A retratação da deficiência física no universo do entretenimento tem sido cada vez mais frequente e revela a preocupação do setor cultural com a acessibilidade e a inclusão
No próximo dia 11 de outubro, o Brasil
celebra o Dia Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência Física, data que tem
como objetivo promover a conscientização da sociedade sobre as ações que devem
ser realizadas para garantir a qualidade de vida e a promoção dos direitos das
pessoas com deficiências (PCDs), de acordo com a legislação Federal. A data
está próxima de outros marcos inclusivos, como o Setembro Azul (Mês de
visibilidade da Comunidade Surda) e o dia da Pessoa com Deficiência Auditiva, e
reflete a crescente preocupação de diversos setores da sociedade para com a
abordagem e o debate referentes à promoção da inclusão social.
Em especial, no ano de 2022, esta data ganha
novos contornos pela movimentação do setor cultural em torno da pauta, com o
lançamento de diversas produções e a criação de personagens do universo do
entretenimento que retratam os diferentes tipos de deficiência física e levam
ao público de todas as idades o debate sobre a inclusão. Ao todo, o Brasil
possui mais de 22,8 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência física e
que têm encontrado cada vez mais representatividade em séries, filmes, HQ’s e
outras produções do universo do entretenimento dentro e fora do país. A seguir,
preparamos uma lista para que você confira quais produções abraçaram a causa,
com destaque para a representatividade das Pessoas Portadoras de Deficiência
Auditiva.
Turma
da Mônica
Em maio de 2022, o tão
famoso HQ conhecido como “Turma da Mônica” ganhou sua primeira personagem com
deficiência auditiva, uma menina de 9 anos chamada Suely. Fã de esportes, a
personagem foi criada de modo comemorativo durante a 24ª edição das
Surdolimpíadas de Verão, a partir de uma parceria entre os estúdios Mauricio de
Sousa Produções e a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da
Comunicação da PUC São Paulo.
Imagem/reprodução PUC-SP
No Ritmo do Coração
Em
2022, o Oscar premiou como melhor filme o longa-metragem No Ritmo do
Coração, o qual conta a história de uma jovem que integra uma família
de pessoas portadoras de deficiência auditiva e é a única que não possui
nenhuma forma de deficiência. A jovem Ruby é a intérprete de seus familiares e
ajuda na organização dos negócios da família, apesar de ter o sonho de
conquistar uma carreira no universo da música. Foi a primeira vez que o prêmio
foi concedido a uma trama com abordagem inclusiva tão forte.
Imagem/reprodução Apple Original Films
Gavião
Arqueiro
A
série Gavião Arqueiro, lançada no final de 2021, retrata de modo aprofundado a
perda auditiva do herói e suas batalhas contra Echo, uma vilã que tem
deficiência auditiva e é líder da Tracksuit Máfia. A série é a primeira
produção da Marvel a trazer a deficiência auditiva como plano de fundo. Ao
longo da série, o Gavião Arqueiro é retratado no processo de adaptação com
aparelhos auditivos e em meio à aceitação de sua deficiência.
Imagem/reprodução Marvel
Barbie com Aparelho Auditivo
Em
agosto de 2022, a Mattel lançou a primeira boneca Barbie com deficiência
auditiva, inspirada na atriz britânica Rose Ayling-Elis. Rose possui
deficiência auditiva congênita e têm quebrado diversos estereótipos no Reino
Unido, ao protagonizar novelas e participar de reality shows. Em coletiva de
imprensa, a atriz revelou: “É muito importante que as crianças possam se ver
representadas nos brinquedos com os quais brincam”. A boneca inspirada em Rose
possui um aparelho auditivo rosa e tem feito sucesso em todos os pontos de
venda.
Imagem/reprodução Mattel
Empresária que
atua no setor de aparelhos auditivos a preços populares, Danielle Guieiro
comenta a importância de as produções culturais retratarem pessoas portadoras
de deficiência auditiva, para contribuir com a quebra de estereótipos e
fomentar a inclusão social. “Hoje em dia, 87% dos brasileiros que sofrem com
problemas de audição não fazem uso de aparelhos que possam auxiliá-los a
escutar melhor. Claro que a questão econômica interfere, pois muitas empresas
não praticam preços populares, mas o que mais vemos todos os dias em nossas
unidades são as pessoas com receios dos preconceitos. Elas temem que o aparelho
possa fazer com que a sociedade as exclua de certo modo; mas a sociedade tem
evoluído na frente da inclusão e na popularização da pauta da deficiência auditiva.
Por isso, é tão importante que as pessoas possam se ver representadas e
abraçadas pela sociedade em todos os níveis, como nas produções culturais”,
comenta Danielle, CEO da rede Audição de TODOS*.
*Audição
de TODOS: rede de franquias que atua com a venda e a implantação de aparelhos
auditivos, a preços 50% abaixo dos praticados pelo mercado nacional.
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