Em "Curva de
Rio", Roosevelt Colini narra a trajetória de uma família de retirantes
nordestinos pelos olhos de uma garota que vive o drama da ausência paterna
“O livro é abrangente a respeito do cenário
histórico e cultural destas décadas, em meio aos impasses da personagem que tem
de se haver com a perda paterna e procura se emancipar dos destinos
pré-estabelecidos por conta de sua condição econômica e social”, destaca o
autor.
Em um cenário novo, a menina nordestina e de baixa
renda enfrentará os desafios da migração, o começo tardio na escola e sua
jornada à ascensão social por meio da educação, que a levará a seguir uma
carreira acadêmica. Em meio a estas transformações, a personagem crescerá,
viverá amores, a liberdade sexual, as repercussões da AIDS no Brasil, a
inflação galopante e a política estudantil.
Em todas as fases, porém, ela nunca esqueceu ou
deixou de procurar o pai. Ele, cada vez mais perto e mais longe, ao mesmo
tempo, como o vai vem das águas de um rio que, aliás, era o local onde a
menina aguardava as cartas ou o retorno dele, no Sertão.
“Nas curvas do
rio, eu ficava horas olhando na direção que papai tomara.
Minha
mãe pedia ajuda para as tarefas da roça e eu recusava.
Queria
estar alerta para quando papai retornasse, bem de longe;
procurava
no sentido inverso um pontinho que fosse crescendo até virar ele de novo.”
(Curva do Rio, p. 12)
Curva do Rio marca da estreia de R. Colini na literatura de ficção e mostra como, ao longo das décadas, três gerações de brasileiras precisarão conquistar espaço em um mundo feito para oprimi-las. No entanto, a menina, que agora é uma mulher, deverá entender que as diferenças entre sua mãe e filha podem ser a chave para superar os impasses da alma.
Ficha técnica
Título: Curva do Rio
Autor: Roosevelt Colini
Editora: Labrador
ISBN/ASIN: 9786556252353
Páginas: 224
Preço: R$ 59,90
Onde comprar: Amazon
Sobre o autor: Roosevelt Colini é um escritor que andou fazendo outras coisas por 30
anos e que faz agora meio século de idade. Quando o vagalhão de 1968 acabava de
deixar suas últimas espumas na praia e recuava com força ao mar, arrastando
aquela geração de volta para as utopias irrealizadas e deixando o cheiro de
maresia e AIDS na década de 1980, Roosevelt participou da última leva do
movimento estudantil não-profissionalizado. Depois, foi jornalista por dois
anos na Folha de S.Paulo e então decidiu batalhar grana virando empresário.
Estudou Filosofia e Ciências Sociais na USP, mas não conclui nenhum dos cursos.
Escalou dois dos sete cumes mais altos dos continentes: Elbrus e Kilimanjaro.
Montou uma operadora de telecomunicações, mas há três anos, delegou a gestão da
empresa. Escreveu três romances e dezenas de contos. Daqui para frente, sua
vida será focada na escrita.
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