A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe uma reformulação nos conteúdos que serão aplicados em todo país. O Currículo Paulista é um dos mais adiantados nessa transição e tem, em sua base, o empreendedorismo social. A Teia Multicultural, escola premiada pelo MEC por ser uma referência em criatividade e inovação, é uma das poucas no Estado que já se preocupa com esse conceito há alguns anos. Especificamente, a escola já tem em seu currículo o Empreendedorismo desde 2018, que incorporou em sua grade algumas habilidades que eram desenvolvidas pela área Design Thinking. Mais do que apenas focar nos vestibulares, a instituição se preocupa em criar consciência em de qual carreira seus alunos vão trilhar, preparando profissionais condizentes com as necessidades atuais do mercado.
“O ensino médio é uma fase de muitas mudanças, quando os alunos se preparam
para a vida adulta. Essa fase é muito importante para a formação do caráter do
indivíduo, é momento de criarmos referências de futuro profissional. Muitas
vezes, as escolas tradicionais ignoram todo potencial dessa transição, focando
apenas em estudos voltados ao vestibular, sem pensar na construção de carreira
e de um mundo melhor. Percebemos que muitos adolescentes saem da escola sem
saber coisas básicas sobre a vida adulta, sem saber qual profissão seguir ou
escolhendo sem saber a conexão que aquilo terá com suas capacidades e áreas de
interesse. Chegam ao mercado de trabalho sem terem desenvolvido na escola suas
habilidades sociais e emocionais. São contratados pelas hard Skills
(habilidades técnicas), mas não sabem trabalhar em grupo, pois pouco o fizeram
em sua vida escolar. Alguns adultos também, depois de anos, precisam fazer uma
transição, uma repaginação, pois percebem que passaram anos infelizes em
carreiras que não condizem com seus valores pessoais”, conta o diretor
executivo Lucas Briquez.
A sociedade se transformou nos últimos anos e, com isso, devemos adequar o
ensino nas escolas. As competências e as habilidades desenvolvidas no ambiente
escolar precisam acompanhar essas mudanças. “É importante lembrar que o mundo
do trabalho em que os jovens e crianças viverão caminha em uma tendência onde
até mesmo as grandes companhias, querem ser ambientalmente responsáveis. O
poder do consumir, passa por um crivo emocional e de conexão de valores. As
pessoas cada vez optam mais por empresas que se posicionam e realizam ações de
responsabilidade social e ambiental. Essa geração tem essa visão, de ser mais
empoderados e preocupados com o futuro da humanidade”, contou.
Além da inclusão no currículo de novas disciplinas, Lucas mostra como a Teia
Multicultural transmite essas mudanças aos alunos para que eles consigam fazer
a diferença. “Trabalhamos com a construção de projetos de vida. Trazemos
profissionais de diferentes áreas para que eles entendam melhor como é
trabalhar naquele setor. Os alunos mostraram que querem realizar projetos com
impactos positivos na sociedade e no meio-ambiente. No terceiro ano, os alunos
criam projetos individuais, para apresentarem em suas formaturas como um TCC.
Para definirem seus projetos os alunos entram em contato com as dores e
necessidades da sociedade atual, tendo como parâmetros os ODS (Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável – ONU). Por exemplo, temos nosso aluno Lucas que
reverte todas doações que recebe em suas lives para ONGS que beneficiam a vida
marinha. Também temos a Marcia, que fala sobre assuntos polêmicos como
apropriação cultural e violência doméstica em seu Instragram, ainda há a Helena
que em sua página compartilha resumos de conteúdos que caem no vestibular,
entre outros projetos incríveis que a galera está construindo”, concluiu.
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