Casa Ronald McDonald ABC oferece apoio integral aos jovens e seus familiares durante período que passam distante de suas casas
Mais do que uma doença a ser
vencida, o câncer infantojuvenil muitas vezes significa afastamento da família,
dos amigos e uma mudança completa de rotina e até mesmo, de casa. Tudo isso
somado ao medo de não conseguir recuperar da doença e dos danos colaterais do
tratamento. Muitas informações difíceis de serem digeridas por um adulto,
imagine para uma criança. Pensando nisso, a Casa Ronald McDonald ABC que
oferece apoio integral aos jovens e seus familiares durante o período de
tratamento, também proporciona acompanhamento psicossocial a todos os hospedes
de sua casa.
Como uma casa de apoio, a
instituição oferece um ambiente em que crianças e adolescentes acometidos pela
doença se sintam acolhidos fora do ambiente frio hospitalar. Entre suas atividades,
estão fornecer acolhimento, transporte e alimentação aos pacientes em
tratamento do câncer infanto-juvenil e seus familiares, além de atendimento
psicológico, de extrema importância.
“Nós percebemos que, no
início, os que mais precisam desse acompanhamento psicológico são os pais, pois
o diagnóstico de câncer ainda é cercado por mitos e pelo estigma de morte.
Mesmo com altos índices de cura na população infantil, o medo da perda de um
filho é muito presente. Daí, afloram inseguranças, principalmente, relacionadas
ao trato com a criança, que por sua vez precisa de compreensão e um bom manejo
das emoções para conversar com ela diariamente sobre a nova rotina de vida”,
explica Ivete Yavo, psicóloga voluntária na Casa Ronald McDonald ABC.
A profissional explica que o
autocuidado dos pais nessas situações, acaba ficando comprometido e, por isso,
o trabalho psicológico é tão importante. “Nesta perspectiva, procuramos passar
todas as orientações necessárias, partindo-se do princípio de que há um fato e
grave (doença da criança), e que este cuidador precisa de atenção, participando
de sessões de plantão psicológico, sessões de psicoterapia, oficinas,
orientação social. A Casa como um todo se envolve neste acolhimento”, aponta.
Em relação ao acompanhamento
psicológico para as crianças e jovens, Ivete lembra que não só o tratamento e a
doença que os afetam. “Observo que para os menores há um grande sofrimento em
função do tratamento que às vezes é invasivo e doloroso. Eles ainda não
conseguem lidar com a fantasia do medo da agulha, da figura do médico etc., e
assim, demonstram muito mais a angústia diante das intervenções. Já para
outros, maiores, o estar longe dos amigos, às vezes ficar sem os cabelos e
assim, preocupação com autoimagem e já uma compreensão maior acerca da doença,
é igualmente sofrido para eles. Daí a necessidade de desenvolver uma
compreensão diferenciada para melhor acolhê-los”.
E essas questões não acabam
junto ao término do tratamento. “Temos casos em que a criança e mesmo a família
apresentam grande dificuldade em lidar com a cura. Retomar as atividades
rotineiras passa a ser um risco temido que suscita a possibilidade de
recidiva.
Desta forma, o acompanhamento psicológico é imprescindível em todas as fases do
tratamento e pós-tratamento, pois assim, conseguimos minimizar o impacto do
adoecimento, bem como, prevenir possíveis fatores de risco que poderiam estar
associados à quadros de adoecimento mental, ideação suicida, autoflagelo e
transtornos importantes de comportamento”, completa.
Casa Ronald McDonald ABC
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