Decisão do Copom deixa crédito mais caro e empreendedores devem fazer boa gestão financeira para pagar futuras parcelas
Os donos de pequenos negócios que recorreram ao
crédito ou que pretendem fazê-lo devem ficar atentos às movimentações
macroeconômicas, como o aumento da Selic, realizada pelo Comitê de Política
Monetária (Copom), do Banco Central, alerta o Sebrae. Na última reunião do
colegiado, a taxa passou de 4,25% para 5,25%. Além disso é possível que, em
setembro, a Selic cresça mais um ponto percentual, o que irá impactar nos
empréstimos atrelados a esse índice.
O analista de Capitalização e Serviços Financeiros
do Sebrae Giovanni Beviláqua alerta que as parcelas dos empréstimos obtidos no
Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Pronampe) também ficarão mais caros. “É possível que os empreendedores ainda
não estejam percebendo esse impacto sobre o aumento das parcelas de pagamento
devido às operações ainda estarem no período de carência, mas é importante
lembrar que isso significa somente que, no período de carência, não há o
pagamento das parcelas, mas o saldo devedor está sendo corrigido pela taxa de
juros contratada, no caso do Pronampe, a Taxa Selic vigente mais 6% ao ano”,
destaca o analista. Ele recomenda que aqueles que recorreram ao programa tenham
um controle muito atento ao saldo devedor.
Apesar do contexto negativo, Giovanni ressalta que,
mesmo com o aumento da Selic, o Pronampe continua sendo uma das melhores opções
para os donos de pequenos negócios. “Haverá um impacto no valor das parcelas
das operações; mas, mesmo com a alta da Selic e com o programa sendo atrelado a
essa taxa mais 6% ao ano, os juros ainda são menores do que os cobrados em
média no mercado financeiro, que giram em torno de 30% ao ano para os pequenos
negócios. Ou seja, continua sendo uma das melhores opções de crédito”, ressalta
o analista.
Segundo ele, os empreendedores devem acompanhar com
atenção a sua gestão financeira e, caso necessário, solicitar aos bancos o
saldo devedor dessas operações de crédito e acompanhar a evolução. “Essa é uma
parte muito importante do controle financeiro. Mesmo que você não esteja
pagando o empréstimo no momento, você deve colocar isso no fluxo de caixa para
avaliar o pagamento das parcelas de todo o período do contrato”, ressalta
Beviláqua. Ele também recomenda que se o empreendedor tiver um respiro, vale a
pena avaliar se compensa antecipar o pagamento. “A minha dica para os
empreendedores enfrentarem esse aumento é: atenção ao fluxo de caixa e uma boa
gestão financeira. Além disso, o acompanhamento dos indicadores e movimentações
macroeconômicas devem sempre estar no radar para aprimorar a gestão dos
negócios”, finaliza.
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