A constatação é da
pesquisa People at Work 2022: A Global Workforce View, que ouviu cerca de 33
mil trabalhadores em 17 países, inclusive o Brasil
É cada dia mais corriqueiro o discurso das empresas
de que possuem uma preocupação real com a inclusão e a diversidade em suas
equipes. No entanto, o discurso não está efetivamente alinhado à realidade.
Essa é a constatação da pesquisa People at Work 2022: A Global Workforce View.
O levantamento, realizado globalmente, analisa as atitudes dos funcionários em
relação ao mundo corporativo atual e o que eles esperam do local de trabalho no
futuro.
De acordo com o estudo, a proporção de
trabalhadores que entende que pessoas com deficiências estão igualmente
representadas no seu ambiente profissional é de apenas 37%. “O percentual
mostra que ainda temos um longo caminho pela frente quando falamos sobre
igualdade no trabalho. As empresas já entenderam que se trata de um valor
importante, que traz visões diferentes e um crescimento cultural igualmente
relevante. Elas somente não sabem ainda como colocar isso em prática”, alerta
Mariane Guerra, vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.
Dados do governo federal atestam essa disparidade.
Segundo o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no
Brasil, entidade ligada ao Ministério do Trabalho, havia, em 2019 (últimos
dados disponíveis), 701.424 vagas reservadas para PCDs. No entanto, apenas
53,02% do total (371.913) estão ocupadas, pouco mais da metade.
Vale lembrar que a Lei de Cotas para Pessoas com
Deficiência (nº 8.213/1991) estabelece que percentuais de 2% a 5% das vagas nas
empresas – públicas ou privadas – devem ser destinados à contratação de PCDs.
“A Lei de Cotas foi um passo importante na
consolidação dos direitos desse público. No entanto, o próprio levantamento
oficial demonstra que as empresas precisam de outros tipos de incentivo para
atender a tais regulações. Uma delas, sem sombra de dúvida, é a criação de uma
política de capacitação direcionada exclusivamente para os PCDs. As vagas
existem e as empresas pagam multas por não preenchê-las. No entanto, faltam
profissionais aptos a ocupar esse espaço”, avalia a executiva.
Segundo a instituição de caridade ADD
International, 15% da população é constituída por pessoas com deficiências. Em
números absolutos, são cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo. “Se
pensarmos exclusivamente no Brasil, estamos falando de um número próximo a 32
milhões de cidadãos. Não se pode virar as costas para essas pessoas, sob pena
de desperdiçarmos um volume sem precedentes de talentos”, alerta a
vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.
O estudo People at Work 2022: A Global Workforce View
foi conduzido pelo ADP Research Institute e explora as
atitudes dos colaboradores em relação ao mundo corporativo e o que esperam do
local de trabalho no futuro. Foram entrevistados 32.924 trabalhadores em
novembro de 2021, em 17 países: na América Latina (Argentina, Brasil e Chile),
Europa (França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Espanha, Suíça e Reino
Unido), Ásia-Pacífico (Austrália, China, Índia e Cingapura) e América do Norte
(Estados Unidos e Canadá).
ADP (Nasdaq-ADP)
https://www.adp.com.br.
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