Liderança para que haja sustentabilidade nunca foi tão demandada e será um divisor para os líderes que estarão na ativa nesses novos tempos. Assim, também será necessário levar seus liderados a desenvolver conhecimentos, habilidades e atividades para aplicar tais premissas em suas funções.
Nessa lógica, as empresas precisam,
cada vez mais, de líderes capacitados e em desenvolvimento
contínuo para que transpareçam atitudes positivas sobre ESG e
conquistem os novos talentos, principalmente, a geração futura, que comandará a
economia mundial com muito mais diálogo, inovação, criatividade, diversidade e
sustentabilidade.
Em relação às lideranças
empresariais, os executivos precisam entender seu papel na sociedade e
compreender o poder da caneta. A última linha do balanço sempre será olhada,
até porque, uma empresa que não é rentável não consegue cumprir seu papel e não
vai entregar valor aos acionistas ao criar um negócio que não se sustenta no
longo prazo.
Isto significa uma liderança
preocupada não só com os números, mas com as pessoas. A figura do líder como
apenas um executor, como a pessoa que apenas bate as metas também tem sido
questionada. Mudança de mentalidade é um processo paulatino e, não raras vezes,
lento, mas que precisa ser implementado, pois liderar no período pós-pandêmico
será mais desafiador. O líder precisará trazer seus liderados para essa pegada
robusta da recuperação econômica e agregar os preceitos dessas agendas
complexas e demandantes mundialmente.
As competências mais esperadas dos
líderes no cenário atual são aquelas que garantem fluidez na aplicação das
diretrizes ESG. Para que esse movimento aconteça na prática é preciso educar as
lideranças.
Desenvolver líderes é mais do que
fazer treinamentos soltos e pontuais, é preciso ter estratégias completas para
engajar pessoas, motivar times e criar grupos com gestores prontos para lidar
com as diferentes adversidades. Reunimos alguns pontos importantes de serem
observados dentro de seu negócio:
- Identifique as
prioridades para o desenvolvimento de profissionais: independentemente do tamanho da empresa ou do segmento de
atuação, um treinamento para o desenvolvimento de liderança deve
considerar todas as características necessárias para as equipes. Saiba o
que é essencial dentro de suas estruturas, entenda o que falta e trace
objetivos pensando nessa necessidade.
- Tenha programas
atualizados e personalizados: não basta
copiar treinamentos prontos e que fazem sucesso no mercado. É preciso
olhar para seu cenário e personalizar de acordo com a realidade da
empresa. Ao entender as prioridades do seu cenário
busque metodologias, tendências que vão de encontro com suas
possibilidades e trace estratégias. É interessante ir além e criar
conteúdo que conversem com os líderes. Investir em gamificação,
chatbots internos, eventos, trilhas de conhecimento, microlearning,
e-learning e outras metodologias faz toda a diferença;
- Invista em ferramentas de
conhecimento: para sustentar uma
estratégia de conhecimento e desenvolvimento de liderança é preciso
ferramentas para suportar conteúdos, treinamentos, metodologias e diversas
ações. Portanto, contar com uma boa ferramentaé
entender que é preciso mais do que um local para disponibilizar
treinamentos;
- Mensure os resultados: para saber o que deu certo ou não é preciso medir resultados e com
líderes isso não pode ser diferente. Tenha
métricas, entenda o que funciona ou não, observe o andamento das suas
pessoas com as atividades propostas e trace melhorias contínuas. Somente
com dados que será possível criar novas estratégias e manter o ciclo de
capacitação e desenvolvimento.
Finalmente, a tomada de decisões pode
impactar a vida profissional dos líderes, de seus colaboradores e dos rumos dos
negócios de uma empresa. O processo de decisão deve levar em consideração os
riscos existentes, bem como ser norteado por princípios éticos, principalmente
os voltados para a transparência, licitude e responsabilidade. Se uma decisão
for norteada apenas pelo ganho ou pelo ego existira uma forte probabilidade de
o resultado não ser o almejado.
Os caminhos tortuosos da bias/preconceito/discriminação/racismo
também podem impactar a tomada de decisão. Agir com ética pode evitar muitos
problemas futuros. Se um profissional não puder explicar por qual motivo seguiu
um determinado caminho, a luz vermelha com certeza irá acender para os que
tiverem ao redor.
Patricia
Punder - advogada, é compliance officer com experiência internacional. Professora
de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP).
Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e
Compliance – além do Manual 2020.
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