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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Pesquisadores brasileiros identificam células cerebrais mais vulneráveis ao Alzheimer

Estudo inédito foi publicado recentemente na Nature Neuroscience

 

Um estudo inédito sobre a vulnerabilidade seletiva no nível dos neurônios individuais e com o mapeamento das primeiras células acometidas pela doença de Alzheimer foi publicado na revista científica Nature Neuroscience, no dia 27 de janeiro de 2021, com o título "Markers of vulnerable neurons identified in Alzheimer disease”. O trabalho foi realizado por um grupo de pesquisadores, composto por cinco brasileiros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com cientistas da University of California San Francisco (UCSF), dos Estados Unidos. 

A autora-sênior, Profa. Lea Tenenholz Grinberg, do Departamento de Patologia da FMUSP e associada ao Departamento de Neurologia da UCSF, diz que “alguns neurônios sucumbem à doença anos antes dos primeiros sintomas aparecerem, enquanto outros parecem impermeáveis à degeneração que as cerca e perduram até os estágios finais da doença. Tornou-se uma questão premente para nós entender os fatores específicos que tornam algumas células seletivamente vulneráveis à patologia de Alzheimer, enquanto outras se mostram capazes de resistir a ela por anos”. 

“A crença inicial era que, uma vez que essas proteínas tóxicas associadas à doença de Alzheimer se acumulam em algum neurônio, é sempre 'fim de jogo' para a célula, mas nosso laboratório tem descoberto que esse não é o caso”, afirmou a Profa. Lea T. Grinberg. 

Durante a pesquisa foram estudados tecidos cerebrais de pessoas que morreram em diferentes estágios da doença de Alzheimer, obtidos no Biobanco para Estudos do Envelhecimento da FMUSP e no Banco de Cérebro de Doenças Neurodegenerativas da UCSF com técnicas de análise de RNA nuclear e neuropatologia quantitativa. 

 “As descobertas sustentam a ideia de que o acúmulo de proteína é um impulsionador crítico de neurodegeneração, mas nem todas as células são igualmente suscetíveis. Planejamos continuar estudando os fatores de vulnerabilidade seletiva, uma abordagem nova que pode direcionar para o desenvolvimento de terapias para retardar ou prevenir a propagação do Alzheimer”, explica a Profa. Lea T. Grinberg. 

Participaram como coautores do estudo pesquisadores da FMUSP que integram o Biobanco para Estudos do Envelhecimento, o Laboratório de Patologia Cardiovascular (LIM 22), o Laboratório de Envelhecimento (LIM 66) e também do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital – USP. São eles: Prof. Carlos Augusto Gonçalvez Pasqualucci, Profa. Claudia Kimie Suemoto, Profa. Renata Elaine Paraizo Leite, Profa. Roberta Diehl Rodriguez, e ainda Helmut Heinsen, Professor Visitante na FMUSP, da University of Würzburg, da Alemanha. Além da colaboração dos pesquisadores da UCSF, Prof. Martin Kampmann, como co-autor-sênior, Antonia Piergies, Rene Sit, Michelle Tan, Norma Neff, Song Hua Li, Alexander Ehrenberg, William W. Seeley e Salvatore Spina.

 


Artigo na íntegra publicado pela Nature Neuroscience em https://www.nature.com/articles/s41593-020-00764-7


 

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