Especialista explica como pequenas mudanças no dia a dia podem ajudar a não contrair dívidas
A crise
do coronavírus acabou por agravar uma situação que já era difícil: a
situação financeira e o endividamento das famílias brasileiras. Dados da
Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor mostraram
que o percentual de famílias endividadas no Brasil chegou a 66,5% em janeiro
deste ano. É uma situação complexa, mas que pode ser contornada a partir de
pequenas mudanças no dia a dia, frutos de educação financeira e um pouco de
disciplina.
A Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) define educação financeira como o
processo em que indivíduos e sociedades buscam a compreensão dos produtos e
conceitos financeiros e, através de informação, formação e orientação,
desenvolvem valores e competências para tomar decisões conscientes e
responsáveis em relação à utilização do recurso financeiro. É o que
acredita o consultor, especialista em finanças e professor da Faculdade Santa
Marcelina, Enrico D’Onofrio. “A educação financeira pode ajudar as famílias a
encontrar a reorganização do orçamento familiar, bem como a mudança de comportamento
e atitude em relação aos gastos familiares”, explica.
A perda do poder econômico das
famílias brasileiras nos últimos anos se deu, principalmente, pela
alta do desemprego somada ao aumento da inflação. Dessa forma, o planejamento
financeiro familiar poderia possibilitar a reorganização do orçamento e,
até mesmo, a possibilidade da criação de reservas para momentos desafiadores
como esses. “Evitar realizar gastos que não estão no orçamento e evitar
contrair dívidas no médio e longo prazo são algumas alternativas iniciais”,
ensina o professor. “Porém, é importante, em caso de dívidas, realizar um
planejamento para conseguir realizar uma melhor tomada de decisão”.
O especialista também relata
que o mapeamento e registro de todas as receitas e despesas é o princípio do
controle. Após o registro, é importante a redução de dívidas, para que a
família possa, independentemente do valor, adquirir o hábito de guardar
mensalmente uma quantia. “Eu brinco com as pessoas e digo que elas devem ‘se
pagar primeiro’, reservando uma quantia mensal para momentos de
contingência. O mais importante no primeiro momento não é o valor a ser
poupado, mas a mudança de hábito que levará à mudança de comportamento”.
Educação
financeira infantil
A educação financeira, desde
cedo, é uma atividade que, certamente, deverá dar bons frutos para o
futuro dos pequenos. Esse tipo de alfabetização consiste em desenvolver e
despertar atitudes, comportamentos e conhecimentos relacionado às questões
financeiras. Ela se torna fundamental para que a criança, ao se tornar
adulta, tenha um controle monetário mais tranquilo e pautado no planejamento.
Enrico D’Onofrio ressalta
a importância de substituir conceitos de valor relacionados a acumulo de
bens por momentos e experiências. “Momentos de lazer com a família, tais como
brincadeiras, jogos de tabuleiro, passeios no parque, cinema em casa com pipoca
e tantas outras atividades, fazem com que as crianças se lembrem destes
momentos com muito carinho. São ocasiões que perduram mais do que determinados
bens adquiridos, que acabam caindo no desuso e esquecimento”.
Fonte: Faculdade
Santa Marcelina
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