A prática de exercícios auxilia no fortalecimento físico, cardiovascular e relação interpessoal, mas é preciso ter cuidados com lesões, repetições, além de estabelecer limites
Assistir
e torcer para os nossos atletas nas olimpíadas de Tóquio no Japão para
modalidades esportivas como basquete, ginástica artística, atletismo, vôlei,
ciclismo e canoagem, skate e surf foi um ótimo estímulo para incentivar a
prática de esportes diariamente. Isso ocorre principalmente entre crianças e
adolescentes, que estão na fase de autoconhecimento e se sentem motivados a
experimentarem algumas modalidades, principalmente após a conquista de medalhas
de atletas brasileiros.
De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência vai dos 10 aos 20 anos, e o
especialista Hélder Renato Barbosa Givigi, ortopedista do HCSG, explica que
precisa haver cuidados e limites na prática de esportes de grande
rendimento.Porém, a criança e o adolescente podem praticar esportes de alto
impacto desde que tenham um adulto e treinador adequado por perto. "As
atividades de alto impacto podem ser praticadas por crianças e adolescentes,
mas devem ser dosadas com cautela, sempre com um adulto por perto e, de
preferência, com um treinador capacitado e com experiência para esse
público", afirma.
As atividades
físicas de alto impacto nos esportes olímpicos englobam o skate, o atletismo, a
natação e a ginástica artística. Para o ortopedista, todas essas atividades têm
benefícios como a liberação de endorfina, fortalecimento físico,
cardiovascular, mental e interpessoal, mas ele alerta que é preciso ter
cuidados devido à fase de desenvolvimento dos ossos das crianças e
adolescentes. "É importante lembrar que quando se trata de um exercício de
alto impacto, nós estamos falando de uma atividade muito propensa a lesões. Em
se tratando de crianças, é necessário ter um cuidado especial, pois elas estão
na fase de crescimento e ainda têm estruturas esqueléticas frágeis e maleáveis,
diferentes dos adultos. Sendo assim, os traumas por repetição podem gerar um retardo
do crescimento, deformidade óssea e até inflamação nos ossos, principalmente no
calcanhar e cotovelos", alerta.
Para evitar lesões e
problemas crônicos, é necessário conhecer bem o esporte que a criança está
praticando, adequar o melhor treinamento da modalidade, estando alerta para os
riscos. "Há esportes como o beisebol, por exemplo, que usam muito os
braços e ombros como exercícios de repetição, então, nesse caso pode haver
lesões devido aos treinos e exercícios de repetição nas crianças. Hoje, muitas
ligas como as de futebol tem limitado a quantidade de treinos ou prática de
alguns movimentos justamente para não haver lesões, principalmente nos ombros,
cotovelos, joelhos e coluna. Vale lembrar que o esporte de alto impacto tem seus
riscos, mas que podem ser evitados com um bom acompanhamento e treino correto
para essas crianças e adolescentes, buscando impor limites para evitar
machucados", complementa.
O ortopedista
explica que além de uma supervisão na hora do treino, as crianças e
adolescentes precisam usar os equipamentos de proteção corretos para a sua
idade. "Eles são indispensáveis e protegem de fraturas e lesões mais
graves, tendo assim, menores chances de se machucarem. Vale lembrar que existem
lesões que não são perceptíveis e os pequenos traumas de repetição podem causar
deformidade óssea, por isso é necessário estar atento", avisa.
Os adultos que
acompanham as crianças e adolescentes na hora da prática desses esportes,
precisam estar preparados caso ocorra alguma queda e eles se machuquem,
mantendo a calma e buscando um especialista imediatamente. " Caso a
criança ou o jovem se machuque e sofra uma fratura ou luxação, é imprescindível
buscar auxílio médico. Além disso, para que a recuperação seja completa, é limitar
as atividades. Lembrando que a lesão de uma criança e adolescente é diferente
devido ao momento de amadurecimento ósseo, quanto menor a criança, ela tende a
se recuperar mais rápido", finaliza o especialista.
Hospital Casa de Saúde Guarujá
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