O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou, nesta quarta-feira, aumento de 0,5 ponto percentual da Selic, para 13,75%, com o objetivo de reduzir o avanço da inflação. Foi a décima-segunda alta consecutiva da taxa básica de juros. Diretamente atrelado aos rumos da economia do país, o mercado imobiliário tende a ser, novamente, impactado por financiamentos mais restritivos e com juros maiores, que levam parte das pessoas a postergar a compra de uma casa ou de um apartamento e a optar pelo aluguel neste momento.
O custo efetivo total (CET) do financiamento
imobiliário aumenta 1 ponto percentual a cada 2,3 pontos percentuais de alta da
Selic, considerando-se a busca de 80% de crédito para a compra de unidade de
dois dormitórios com valor de R$ 250 mil, segundo cálculos da Fundação Getulio
Vargas (FGV). Na prática, 4 milhões de famílias deixaram de ter renda
qualificada para acessar o financiamento habitacional com os 11 pontos
percentuais de aumento gradual da Selic de 2% para 13%.
O cenário mais desafiador para a aquisição da casa
própria — maior sonho de consumo de boa parte da população – não é exclusivo do
Brasil. Nos Estados Unidos – maior economia do mundo – o mercado habitacional
também tem sentido os efeitos, nas prestações, de juros mais elevados em
decorrência dos aumentos anunciados pelo Federal Reserve (FED).
Na semana passada, o FED anunciou incremento de
0,75 ponto percentual, na taxa básica de juros do país, para a faixa de 2,25% a
2,5%. Quando se soma o impacto de taxas maiores com preços de moradias em alta,
fica claro que está muito mais difícil para o americano médio comprar um
imóvel.
A isso se acrescenta a queda de 0,9% do Produto
Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, no segundo semestre, após a retração de
1,6% de janeiro a março. Após a divulgação do PIB, o presidente americano, Joe
Biden, disse não ver como surpresa a desaceleração da economia do país enquanto
o FED age para tentar reduzir a inflação.
Nem a Europa escapou de ter de anunciar medidas
mais restritivas para tentar conter a inflação. No último dia 21, o Banco
Central Europeu (BCE) fez o primeiro aumento de juros, em 11 anos, na zona do
euro. Ou seja: também no velho mundo, onde vários países, como Portugal, vivem
momento de alta de preços dos imóveis residenciais, o anúncio de ajuste da taxa
tende a afetar os financiamentos para a compra de moradias.
Um dos efeitos das subidas de juros dos Estados
Unidos e da Europa é que essas regiões têm atraído parte dos recursos de
investidores internacionais que estavam aportados em países emergentes, como o
Brasil. O novo aumento anunciado pelo Copom torna o país interessante, de novo,
para o capital de curto prazo, que busca retornos mais elevados.
Caso os esforços para diminuir o ritmo
inflacionário buscados pelo Banco Central surtam efeito, a pressão de custos de
produção de moradias tende a cair, contribuindo para que as incorporadoras
interrompam as altas de preços dos imóveis. Isso tende a estimular a liquidez
das vendas de unidades habitacionais.
Se alcançada, a desaceleração da inflação ajudará a
tornar o cenário macroeconômico do país mais atraente, outra vez, também para o
capital de investidores com perfil de longo prazo.
Para o potencial comprador de um imóvel, a
perspectiva de um ambiente previsível, quando vislumbrada, será favorável à
tomada da decisão de adquirir uma unidade para moradia, considerando-se o
endividamento de longo prazo que costuma ser atrelado à compra do bem mais caro
da vida. Do lado de quem produz, a estabilidade facilita bastante a definição
de investimentos em novos terrenos, projetos e obras.
Na prática, a elevação dos juros torna o cenário
mais desafiador, no curto prazo, mas pode contribuir para que o setor
imobiliário tenha um crescimento sustentável no médio e longo prazos.
A experiência dos fundadores da UBlink de décadas
de atuação no mercado imobiliário mostra que momentos do ciclo mais difíceis
para a venda de imóveis beneficiam a busca por locação e vice-versa. Mas, para
quem conta com o suporte de uma empresa criada por profissionais que já viveram
todo o tipo de oscilações do mercado imobiliário, boas oportunidades podem ser
encontradas mesmo em fases menos favoráveis à aquisição ou ao aluguel.
Rogério Santos - um dos fundadores da UBlink
UBlink
www.ublink.com.br
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