Os fatores
ambientais chamados expossomas estão associados a mais de 80% das doenças
humanas e quase 1 em cada 6 mortes em todo o mundoPexels
Um acúmulo de produtos químicos, poluentes,
micróbios e partículas ambientais pode estar vivendo dentro de cada um de
nós, adquiridos do ar que respiramos, dos alimentos que comemos, dos
produtos que tocamos e da água que bebemos. Essas exposições são às vezes
prejudiciais e podem interagir com nossos genes para estimular doenças.
Pesquisadores do Centro
de Medicina Individualizada da Mayo Clinic estão estudando exposições
ambientais ao longo da vida, chamadas de expossomas, e avaliando as respostas
biológicas a essas exposições.
No dia Nacional da Saúde (5 de Agosto) é importante
destacar que fatores ambientais têm sido associados a doenças, incluindo câncer,
doença
cardíaca, doenças
pulmonares, doenças
autoimunes e AVC.
Os fatores ambientais estão associados a mais de 80 por cento das doenças
humanas e quase 1 em cada 6 mortes em todo o mundo, como
mostra a pesquisa.
“Fizemos um progresso significativo no mapeamento
do genoma
humano e no entendimento do papel dos genes nas doenças, mas a genética
representa apenas cerca de 10 a 15 por cento das doenças. Agora, a chave para
acelerar novas descobertas na medicina individualizada está em colocar o
expossoma sob o microscópio”, diz o Dr. Konstantinos
Lazaridis, M.D., diretor executivo dotado Carlson and Nelson do Centro de Medicina
Individualizada da Mayo
Clinic.
O expossoma é considerado uma contraparte do genoma
(conjunto completo de DNA de uma pessoa). Em muitas doenças, o expossoma e o
genoma funcionam combinados, diz o Dr. Lazaridis. A pesquisa da Mayo
examinará o impacto das exposições ao longo da vida e como esses dois elementos
interagem para manter o bem-estar ou criar doenças.
“Pense em uma planta”, acrescenta o Dr. Lazaridis.
“A saúde e a longevidade da planta não são necessariamente determinadas por
aquilo do que a planta é feita. Elas dependem da qualidade do solo no
qual ela é plantada, da limpeza do ar que a cerca e da quantidade de produtos
químicos e pesticidas aos quais ela está exposta. E também dependem de como
essas exposições interagem com as características biológicas da planta. O mesmo
vale para os seres humanos.”
O Dr. Lazaridis diz que identificar associações
significativas do expossoma à doença exigirá análise de dados em larga escala,
métodos de inteligência artificial de aprendizado profundo e investigações
multiômicas complexas. Multiômica é uma combinação de duas ou mais abordagens
“ômicas”, como genoma, o mapeamento de genomas; proteômica (o estudo das
proteínas); metabolômica (o estudo dos processos metabólicos para identificar
as causas subjacentes de doenças); epigenômica (o estudo das mudanças
epigenéticas no DNA); e transcriptômica (o estudo de moléculas de RNA).
“Cada pessoa tem uma pegada ambiental única que
pode ser analisada por meio de assinaturas no sangue, urina, saliva, cabelo
etc.”, diz o Dr. Lazaridis. “Em última análise, esperamos entender como essas
exposições interagem com o perfil genômico de uma pessoa para influenciar sua
saúde, para que possamos responder por que uma pessoa exposta a um poluente
persistente desenvolve câncer enquanto outra com a mesma exposição pode não
desenvolvê-lo. E quais exposições ambientais de baixo nível contribuem
substancialmente para o aparecimento de doenças.”
O Dr. Lazaridis diz que avançar no entendimento do
expossoma e de como as exposições ambientais afetam a saúde de uma pessoa
ajudará a orientar mudanças no estilo de vida, em intervenções e na
prevenção.
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