Docentes se
reinventam devido à necessidade de ministrar aulas virtualmente, e conferem na
prática as vantagens dessa forma de ensino
Com o avanço da era digital, o mundo foi se
adaptando no mesmo ritmo frenético, com novos recursos tecnológicos sendo
criados a cada dia. E não foi diferente no âmbito da educação. Além disso, com
a pandemia de Covid-19 e o consequente isolamento social, cresceu a necessidade
do ensino à distância, e o “novo normal” chegou às escolas com a chamada
Educação 4.0. Com isso, professores em geral também tiveram de se
reinventar.
Os educadores da Plataforma do Professor Ferretto
- canal 100% online focado na preparação para o Enem e vestibulares - conhecem
bem essa realidade. “O ensino inteiramente à distância ou no formato híbrido -
com parte das aulas sendo ministradas ao vivo e parte acontecendo remotamente -
já são tendência no Brasil e no mundo todo. Isso já vinha acontecendo há alguns
anos, e ganhou ainda mais força após a pandemia”, avalia Daniel Ferretto,
influenciador com mais de 3 milhões de
inscritos em seu canal no Youtube e fundador da plataforma de mesmo nome.
De acordo com levantamento
recente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior
(ABMES), os estudantes hoje desejam um modelo de estudo que combine duas ou
mais formas de ensinar e de aprender. Ainda segundo a sondagem realizada
pela entidade, os alunos entrevistados gostariam que apenas 45% da carga
horária fosse dedicada às aulas presenciais tradicionais. “Ou seja, na visão do
aluno comprova que esse modelo de ensino já tornou-se uma necessidade”,
complementa Ferretto.
Porém, a inovação dificilmente acontece sem
desafios. Em meio ao crescimento da educação na era digital, uma das
adversidades enfrentadas pelos professores é o grande volume de informações
acessíveis. “É preciso saber filtrar o que é relevante, a fim de não
sobrecarregar os alunos com referências em excesso”, explica o professor Flávio
Landim, que ensina Biologia na plataforma. Além disso, ele acrescenta que é
preciso “manter-se atualizado não somente em relação aos temas como também à
linguagem que os alunos estão usando”. “É isso que cria proximidade e desperta
a atenção dos estudantes”, avalia ele.
Outra dica dada por Landim é, durante as aulas
online, o professor se dirigir aos alunos como se estivesse presencialmente com
eles, incentivando-os a participar da aula, por exemplo. “Isso desperta mais
interesse do aluno pelo conteúdo apresentado, e ajuda a quebrar a barreira da
distância física”, aponta o professor.
No que diz respeito à postura dos alunos, o
professor também tem dicas para oferecer. Landim aconselha os alunos a
“diminuir o tempo nas redes sociais, administrar bem o estudo e descanso,
evitar a procrastinação e encontrar a melhor maneira de estudar dentre as
técnicas propostas na Educação 4.0”.
Digital possibilita maior
interação e praticidade
Apesar das dificuldades, existem diversas vantagens
no ensino à distância, e é isso o que diz uma parcela dos entrevistados para a pesquisa
realizada pelo Instituto DataSenado no último ano. Entre as vantagens
mencionadas pelos estudantes está, por exemplo, a possibilidade de “interagir
mais e passar mais tempo com a família”.
Para os professores, também existem pontos
positivos no ensino online. “Quando comecei a gravar vídeos para o Youtube,
senti que as aulas ficaram mais dinâmicas, além de conseguir ajudar alunos que
não conseguiam aprender Matemática com a dinâmica da sala de aula tradicional.
Nesse sentido, a Internet veio para ajudar, apesar de existirem distrações. O
que é preciso é identificar as formas de usar a rede cada vez mais a favor da
educação”, pondera o Professor Ferretto.
Quem também observou prós no ensino remoto foi
Michel Arthaud, que leciona Química na plataforma Ferretto. “O que se observa é
que os alunos mais tímidos, que tinham receio de fazer perguntas em frente aos
outros colegas na sala de aula tradicional, no ambiente virtual passaram a
interagir mais na aula online, fazendo perguntas de forma mais desinibida e
sendo mais participativos”, finaliza o docente, que também é influenciador na
internet e mantém o canal Café com
Química.
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