Dados inéditos revelam que 55% dos entrevistados afirmaram que ter um pet foi um suporte emocional; 17% adotaram animais durante o período e 69% afirmam que os maus tratos devem ter penalidades como prisão e ser um crime inafiançável
A pandemia
influenciou questões de relacionamento e convivência não só entre as pessoas,
mas também com os animais de estimação. Na pesquisa "Pets em Casa",
realizada pela Hibou - empresa de
pesquisa e monitoramento de mercado e consumo - fica clara como a relação entre
humanos e pets foi impactada. Hábitos de compra, comportamento e consumo também
foram alterados. Os bichinhos se tornaram essenciais por se apresentarem como
companhia e apoio emocional durante o período de isolamento social. Outro
recorte da amostra é sobre a percepção da violência contra os animais e as
possíveis penalidades.
"Ter um pet é
sempre um aprendizado constante e onde a parte afetiva tem uma grande força. A
relação entre humanos e animais se traduz em companheirismo, carinho e
parceria, seja para exercícios ou momentos de descontração. Cuidar de um outro
ser envolve atenção, dedicação e pode resultar em felicidade e bem-estar",
afirma Ligia Mello, sócia da Hibou.
Segundo o estudo
realizado em julho/21, que teve como filtro pessoas que possuem animais
domésticos em casa, a maioria dos entrevistados possuem cachorros (87,9%),
seguido por gatos (33,7%), pássaros (11%), roedores e répteis (2,5% e 2,6%,
respectivamente). 0,2% afirmaram ter o porco como seu animal de estimação.
Entre os animais em que a castração se aplica, estão 83,6%.
Comportamento com o
pet durante o isolamento social
O fator do
distanciamento social acentuou a parceria durante a rotina e aumentou a
possibilidade de aproveitar o companheiro em casa. Durante o período, 17% dos
entrevistados afirmaram terem adotado um pet. Tanto para estes quanto para os
que já possuíam seus animais, eles representaram um suporte emocional em tempos
de pandemia. A frase foi apontada por 54,9% como afirmativa que mais fez sentido
durante esse tempo. 48,9% das pessoas informaram que se apegaram mais aos seus
pets, devido ao maior convívio. E para os animais, a companhia também foi
importante, pois 33,1% das pessoas notaram que seus bichinhos ficaram mais
calmos.
Além disso, as
atividades cotidianas foram readaptadas durante a pandemia. Os passeios
acontecem/aconteceram em horários alternativos para 29,8%; para 18,9%, os pets
foram companhias para os exercícios físicos; e 19,1% descobriram novas
brincadeiras para fazer em casa e entreter o pet. Diversão para todos!
Um pet em minha vida
A maior parcela dos
respondentes informou que possui seus pets há mais de 10 anos (54,3%). Os que
cuidam ou têm bichos entre 5 e 10 anos representam 20,6%; enquanto aqueles que
lidam com animais de estimação entre 3 e 5 anos são formados por 12,8%. 10,3%
têm seus animais entre 1 e 3 anos, e apenas 0,2% há menos de um ano. De toda a
amostra, uma grande porcentagem chama a atenção, 66% dos pets foram adotados em
ONGs ou retirados das ruas, ganhando um novo tutor. 30,7% afirmaram que
receberam seus animais vindos de familiares ou amigos, e 25,8% declararam a
compra de seus pets.
"Essa mudança
de comportamento relacionada à adoção é muito importante pois no Brasil existem
muitos animais em situação de rua. Há também aqueles que são resgatados por
protetores independentes ou ONGs e que nunca são adotados por serem adultos ou
não serem de raça. Adotar um animal doméstico é um comportamento que precisa
crescer cada vez mais e possibilitar a todos um lar", comenta Ligia Mello,
coordenadora da pesquisa.
Quando abordados
sobre onde seu pet pode dormir, a maior parte deles têm toda a casa liberada
(63,8%). Algumas famílias permitem o acesso para o sono dos bichinhos à sala e
a outros ambientes sociais (36,4%) da casa. Uma parte dos entrevistados ensinou
aos seus pets a dormirem em suas caminhas (36,3%), mas os quartos também são
liberados por 35,4% dos respondentes. Há aqueles bichinhos que conquistaram
ainda mais espaço, que podem usufruir de sofás (29,4%) e camas (24,5%). Já o
quintal (23,6%), como ambiente para os pets dormirem, ocupa a última posição
neste ranking.
