A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1%
no trimestre encerrado em julho, da população economicamente ativa, segundo
dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o
menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando
também foi de 9,1%. E um indicativo importante de que a economia do país segue
um novo rumo após os obstáculos impostos, principalmente, pela pandemia da
Covid-19 e pela Guerra entre Rússia e Ucrânia.
Os motivos são variados, um deles é o
reaquecimento da economia pós-pandemia. Na verdade, nem os analistas mais
otimistas esperavam que a economia se aquecesse desta forma e se mantivesse
assim durante tanto tempo.
Esse reaquecimento influenciou nos
dados que indicam que o desemprego vem caindo, com recorde de pessoas
empregadas. Neste contexto, diminuiu o número de desalentados, pessoas que
desistiram de procurar emprego porque não têm esperanças
de que irão o encontrar, o que ajudou a turbinar os novos postos de
trabalho.
Só nos setores de
comércio e serviços foram gerados 1 milhão e 300 mil postos de trabalho. Os
últimos meses mostraram uma tendência no crescimento dos postos de trabalho, o
que foi extremamente positivo.
Além desta boa
notícia, outros fatores devem contribuir para a manutenção ou até expansão das
oportunidades de trabalho. Temos a Copa do Mundo, o final de ano, eleições que
juntos estimulam muito setores como: comércio, serviços, bares, restaurantes,
lojas em geral, entre outros.
Outro fator relevante,
na esteira das notícias boas, é que além do crescimento do número de novas
vagas de trabalho, a massa salarial também aumentou. Ou seja, o valor do
salário médio que até então vinha caindo, cresceu. Massa salarial, neste
contexto, assume relevante importância porque reflete o poder de compra do
trabalhador, que, ao final, aquece a economia, que gira criando mais empregos.
Este é o círculo virtuoso que espera que se mantenha.
Além destes fatores, é
relevante destacar os auxílios recentes concedidos pelo Governo Federal, tais
como Auxílio Brasil, Auxílio Gás e Auxílio Caminhoneiro, que também ajudam a aumentar
o poder de compra da população. Com a injeção de R$ 12,5 bilhões mensais
oriundos destes auxílios, a economia deve se manter aquecida, ainda que
tenhamos, em sentido contrário, inflação. Alguns
especialistas estimam que o desemprego chegue em 8.5% até o final deste ano.
Torcemos para que isto aconteça.
Ainda que o cenário do
desemprego esteja melhorando, o Brasil permanece com alguns problemas
preocupantes. Um deles se refere aos investimentos, para o país crescer e os
empregos também, há que se fazer grandes investimentos, principalmente em
infraestrutura, na indústria de transformação, na indústria de base e no setor
de tecnologia.
As grandes obras de
infraestrutura geram muitos empregos diretos e indiretos. Por exemplo, quando
se constrói uma usina hidroelétrica são gerados milhares de empregos, de
diferentes tipos de qualificação. Este tipo de atividade estimula os
empregos nas duas pontas, o que é extremamente positivo.
É por esta razão que o
Governo Federal está se empenhando na liberação das concessões para ativação de
grandes obras, que irão acontecer, provavelmente, no ano que vem. Como se pode notar, as notícias para o emprego
são positivas e prometem se manter nos próximos meses.
Após um período
dificílimo, tanto para empregados quanto empregadores, os dados indicam que o cenário para o emprego
está melhorando, e se manterá assim.
José Eduardo Gibello
Pastore - advogado e consultor de relações trabalhistas do Sindicato das
Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros e de Trabalho Temporário do
Estado de São Paulo (Sindeprestem)
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