Tudo é reaproveitado na natureza. Desde o início até o fim da vida, nenhum elemento - animal e vegetal - é desperdiçado na cadeia alimentar. Todos os integrantes do meio são metabolizados de forma dependente para que tudo seja reutilizado, sendo assim, um ciclo.
Este também é o
processo da economia circular, de modo que recursos e produtos sejam
reutilizados continuamente, retornando ao início da cadeia produtiva. Desde a
extração da matéria prima, transformação em produtos, distribuição, consumo e
descarte são desenvolvidos de forma sustentável, observando as limitações do
planeta, já que, a longo prazo, continuar aderindo ao processo industrial
desenfreado não será viável.
Isso porque, como já
sabemos, a extração ilimitada dos recursos causa desequilíbrio ambiental, como
também serão finitos daqui a algumas décadas. Além disso, o excesso de resíduos
descartados diretamente no planeta faz com que potencialize a poluição do ar, terra
e água, afetando tanto a saúde pública quanto o meio ambiente.
Por isso, a
importância da economia circular que envolve desde a reutilização de materiais
- ainda no processo de produção na indústria - até a reciclagem, após o consumo
final.
Sistema integrado
A economia circular
inclui não só a própria indústria, mas também é necessária a participação de
redes de cooperação criando sistemas sustentáveis. Hoje, o sistema é presente
em diversas indústrias brasileiras, incluindo a de plástico filme.
Um dos exemplos é a
parceria com cooperativas. Uma delas é a Coop Viva Bem, que recicla e
reaproveita itens que iriam para o lixo com o foco no descarte sustentável.
Assim, empresas adquirem materiais plásticos reciclados vindos da cooperativa e
implementam na linha de produção. Vale destacar que os materiais reutilizados
não são implementados na linha alimentícia da indústria de plástico filme.
A partir da
parceria, é possível ajudar o meio ambiente em dois momentos: deixa-se de
adquirir insumos ‘novos’, mitigando a aquisição de novas matérias primas e
danos aos recursos naturais. Bem como, é despejado menos lixo no meio ambiente,
trabalho feito por meio da reutilização dos materiais.
Descarte ecológico
A solução para
conquistarmos maior equilíbrio entre indústria e meio ambiente abrange também a
redução do consumo exagerado, evitando assim o alto número de lixo despejado na
natureza e, claro, a reciclagem dos materiais.
Com os diversos usos
do material plástico, é fácil associá-lo ao montante de resíduos despejados no
planeta. Mas, dados comprovam que esta não é bem a realidade. Segundo o
gabinete de Estatísticas da União Europeia, Eurotast, as embalagens plásticas
representaram 19% do total de resíduos de embalagens descartadas na região. O
valor representa a mesma porcentagem comparada com o descarte do vidro e muito
abaixo dos 41%, referente aos materiais de papel e papelão.
Entretanto, o Brasil
ainda tem muito que avançar no que tange a sustentabilidade. É o que revelou a
World Wildlife Fund (WWF), em 2020: o país está em quarto lugar no ranking de
produtores de resíduos plásticos no planeta e o grande problema está aqui: do
total, apenas 1,28% é reciclado.
Nesse sentido, vale
destacar também que o próprio plástico filme PVC pode - e deve - ser reciclado
em pontos de coleta seletiva e retornar ao dia a dia. Desta forma, o material
volta à rotina em forma de solas de sapato, tapetes, pisos, mangueiras,
manoplas e vários outros produtos.
Eliminar não é a alternativa
A economia circular
é todo o processo de produção e descarte sustentável. Sendo assim, é a melhor
solução para a indústria mitigar os impactos gerados no meio ambiente.
Incluindo, sobretudo, a indústria de plástico filme, material responsável por
evitar o desperdício de alimentos.
Tal controle e
diminuição do descarte desnecessário de alimentos é sustentável no momento em
que incentiva o menor uso dos recursos naturais, como água e plantação para a
produção de ‘novos’ alimentos, diminuindo os impactos ambientais. E, ao mesmo
tempo, contribui para a alimentação de pessoas que não têm refeição diária ou
faltam nutrientes na dieta.
Diante disso, a
partir do fenômeno crescente em todo o mundo de banimento do plástico, ressalto
que banir não é a solução. Dado que os materiais descartáveis são as soluções
mais eficazes na higiene e controle de doenças. Podemos analisar o cenário há
mais de um ano, no qual a pandemia forçou a população a ter mais controle da
higiene.Tempo nos quais hospitais e a população civil mais utilizaram e ainda
usam máscaras, além de cateteres e outros materiais descartáveis em ambientes
hospitalares, garantido a saúde e qualidade de vida.
Além disso, citando
o plástico filme, o material é ideal para embalar e conservar alimentos por muito
mais tempo, comparado com outros produtos, como o papel. Visto que o plástico
PVC veda por completo o alimento ou tigela, evitando a entrada de patógenos: o
que previne uma possível intoxicação alimentar e também o desperdício de
alimentos.
Outro ponto é que
para higienizar produtos reutilizáveis é necessário mais consumo de água,
recurso natural que demanda uso racional.
Logo, é de extrema
importância usar os produtos de forma consciente e sem exageros, evitando,
assim, o acúmulo desnecessário de resíduos no planeta. Para finalizar, lembro
que a economia circular e mais sustentável só pode se concretizar se houver o
engajamento de todos: desde a indústria até o consumidor final.
Alessandra
Zambaldi - diretora de
Comércio Exterior na Alpes. Graduada em Engenheira Química pela Escola de
Engenharia Mauá e pós graduada em Negócios Internacionais e Comércio Exterior
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), possui carreira desenvolvida na indústria
de plásticos, com forte atuação em projetos de exportação, com vendas de
plásticos para embalagens para o mercado externo.
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