Compra & Consumo Pet
Os serviços de
assinaturas para serviços relacionados aos animais de estimação ainda é pouco
utilizado entre os donos de pets. 72,8% não possui nenhuma assinatura ou plano
mensal para seus bichos. Entre os que possuem algum serviço mensal, a maioria é
de ração (11,8%), seguido por 7,3% de petshop (banho, tosa ou daycare).
Remédio/vermífugo/anti-pulga e Saúde (veterinário/hospitalar), são 3,5% e 3,6%,
respectivamente. Brinquedos, acessórios (coleira, cama, saquinho de lixo) e
comida pronta, representam juntos menos de 3,5%.
Para diminuir as
saídas de casa, 13,7% declararam que reduziram os banhos em petshops. Ainda assim,
56% revelaram que mantém suas compras em petshops de bairro; 47,2% em grandes
lojas físicas ou redes especializadas para pets; 18,6% em
supermercados/mercados físicos comuns; e 12,1% fazem suas compras de pequenos
produtores/empreendedores de produtos para animais.
As compras em
aplicativos e via internet também foram citadas. 28,5% informaram que adquirem
produtos para seus pets em plataformas digitais especializadas; 5,6% em
mercados/supermercados online; e 4,8% em apps de delivery.
Quanto aos custos
mensais, a moda de gastos fica em torno de R$300, sendo que cerca de 42%
informou gasto entre R$251 e R$500 para cuidar de seus animais. 23% têm custos
entre R$151 e R$250; 18% gasta de R$51 a R$150; 13% investe de R$501 a R$1000;
2% gasta entre R$1001 e R$1500, a mesma porcentagem gasta entre R$1501 e
R$2000. Outros 2% dos entrevistados afirmam ter um custo baixo de até R$50, por
mês, para cuidar de seus pets.
Direitos dos animais
Os entrevistados
foram questionados sobre quais deveriam ser as penas para crime de maus tratos
contra animais e poderiam responder mais de uma penalidade. 69,5% afirmaram que
deveria haver prisão e ser crime inafiançável; 64,1% pensam que os agressores
não poderiam ter animais; 40,3% deveriam cumprir pena na prisão; para 36,2%, os
infratores deveriam fazer serviço comunitário em ONG de animais; 22,8%
declararam que o ideal seria ter pagamento de cesta básica ou multa; 13,9%
indicaram que a prestação de serviço comunitário em ONG de outros objetivos
seria uma alternativa. Apenas 0,4% declarou que não acredita que maus tratos
aos animais deveria ser crime. É importante lembrar que tramita a Lei nº 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998, em que são citadas as sanções a quem comete algum
ato violento contra animais.
Quanto aos testes em
animais, 62% disseram não conhecer nenhuma marca que teste em bichos. Porém
70,5% afirmaram que param de comprar da marca assim que tomam conhecimento da
prática; há aqueles que se engajam para divulgar para que mais pessoas boicotem
a empresa (25,1%), sendo que 18,8% posta nas redes sociais para disseminar a
informação entre seus seguidores. 20,1% declararam que param de comprar e se
desfazem do que já tem em casa; 17,2% procuram saber mais sobre os testes e
como são conduzidos; 15,6% entram em contato com a marca para informar sua
insatisfação; 12,2% afirmaram que depende do caso; enquanto 0,2% declararam que
mantém o consumo sem se preocupar.
Metodologia
Um total de 2.069
brasileiros respondeu a pesquisa de forma digital, entre 16 e 18 de julho de
2021, garantindo 95% de significância e 2,16% de margem de erro nos dados
revelados. Entre os entrevistados, 35,2% têm idade entre 36 e 45 anos, 59,1%
são mulheres, 54,7% são casados, 33% se declararam solteiros. O filtro desta
pesquisa foi ter pet em casa, considerando que 64% dos lares brasileiros
possuem um animal, segundo pesquisa da Hibou realizada em 2019.
Hibou
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