tratáveis durante a infância. Se diagnosticado e operado antes
dos 3 meses, o bebê não corre o risco de desenvolver nistagmo, condição que
provoca movimentos oscilatórios no globo ocular e perder a visão.
Retinopatia da
prematuridade: é uma doença que compromete a vascularização da retina imatura
dos recém nascidos. É responsável por cerca de 20% dos casos de cegueira em
crianças e está diretamente relacionada ao nascimento prematuro.
Glaucoma: os
problemas causados pelo glaucoma infantil podem ser provocados principalmente
pela pressão intraocular elevada, impactos no desenvolvimento do globo ocular e
da acuidade visual, além de lesões no nervo óptico. Eles são responsáveis por
cerca de 18% dos casos de baixa visão e estão entre as principais causas de
cegueira em crianças.
Atrofia do nervo óptico: a
doença é caracterizada pela desconexão dos sinais luminosos do nervo óptico
para o cérebro montar as imagens. Pode se manifestar com diferentes sinais como
visão embaçada, perda da capacidade de distinguir as cores, além da diminuição
da qualidade da visão e a perda do campo visual.
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