Com a implantação da segunda fase do Open Banking, os clientes de bancos e de outras instituições financeiras já têm em suas mãos a decisão de autorizar que duas empresas compartilhem alguns dados específicos entre elas. Mas, na prática, o que é preciso fazer para poder receber as ofertas com melhores preços e condições?
O diretor
financeiro do Popibank, Marcelo Pereira, explica que a pessoa
deve solicitar que os seus dados sejam compartilhados. “Você irá
até o canal digital do banco (site ou aplicativo) em que pretende abrir uma
conta por exemplo e lá terá um espaço em que poderá autorizar que recebam o seu
histórico bancário, de crédito, ou outras informações”, diz. “Após isso,
você será transferido para o seu banco atual, de onde serão coletados os dados.
Então, depois de fazer o acesso com seu login e senha, mais uma vez, terá que
autorizar essa transferência”, completa.
Todo
o processo deverá ser realizado de forma clara e objetiva para o cliente,
especificando para que fim e por quanto tempo suas informações serão
compartilhadas. Ele poderá ainda cancelar esse compartilhamento a qualquer
momento, pelo mesmo meio em que autorizou.
Após
saber do histórico bancário, de crédito e outras informações de uma pessoa, os
bancos e instituições financeiras conseguem oferecer serviços com condições que
atendam diretamente à necessidade dela. “Ao compartilhar os seus dados, as instituições já
poderão saber se você é um bom pagador, por exemplo, desta forma poderão te
oferecer uma opção de crédito melhor”, pontua o especialista.
Bancos estão implantando área em seus canais digitais para autorizar o Open Banking (Reprodução) |
Ao
optar por compartilhar os seus dados, praticamente todos os serviços bancários
e/ou financeiros poderão chegar de forma mais vantajosa. “Se ele
estiver precisando de empréstimo com juros melhores, financiamento com boas
condições e até ofertas de seguro ou aplicações mais vantajosos, poderá
informar os seus dados para as instituições que quiser e então receber as
propostas”, diz o especialista. “Assim a
pessoa poderá ter em mãos as opções de instituições diferentes e comparar qual
mais atende à sua necessidade”, completa.
Antes do Open Banking, os bancos e instituições não conseguiam oferecer serviços personalizados para novos clientes, pois não tinham informações suficientes sobre a vida financeira da pessoa. “O banco é que era dono dos seus dados e somente ele tinha o acesso. Agora os dados pertencem à própria pessoa e ela opta por compartilhar ou não com quem quiser e por quanto tempo for definido”, informa Pereira.
Regras
Este compartilhamento deve ter um prazo de validade definido e seguir a Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD), dentre outras medidas de segurança. “Quem
descumprir regras ou vazar dados será punido, podendo pagar multas milionárias
e até ter todo o banco de dados suspenso”, afirma o diretor
financeiro do Popibank.
Marcelo
vê com bons olhos a chegada dessa nova fase do sistema bancário no Brasil. “Vai
estimular a concorrência entre os bancos tradicionais e os digitais, que terão
que oferecer condições cada vez melhores para o cliente, caso queiram que ele
opte por contratar os seus serviços”, avalia. “Mas é
necessário também que as instituições estejam em constante evolução. O sistema
aberto deve estar sempre se atualizando para manter os dados protegidos,
seguindo as regras do Banco Central do Brasil”, conclui.
Marcelo
Pereira - diretor financeiro do Popibank e especialista em economia, banco
digital e fintechs
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