Atenção! Até mesmo os fumantes passivos, indivíduos não fumantes que inalam fumaça de derivados do tabaco, sofrem as consequências do tabagismo, colocando a saúde em risco
Na semana em que
celebramos o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/8), a Unidade de Pronto
Atendimento 24h (UPA) Zona Leste, em Santos (SP), alerta para o crescimento do
uso de derivados do tabaco, como cigarros eletrônicos e narguilés,
principalmente pelo público jovem, e os ricos do tabagismo passivo.
A data, criada pela Lei Federal n° 7.488, em 1986, simboliza a conscientização
sobre os riscos do tabagismo à saúde e reforça as ações de sensibilização e
mobilização da população para os danos causados pelo cigarro e de produtos
derivados do tabaco.
De acordo com estudos promovidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), devido as ações de controle do tabagismo, no período de 1989 e
2010, houve uma redução de 46% do percentual de fumantes no País. Esse
resultado envolve a criação de impostos sobre o cigarro, restrições na
publicidade, além da criação de leis sobre o acesso dos jovens ao tabaco.
Entretanto, os dados do Observatório da Política Nacional de Controle do
Tabaco, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), apontam que, mesmo com a
melhora dos indicadores de experimentação e uso do cigarro convencional, há o
crescimento de usuários de outros tipos de tabaco fumado, como o cigarro
eletrônico e, o mais popular, o narguilé: grande cachimbo de água que pode ser
usado individualmente ou em grupo.
Segundo Gisele Abud, diretora Técnica na UPA Zona Leste, é um grande equívoco
achar que o cigarro eletrônico e o narguilé são menos nocivos. “Muito pelo
contrário, pois devido aos seus aromatizantes e sabores, ambos têm um apelo
maior junto aos jovens e adolescentes, tornando-se uma porta de entrada para o
tabagismo”, diz.
Além disso, o narguilé apresenta as mesmas substâncias do cigarro tradicional,
como nicotina e alcatrão. A profissional reforça os riscos no uso desse tipo de
cachimbo e como a saúde é atacada por ele. “Ele não possui filtro e emite uma
grande quantidade de monóxido de carbono, cerca de 10 a 30 vezes maior que o
cigarro tradicional. Causa diminuição da capacidade de transporte de oxigênio
pela hemoglobina e, ainda, o uso do narguilé em grupo pode acarretar contaminação,
pois a biqueira é compartilhada por todos”, comenta.
E os fumantes passivos?
O tabagismo, além de trazer riscos à saúde de quem fuma, também causa efeitos
nas pessoas que não fumam, mas convivem com quem faz uso frequente. Assim que
um cigarro é aceso, apenas parte da fumaça é tragada, enquanto a outra é
lançada ao meio ambiente. “É nesse momento que o fumante passivo é afetado.
Essa pessoa também pode desenvolver doenças relacionadas com o tabagismo”,
explica Gisele.
A diretora, que atua como cirurgiã vascular, comenta que os malefícios do
tabagismo podem afetar todos que são expostos a sua fumaça tóxica. “Os fumantes
ativos ou passivos podem desenvolver câncer de pulmão, doenças respiratórias
como asma, bronquite crônica, rinite, enfisema pulmonar e doenças
cardiovasculares como infarto e até um acidente vascular cerebral, conhecido
como AVC”.
Ainda segundo a diretora, “o tempo de exposição do fumante passivo é
diretamente proporcional ao maior risco de desenvolvimento dessas doenças”, ou
seja, quanto mais tempo o indivíduo for exposto a fumaça, maior o risco de
desenvolver doenças pulmonares e cancerígenas. Por isso, é importante tomar
medidas de proteção, entre elas: evitar a exposição ao cigarro e sua fumaça,
fazer consultas de rotina e checkup anual para manter a saúde sob controle.
A profissional também orienta sobre a necessidade de buscar ajuda médica ao
identificar os principais sinais de alerta, como tosse, falta de ar, cansaço,
respiração ofegante e chiado no peito, além de incentivar amigos e conhecidos
fumantes a buscarem ajuda profissional para abandonarem o vício.
A UPA 24h da Zona Leste, em Santos, pertence a rede pública de saúde da
Prefeitura de Santos. A unidade é gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde,
sendo referência no atendimento em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e
Odontologia.
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