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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Descoberta científica pode explicar por que homens e mulheres respondem de formas diferentes ao tratamento do melanoma


Um novo estudo da Universidade do Texas (EUA) pode explicar por que existem diferenças sexuais na resposta ao tratamento do melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. Sabe-se que os pacientes do sexo masculino apresentam menor resposta à terapia oncológica, o que impacta em sua qualidade de vida e sobrevida.

 

De acordo com os pesquisadores, a resposta pode estar nos receptores androgênicos, proteínas que desempenham a função de regular as características sexuais masculinas no organismo. Estes receptores estão ligados aos hormônios chamados “andrógenos” (tal qual a testosterona), que são encontrados em níveis muito mais altos nos homens do que nas mulheres. Isso contribui diretamente para o desenvolvimento e crescimento do câncer de próstata e é um dos principais alvos do tratamento dessa doença.

 

“Quando a metástase ocorre [momento em que o câncer migra da sua localização original para outros órgãos ou tecidos], os pacientes do sexo masculino têm sobrevida menor do que os do sexo feminino. Além disso, o melanoma em homens também tem mais chances de se tornar resistente aos tratamentos comuns”, indica a mastologista Alice Francisco, dirigente da ONG Maple Tree Cancer Alliance Brasil.

 

Segundo o levantamento, a equipe científica confirmou que os receptores androgênicos afetam a resposta à terapia com inibidores de BRAF/MEK e, pela primeira vez, mostrou que os próprios inibidores aumentam a sinalização celular dos receptores androgênicos. O resultado era uma menor resposta positiva ao tratamento oncológico. Em estudos pré-clínicos, o bloqueio destas proteínas potencializou a resposta à terapia, tanto em homens quanto em mulheres.

 

Aplicações em outras neoplasias

 

À medida que os pesquisadores aprenderam mais sobre o papel potencial do receptor androgênico em diferentes tipos de câncer, ensaios clínicos começaram a testar a adição do bloqueio androgênico a tratamentos padrão para câncer de rim, ovário e mama, entre outros. “Isto levantaria a possibilidade de adicionar uma droga que bloqueie o receptor de andrógeno ao tratamento com inibidores de BRAF/MEK”, resume Alice.

 

Sobre o melanoma

 

O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos, células que produzem melanina e determinam a cor da pele do indivíduo. Esta doença atinge, principalmente, adultos com pele de cor clara. O tumor pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, inclusive nas mucosas. Seus sinais de alerta incluem manchas, pintas e sinais.  

O melanoma tem baixa incidência (corresponde a 3% de todos os cânceres de pele no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer), porém, é o tipo mais grave da doença, devido à alta probabilidade de provocar metástase. O prognóstico, por sua vez, pode ser considerado bom se houver diagnóstico precoce.


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