Distúrbios são
responsáveis por prejudicar a cavidade bucal e a estética facial
O simples ato de sorrir, apesar de demonstrar
alegria, pode ser também uma experiência desagradável para uma pessoa com
desalinhamento dentário. Essa condição ocorre por vários fatores, mas as causas
mais prevalentes são por mordida cruzada ou profunda. Ambos os
distúrbios causam contatos desarmônicos entre os dentes superiores e inferiores, levando
a uma série de problemas associados.
Em uma mordida normal, os dentes
superiores ficam posicionados à frente dos inferiores, se encaixando de forma
correta e saudável. Porém, quando se trata de mordida cruzada, os
dentes inferiores cobrem um ou mais dentes superiores no momento em que a
pessoa morde e, nos casos mais sérios, pode dar a aparência de que a boca está
“torta”. Em relação à mordida profunda, os dentes da arcada dentária
superior cobrem exageradamente de forma parcial ou total os dentes inferiores.
“Esses desalinhamentos são capazes de comprometer a
estética facial e alterar seu desenvolvimento, pode provocar dores de cabeça e
desgastes irregulares nos dentes”, explica a Dra. Luciana Aparecida de Sousa
Iwamoto, cirurgiã-dentista e presidente da Câmara Técnica de Ortodontia do
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Ambas as más oclusões são relativamente comuns,
surgindo principalmente na infância, e a ausência do acompanhamento
odontológico especializado e de tratamento aumentam as chances de complicações
na cavidade oral e surgimento de doenças bucais, como a cárie dentária.
“A mordida cruzada pode trazer ainda
outros riscos, como bruxismo, dores nas articulações, retração gengival,
fratura e perda de dentes. Além disso, mesmo que seja moderada, ela afeta a
aparência do sorriso, e consequentemente, a autoestima”, diz a
cirurgiã-dentista.
A mordida profunda, além de afetar a
estética do sorriso, pode interferir nas gengivas dos dentes superiores e no
palato (céu da boca). “Em crianças e adolescentes que ainda estão em fase de
crescimento, a mordida profunda pode levar a problemas na mandíbula,
já que essa condição provoca uma espécie de travamento nesse osso, prejudicando
o desenvolvimento correto da área e podendo, inclusive, afetar as
articulações”, detalha.
Por isso, é importante que, no caso de suspeita de
alguma dessas más oclusões, o problema seja tratado ainda durante a infância
para manter o bom desenvolvimento da fala, respiração, mastigação, entre outras
funções relevantes do organismo.
Consultar o cirurgião-dentista é essencial para o
diagnóstico e o tratamento pode variar em cada caso, sendo
recomendado o uso de aparelhos ortodônticos fixos e removíveis para correção da
posição dos dentes. Dependendo do nível de desalinhamento dentário, a
realização de cirurgia corretiva para reposicionar os maxilares pode ser
necessária.
“A melhor prevenção é que as consultas
odontológicas sejam feitas desde o nascimento, pois muitos cuidados podem ser
tomados para se evitar problemas, como orientações quanto à postura de
amamentação, hábitos de sucção e alimentação, escolha dos recursos mais
adequados. Quanto antes for diagnosticado o problema, mais rápido serão
oferecidas opções para correção da má oclusão”, completa a Dra. Luciana.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
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